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terça-feira, 14 de agosto de 2018

A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata



A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata


Ler o livro e conferir o filme é a ordem natural e desejável.  Uma obra literária quando transposta para outra arte nem sempre segue fiel ao texto original.

A curiosidade para se obter essa obra o mais breve possível fez com que o filme fosse assistido anteriormente a leitura do livro, faltando a percepção do mesmo para o caro leitor.

Quanto ao filme, surpreendente! 

domingo, 4 de junho de 2017

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

David Gilmour - O clube do filme


David Gilmour - O clube do filme

Livro autobiográfico, em que o crítico cinematográfico Canadense David Gilmour discorre sobre como utilizou de sua paixão, a arte, especificamente, o cinema, para aproximar-se do filho adolescente, onde o rapaz poderia deixar de estudar desde que juntos assistissem a três filmes semanais.

quarta-feira, 8 de junho de 2016

Festival Varilux de Cinema Francês 2016


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Festival Varilux de Cinema Francês 2016


O Festival Varilux de Cinema Francês ocorrerá em 50 cidades brasileiras, no período de 08 a 22 de junho de 2016, com duração de uma semana a mais.



A programação contará com 15 filmes inéditos e um grande clássico do cinema francês.

Imperdível!


quinta-feira, 4 de junho de 2015

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Tim Maia - filme

Tim Maia

Esperava mais poesia na história de um ícone da música brasileira, uma das vozes mais cristalinas que já encantou multidões.
A  abordagem do filme que passa da infância à vida adulta do cantor Tim Maia pode ser realista mas não creio que a vida do nosso caro cantor tenha sido somente confusão, desencontros e um final com a total decadência do cantor.
Tim Maia foi por décadas querido pelo público.
Ninguém pode negar a história de um homem mas creio que a forma como se conta uma história em que as abordagens não sejam focadas nas lentes onde o negativo é tido como ênfase merece ser revisto.
Esperava mais desta história como sei que o foi pois um cantor que compõe tão belas canções não pode ser somente o controverso personagem focado pela lente deste filme.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

O Doador de Memórias


Sinopse:
Uma pequena comunidade vive em um mundo aparentemente ideal, sem doenças nem guerras, mas também sem sentimentos. Uma pessoa é encarregada a armazenar estas memórias, de forma a poupar os demais habitantes do sofrimento e também guiá-los com sua sabedoria. De tempos em tempos esta tarefa muda de mãos e agora cabe ao jovem Jonas (Brenton Thwaites), que precisa passar por um duro treinamento para provar que é digno da responsabilidade.

O doador de memórias remete a outro filme com sinopse aqui no blog: A vila.
Apesar da comparação absurda, os filmes tem tema em comum: poderia uma sociedade ditada por regras humanas estar em paz em um ambiente sem violência e sendo feliz é a proposta de questionamento.
Assim como em A Vila, O doador de memórias relata uma comunidade que tem limites em termos espaciais para viver, que tem regras ordenadas pelos mais velhos visando viverem em harmonia, sem violência e de forma igualitária.
Seria possível excluir do homem seu instinto natural, seus sentimentos, suas percepções e ainda assim construir um ambiente feliz de convívio mútuo, onde o conceito de felicidade é ditado por regras já pré definidas, interroga a narrativa do filme O doador de memórias.
As regras estipuladas pelo homem quando este está fugidio de seu instinto são regras seguras, caminhos seguros questiona o filme.
Assim como em A Vila pode ser questionado em quantas espaços "protegidos" tem o homem procurado se isolar visando a busca por segurança.
Bom filme para refletir o quão humanos somos nos erros e acertos. O quão de erros já nos guiaram a caminhos melhores mas o quão de erros ainda não temos percepção de vislumbrar pois o homem vive em comunidades diversificadas, onde o belo é a diversidade, mesmo que para isto ainda amadureça e saiba conviver em harmonia consigo e com o próximo.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Festival Varilux de Cinema Francês 2012



O Festival Varilux de Cinema Francês de 2012 ocorrerá no período de 15 a 23 de agosto do corrente ano.

Pesquise a programação de tua cidade aqui.

A vida vai melhorar
O barco da esperança
Uma garrafa no mar de Gaza

Boa oportunidade de assistir cinema de qualidade!

sábado, 23 de junho de 2012

Vik Muniz - Lixo extraordinário

Vix Muniz - Lixo extraordinário 

Lixo Extraordinário, Vik Muniz, textos Alexei Bueno e Vik Muniz, G. Ermakoff casa editorial, 2010

Livro fenomenal que não pode ser desacompanhado do dvd documentário de nome similar é um projeto repleto de beleza e de significados. Narra, em numerosas imagens e textos de Alexei Bueno e Vik Muniz, essa epopeia de inesperadas metamorfoses, do soerguimento de vidas que muitos julgariam à margem de qualquer esperança.

Brava narrativa o forte documentário mostra o dia a dia no maior aterro sanitário do mundo (extinto em 2012), apresentando personagens inesquecíveis, que transformam um ambiente hostil em um meio digno de ganhar a vida.

O documentário mostra toda a tansformação que a arte de Vik Muniz ocasiona quando se propõe a ir além onde o humano faz parte desta arte recriada gerando forte emoção em quem tem a oportunidade de conhecer o desfecho dado a matéria prima inicial que teoricamente, como bem pontuou Sebastião Carlos dos antos (Tião), representante dos trabalhadores de reciclagem: lixo não porque lixo é tudo o que não tem aproveitamento, material reciclável sim.







Imperdível!


No momento Vik Muniz está expondo na Galeria Coleção de Arte, no Flamengo, Rio de Janeiro: Aterro no flamengo, o resto é arte.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

O palhaço ->Selton Mello


Hoje resolvi me presentear duplamente (um livro, em breve conto) ...fui assistir o palhaço!

Sinopse:

Benjamim (Selton Mello) e Valdemar (Paulo José) formam a dupla de palhaços Pangaré e Puro Sangue. Benjamim é um palhaço sem identidade, CPF e comprovante de residência. Ele vive pelas estradas na companhia da divertida trupe do Circo Esperança. Benjamim acha que perdeu a graça... parte em busca de sua identidade, literalmente.

Na construção desta trupe, as facetas sociais apresentadas em forma de personagens como Justo, o delegado, os vários prefeitos, gente simples do povo e as possibilidades da busca de se viver andarilhamente, 'enterrando o morto', como chamam, quando 'batem a estaca' do circo em um terreno abandonado. As relações de poder são expostas nos bastidores dos fazedores de alegria e até mesmo aquele que leva a arte do riso pode se perguntar: e quem me faz sorrir?



Bem, falar em palhaço é falar as palavras do elogio da Bobagemafinal o amor é contagioso!

Confira com a palhaçada: site O palhaço , Blog O palhaço , Circonteúdo ,  Family Circus .

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Quando Nietzsche Chorou



Surpresa ao encontrar o filme Quando Nietzsche Chorou, título similar ao do livro que estou paquerando uma releitura desde uns anos anteriores, visto que continua emprestado o que de certa forma impossibilita minha leitura assim como capacidade de construção de uma resenha. Falo título similar pois o fato de ser de mesmo título não significa que o conteúdo seja fiel à história apresentada no rico livro.

Cá estou com o filme Quando Nietzsche Chorou para confirmar se a qualidade da construção da história é de igual valor a excelente obra literária de Irvin D. Yalom, título que traça paralelo entre ficção e realidade e apresenta personagens históricos como Josef Breuer, um dos pais da psicanálise, o jovem Sigmund Freud e o filósofo Friedrich Nietzsche, obra esgotada no mercado.

Possível que só retorne com as impressões do filme  após uma releitura do livro entretanto asseguro que é um filme para ser visto e revisto pois a mensagem, intrínseca, terá sua chave desvendada somente com o tempo e a vivência que a tudo descortina na infalível ampulheta do tempo onde lutar contra a passagem das horas observando que caminhamos todos infalivelmente para a morte é mediar quais caminhos e relações estão sendo construídos nesta vida terrena onde o paradoxo da solidão humana é ponto importante a ser observado passando muitas vezes desapercebido por muitos.


sábado, 11 de junho de 2011

Festival Varilux de Cinema Francês 2011



Está ocorrendo desde o dia 8 de junho o "Festival Varilux de Cinema Francês", até o dia 16 de junho do corrente ano.


Filmes como Copacabana, O Pai dos Meus Filhos, Vênus Negra, Xeque Mate, Os Nomes do Amor, Um Gato em Paris, Lobo estão na programação, no CINEMAGIC, em Macaé, RJ.

(Copacabana)

Se você estiver passando por alguma das 22 cidades brasileiras: Belém, Belo Horizonte, Brasília, Campinas, Campos, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, João Pessoa, Juiz de Fora, Macaé, Maceió, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, Santos, São Luis, São Paulo, Vitória, vale conferir!

(Lobo)




sábado, 21 de maio de 2011

Um Homem de Família

"Um Homem de Família"
Lançamento: 2000 (EUA)
Direção:        Brett_Ratner
Atores:          Nicolas Cage, T Leoni, Josef Sommer, Jeremy Piven.
Duração:       125 min
Gênero:         Comédia

Sinopse

Jack Campbell é um investidor de Wall Street jovem e solteiro vivendo uma vida de rico em Nova Iorque. Ele se surpreende quando sua ex-namorada, Kate, tentou ligar para ele após anos sem se verem.
Após uma conversa com o seu mentor na empresa, Jack resolve não atender no momento. Naquela noite de natal, ele resolve ir a pé até a sua casa, passando por uma loja de conveniências. No caminho acaba convencendo um vencedor da loteria, irritado, chamado Cash a não atirar no vendedor. Ele oferece ajuda à Cash antes de ir dormir em sua cobertura.
Tudo muda num passe de mágica quando na manhã seguinte ele acorda em um quarto no subúrbio de Nova Jersey com Kate, a sua atual esposa, com quem anteriormente ele havia deixado de se casar e ainda com duas crianças que ele se quer conhecia. Jack percebe então que esta é justamente a vida que ele teria se não tivesse se transformado em um investidor financeiro quando jovem. Ao inves disso, ele tem uma vida modesta, onde ele é um vendedor de pneus e kate é uma advogada não-remunerada.

O filme Um Homem de Família faz profundas reflexões acerca da essência da busca da vivência do ser humano: ser feliz. Na história específica, as facetas que compoem esta busca na vida de um homem são expressas por seu relacionamento com o trabalho e a família.

 A divertida história se passa em dois mundos na vida deste homem (Nicolas Cage): no topo do capitalismo (a vida de um alto executivo) e seu relacionamento empresariado como na vida de um trabalhador de nível social mediano, ou seja, um vendedor de pneus e seus relacionamentos sociais e familiar (mulher e dois filhos).

 Ponto alto na sutileza com que é tratado um tema tão importante quanto relacionamento amoroso e familiar x vida profissional, o valor da amizade, entre outros.



Bom filme!

sábado, 9 de outubro de 2010

CINE ARTE MACAÉ - 5X FAVELA - agora por nós mesmos

CINE ARTE MACAÉ - 5X FAVELA
Direção: Wagner Novais , Rodrigo Felha , Cacau Amaral , Luciano Vidigal , Cadu Barcellos , Luciana Bezerra , Manaíra Carneiro

Sessões: 15h - 16:50h - 18:50h - 20:40h (exceto quinta)- de 08 a 14/10/2010

Sinopse:

Episódio 1 - Fonte de Renda: Maicon (Sílvio Guindane) consegue realizar o sonho de passar no vestibular, mas logo se encontra apreensivo devido à sua incapacidade de arcar com os gastos com livros, alimentação e transporte. Ele fica então tentado a vender drogas para os colegas de faculdade, como forma de obter o sustento necessário para os estudos.

Episódio 2 - Arroz com Feijão: Para conseguir um quarto para o filho, os pais de Wesley (Juan Paiva) resolvem reduzir o cardápio diário a arroz com feijão. No aniversário do pai o garoto se junta ao amigo Orelha (Pablo Vinícius) para conseguir dinheiro, no intuito de comprar um frango como presente.

Episódio 3 - Concerto para Violino: Quando crianças Márcia (Cíntia Rosa), Jota (Thiago Martins) e Ademir (Samuel de Assis) fizeram um pacto de amizade eterna. Agora, com todos em torno dos 20 anos, Jota entrou para o tráfico de drogas enquanto que Ademir se tornou policial. O confronto entre os dois pode impedir que Márcia, agora violinista, realize o sonho de uma bolsa de estudos na Europa.

Episódio 4 - Deixa Voar: Flávio (Vítor Carvalho), de 17 anos, deixa que a pipa de um amigo voe. Para buscá-la ele precisa ir à favela de uma facção rival. Mesmo com medo, ele decide buscar a pipa.

Episódio 5 - Acende a Luz: É véspera de Natal e o morro está sem luz há três dias. Como os técnicos da companhia de luz não conseguem resolver o problema, um deles é sequestrado pelos moradores locais. Eles decidem fazê-lo de refém até que a luz volte.

Ficha técnica:

Título original: 5x Favela - Agora por Nós Mesmo
Gênero: Drama
Duração: 01 hs 43 min
Ano de lançamento: 2010(Brasil)
Estúdio: Luz Mágica Produções / Globo Filmes / Videofilmes / Quanta / TeleImage distribuidora:Sony Pictures Entertainment / RioFilme
Roteiro: Rafael Dragaud (coordenação), José Antônio Silva, Vilson Almeida de Oliveira, Rodrigo Cardozo, Cadu Barcellos e Luciana Bezerra
Produção: Cacá Diegues e Renata Almeida Magalhães
Música: Guto Graça Mello
Fotografia: Alexandre Ramos
Direção de arte: Pedro Paulo de Souza e Rafael Cabeça
Figurino: Inês Salgado
Edição: Quito Ribeiro

Vale conferir!

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Carlos Marchi - Fera de Macabu / Sem Controle


Carlos Marchi - Fera de Macabu

Extraordinária leitura, difícil é saber onde inicia o histórico e finda o romance ou onde inicia o fantástico e termina o real na empolgada prosa do jornalista Carlos Marchi que conta minuciosamente a condenação à morte de um rico fazendeiro em Macaé, no norte fluminense, vítima inocente de uma conspiração política, a tão conhecida saga de Motta Coqueiro. A propósito do fato, analisa detalhadamente a dura legislação penal brasileira do tempo do Império, as discussões sobre a pena de morte e reconstitui coloridamente o cotidiano das fazendas no rico norte fluminense, até os tempos atuais, como eram os casamentos, a vida dos escravos, o hábito de provocar abortos para não gerar escravos, as formas de bruxarias. Notável se revela o relato integral do encontro de Pedro II com o escritor Victor Hugo em Paris a quem tem grande admiração ao ponto de levar flores em seu túmulo pós-morte, acompanhando toda a literatura do autor, inclusive o livro aqui já mencionado aqui no blog Nós Todos Lemos, "O último dia de um condenado à morte".

"Enquanto os personagens da história viviam, sofriam e moriam, a pena de morte ainda vigorava oficialmente no Brasil, muito embora desde o momento em que alguém contou a Pedro II a verdadeira história de Úrsula das Virgens, nunca mais um homem livre tenha subido novamente os treze degraus da morte. O enforcamento de Manoel da Motta Coqueiro foi o ponto-limite das manifestações de intolerância nacional no século 19; depois dos enforcamentos de Flor, Faustino e Domingos, executados três meses depois de Coqueiro, o imperador, consternado por aquela modalidade estúpida de assassinato oficial, desmascaraa pela condenação injusta de Coqueiro, passou a comutar sistematicamente as sentenças máximas atribuídas a homens livres; logo depois ele já comutava as penas máximas aplicadas a escravos; por pior que fossem os seus crimes, o imperador sempre as transformava em penas de galés perpétuas."

Falando em último dia de um condenado à morte, o autor detalha com graça as felizes avançadas técnicas portuguesas do bem-morrer, copiadas pelos americanos em detrimento das peripécias inglesas na arte de enforcamento.

"O fazendeiro não era tão indigitado assim, pois.Tinha boas razões para agradecer a Deus e a D. Pedro I. Ao primeiro porque, com sua infinita generosidade, iluminou as autoridades e os carrascos no caminho da evolução, no sentido da extinção de todos os castigos cruéis estabelecidos pelas Ordenações Afonsinas, Manuelinas e Filipinas e na descoberta de novas tecnologias para a bem-morrer; ao segundo, porque foi seu braço terreno que determinou legalmente a extinção dos castigos perversos que toldavam de terror as  execuções oficiais no Brasil. Não havia nada a reclamar, portanto. Poderia ter sido muito mais doloroso do que foi.
Se não fossem, naturalmente (e pela ordem),Deus e Pedro I."

A imprensa acompanha as investigações com estardalhaço e empresta a Coqueiro um apelido incriminador - é a Fera de Macabu. Pouco tempo depois do enforcamento descobre-se que o fazenderio tinha sido a inocente vítima de um terrível erro judiciário. Abalado, o imperador, um humanista em formação, decide que dali em diane ninguém mais será enforcado no Brasil.

"Quanto ao fantasma de Coqueiro, o principal e derradeiro personagem deste livro, continuou vagando errante pelas noites escuras da praça da Luz, até muito tempo depois de vencida a maldição dos cem anos, sempre envolto na mesma túnica branca e esvoaçante de pano grosseiro com que foi enforcado, revelam os melhores contadores de histórias de Macaé: quando o fantasma gemia urros ininteligíveis que só as almas penadas sabem proferir, ouvia-se também o lúgubre tilintar das correntes que pendiam de seus pulsos, há muito rompidas. Há quem granta que ainda hoje ele aparece, nas negras noites sem lua da praça da Luz, como um lobisomem eterno e inestinguível, para assustar os meninos que, como que, nasceram ali perto, estudaram no Colégio Estadual Luiz Reid e foram criados sob as penas da centenária maldição na heróica, leal e mui misteriosa cidade de Macaé."

A história de Motta Coqueiro, além de peça teatral, conforme detalha o livro Fera de Macabu, foi lançada no cinema em 2007 com o título de Sem Controle.


Carlos Marchi começou a atuar como jornalista em 1971, em pelnos anos de chumbo. Trabalhou em várias empresas jornalísticas,no Rio de Janeiro e em Brasília (Correio da Manhã, Última Hora, O Globo, Rede Globo, O Estado de S. Paulo e Jornal do Brasil, além de colaborar com dezenas de outras publicações). Teve intensa atividade política e sindical; em 1984, foi assessor da candidatura Tancredo Neves. Tem como marca original de seus trabalhos o olho clínico do repórter e o texto esmerado, além da visão de mundo humanista.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Denise Paraná - A História de Lula O Filho do Brasil



"A história de Lula o filho do Brasil", Denise Paraná, é baseado no belo trabalho realizado através de pesquisas biográficas em São Paulo e no sertão de Pernambuco, e na tese de doutorado em Ciências Humanas, entitulada "Da cultura da pobreza à cultura da transformação - A história de Luiz Inácio Lula da Silva e sua família". Belo trabalho de pesquisa, tão somente. Como livro que se propôs a ser contado em forma 'quase romanceada', poderia ter sido mais bem elaborado, considerando que a autora tinha a faca e o queijo na mão, isto é, riquíssimo material de pesquisa sobre a vida de Lula e sua família, que é relatada até o ano de 1980. Faltou profundidade se considerado a energia que Lula possui e por consequência, sua trajetória de vida. O livro relata a história de um brasileiro simples, como a maior parte do povo Brasileiro, onde vencer o dia-a-dia através do trabalho talvez fosse a grande vitória da trajetória de vida. Como a vivência deste brasileiro foi construída no compasso da história do país, é fato marcante a história deste grande homem, Lula, atual presidente de nosso país, que venceu as dificuldades que a vida apresentou não com esmorecimento. Lula bem soube vivenciar os momentos que a vida apresentou, avançar ou 'não avançar' como parte do caminhar. Saber ser paciente, uma vitória, pois nem sempre as surpresas do caminho são flores somente. Erguer-se diante da tristeza, sorrir para levar ânimo onde o fio de esperança transparente se faz, isto aprendeu com a força da origem simples, junto a natureza, na infância, no nordeste deste país. É uma história de vida linda, por certo. A narrativa da pesquisadora tem um tom acima do necessário quando fala da vida simples do povo, retratado na vida do Lula. Ser pobre não é sinônimo de ser infeliz, que fique aqui registrado. A beleza da vida está no exterior, refletido do interior. Não gostei do tom que se fez ao patriarca da família de Lula, ou seja, o pai de Lula. O problema do alcoolismo não é retratado com a ênfase e seriedade necessárias. Problema social num país em que o pobre é o bêbado problemático, inconveniente, muito longe das bebidas finas servidas em ambientes fechados. O pai de Lula foi um homem ausente, por certo, mas foi no valor do trabalho que ele tanto pregou aos filhos, embora não o soubesse como, que ficou marcada a trajetória do filho do Brasil, Lula; não tão somente captado através da presença amiga da mãe de Lula. Por sinal, uma mulher lindíssima, com um belo sorriso mostrando que a vida é alegre, independente de bens materiais, pois antes que tudo, o amor conduz a nobre patamares de vivência. Soube perdoar até a quem a magoara, por conhecer que somos todas vítimas sociais e reconhecer na mãe do filho de seu marido também um ser humano falho. O livro não perdoa este ponto, tratando, infelizmente, a doença ,por vezes, como um 'castigo' imputado as pessoas. Triste, pois que seríamos todos doentes? O que de certa forma não deixa de ser verdade, sendo a terra o hospital geral. O amor ao próximo, certamente, Lula aprendeu das lições de vida da mãe. Tom desnecessário enfatizado no livro se fez quanto ao ato de procriar. Na forma como se apresenta o livro parece tudo muito desprazeroso, com a mulher com o triste papel de apenas aceitar tudo, como se não fizesse parte de sua história, que por certo é difícil, sofrida, mas o que é a vida se não momentos de prazer, dor, felicidade. Por sinal, parir também é um ato muito interessante (eu tive 4 partos normais). A mulher do interior pode e é feliz na difícil vida que leva pois não pede muito, não gasta muitos recursos da natureza, o que também é um lado extremamente importante neste mundo de carências. Só para complementar esta questão de filho do Brasil, digo que não é feio não. O filho do Brasil pode ser lindíssimo. Pobre, batalhador e lindo. Falando em lindo, linda foto de Lula e um sobrinho, quando jovem. As crianças pobres do interior do país, apesar da vida difícil podem ser felizes, tanto ou quanto mais que aquelas criadas com todo conforto nas cidades, mas que desconhecem o contacto com a natureza que lhe proporciona olhar acima e adiante. O tom dado as crianças pode ser um alerta para a situação que o país apresenta para as questões do interior, entretanto, este foi um pouco exagerado. Outro ponto a ser reforçado é a presença da esposa de Lula, D. Marisa em sua trajetória política, que por certo foi além do que apresentado. Guerreira, batalhou junto, ajudou Lula a ser quem é e como toda mulher, acaba por ficar apagada em cena (não me refiro ao filme, ainda). Tem um tópico entitulado 'Mulheres e Política' que não ficou bem esclarecido. Não há em nenhum momento, no texto referente a este tópico um nome sequer de mulher. Seria exatamente esse o objetivo da autora, deixar esta pegadinha para o leitor, fica aqui a reflexão. Outra curiosidade (vi a foto no livro): a soma dos números da matrícula na prisão é o número 13. Ponto positivo para o livro por conta do relato quanto a questão dos registros de nascimento em cartório no Brasil que acaba por ocasionar inconsistências quando de preenchimento (nome, sobrenome). A título de exemplo, meu pai, por engano, quando do registro de nascimento foi omitido o 'Silva' no registro da certidão de nascimento, o que ocasionou menos uma família 'Silva' no Brasil (pelo menos registrada). Não é fácil para um simples trabalhador analisar este livro pois o mesmo entrecruza com a história de tantas vidas. Vidas que constroem este país com o suor das mãos e a certeza de que poderiam, podem e poderão muito e muito mais. Confesso que não acabei de ler o livro. Apenas li algumas partes e vi certamente as belas fotos familiares que o compõem.




A história de Lula: o filho do Brasil/Denise Paraná. - Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.

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