tag:blogger.com,1999:blog-91352298732861005482024-02-08T00:36:04.302-02:00.nostodoslemoshttp://www.blogger.com/profile/00666488587444765403noreply@blogger.comBlogger333125tag:blogger.com,1999:blog-9135229873286100548.post-42134481927935836772022-08-18T19:51:00.000-02:002022-08-18T19:51:14.527-02:00Elvis Presley<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivbSG2sFv-1CZcZBZVIob2ZGpdJ7ZHQaVAhbGaah8oTJ6VCXxYXbNGKSzPZzVEykpDfcbXxF_0Pi98lL3sohggQJ9mB9KeToSUWqUkRJ3kiMDaLnP-wp5L18E1LX13raIYQBtjI4WaIf5q2y0u0NCUKQbp9GSJ7c69yTxTDyveBjQlsQkHxg6zeGl5Eg/s1080/IMG_20220818_103330_992.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivbSG2sFv-1CZcZBZVIob2ZGpdJ7ZHQaVAhbGaah8oTJ6VCXxYXbNGKSzPZzVEykpDfcbXxF_0Pi98lL3sohggQJ9mB9KeToSUWqUkRJ3kiMDaLnP-wp5L18E1LX13raIYQBtjI4WaIf5q2y0u0NCUKQbp9GSJ7c69yTxTDyveBjQlsQkHxg6zeGl5Eg/s320/IMG_20220818_103330_992.jpg" width="320" /></a></div><br /> Enquanto ouço Elvis, impossível não refletir sobre o filme com a cinematografia de Elvis Presley.<p></p><p>Nenhum espanto para quem já leu sua biografia "Elvis, mito ou realidade", obra biográfica de Maurício Camargo Brito.</p><p>Nenhum espanto para os fãs do Elvis.</p><p>Tanto o livro quanto o filme abordam o momento que morre o ser humano e nasce um mito extraordinário.</p><p>Um mito que rompeu com os padrões de uma geração somente através de sua maravilhosa voz e performance.</p><p>Um mito que se entregou de corpo e alma aos fãs embora tenha ficado preso na caixa da fama.</p><p>Fama essa que não conseguiu se desvencilhar pois literalmente era consumido, despedaçado, arrancado pedaços quando em público se apresentava tanto quanto consumido em exaustão pelo sistema através da relação representada por seu empresário.</p><p>Como um ser humano deixa de ser humano para sustentar um mito criado popularmente.</p><p>Nesse tom tanto o livro quanto o filme nos deixa pistas de que elvis não morreu.</p><p>Não falo do artista, eternamente vivo em seus fãs.</p><p>Mas da possibilidade sim, de Elvis ter enterrado o mito para salvar o humano.</p><p>Da geração de meus filhos, não consegui convencer os da geração de 1980 nem a da geração 2.000 , tão somente a da geração 1990 a assistir Elvis e saber que a influência das músicas de Elvis estavam lá no dia-a-dia dessa geração me deixou feliz a certeza de que Elvis vive.</p>nostodoslemoshttp://www.blogger.com/profile/00666488587444765403noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9135229873286100548.post-32352550064238456922020-12-27T10:38:00.003-02:002020-12-27T10:38:54.285-02:00Nós Todos Lemos Blog<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/FufAZgFaJ5E" width="320" youtube-src-id="FufAZgFaJ5E"></iframe></div><br /> <p></p>nostodoslemoshttp://www.blogger.com/profile/00666488587444765403noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9135229873286100548.post-1636099673038135342020-11-18T13:05:00.004-02:002020-11-18T13:21:07.342-02:00Lígia Guedes - Canal YouTube<iframe frameborder="0" height="270" src="https://www.youtube.com/embed/m2vPSyVUsEI" width="480"></iframe>nostodoslemoshttp://www.blogger.com/profile/00666488587444765403noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9135229873286100548.post-89928779961002109012020-05-31T03:22:00.003-02:002020-05-31T13:26:35.710-02:00Djamila Ribeiro - Quem tem medo do feminismo negro?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5X9Zocoa-AjDhWHoiqyZM3GSvtGCPsGYIkh94NGp-3E8Ezp8ioONeRaEC6kz-LNrk13vlx0TTUOpZrDyfcLegFRZVF8w1gInhR-GWzT0VW_eFDOjOSyRRjcbQrhZ9G9NG-KCcbsMIBFrT/s1600/Djamila+Ribeiro+-+Quem+tem+medo+do+feminismo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="500" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5X9Zocoa-AjDhWHoiqyZM3GSvtGCPsGYIkh94NGp-3E8Ezp8ioONeRaEC6kz-LNrk13vlx0TTUOpZrDyfcLegFRZVF8w1gInhR-GWzT0VW_eFDOjOSyRRjcbQrhZ9G9NG-KCcbsMIBFrT/s320/Djamila+Ribeiro+-+Quem+tem+medo+do+feminismo.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b>Djalma Ribeiro -<br />Quem tem medo do feminismo negro?</b></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
O livro de <b>Djamila Ribeiro</b>, <i>Quem tem medo do feminismo negro?</i> inicia com sua autobiografia.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Destaca a infância e juventude, a convivência com sua avó Billie Holiday, a quem a convivência a faria distante de seu sentimento de inadequação, medo e dor nas relações sociais, sejam escolares ou onde residia. Convivência que lhe traria sentido de vida, pois sua infância e juventude foi marcada pelo impedimento da fala e uma existência plena em diversos espaços.</div>
<br />
A mentira entra em sua história de vida ainda na juventude, para suportar a dor da exclusão a que era exposta.<br />
<br />
Mesmo cursando jornalismo, a vaga que lhe coube em uma empresa foi a de faxineira, a qual agarrou a oportunidade oferecida pois precisava manter as mensalidades da faculdade.<br />
<br />
Após a morte da mãe e pai doente, se permitiu sair do ciclo de exclusão e se demitir da empresa que não a promovia porque "o chefe gosta muito do seu café, em time que se está ganhando não se mexe".<br />
<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaIcPng3pLlbCRUM8jllG0hwMqP6CdoewRPVhoAWxlKlKQpOTR0_TsAs62Ka2-WjNFnQ8Zibk9yPCTvgnyzAIJ3UFloG6F_Nh5q6dig-jvLs5Uc2MJwEPFN2y4UPymbSt7vFrepsey7Muq/s1600/Djamila+Ribeiro+-+Quem+tem+medo+do+feminismo++-+contracapa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1058" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaIcPng3pLlbCRUM8jllG0hwMqP6CdoewRPVhoAWxlKlKQpOTR0_TsAs62Ka2-WjNFnQ8Zibk9yPCTvgnyzAIJ3UFloG6F_Nh5q6dig-jvLs5Uc2MJwEPFN2y4UPymbSt7vFrepsey7Muq/s320/Djamila+Ribeiro+-+Quem+tem+medo+do+feminismo++-+contracapa.jpg" width="211" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b>Djamila Ribeiro<br /> - Quem tem medo do feminismo negro?</b></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Somente quando trabalhou na <i>Casa de Cultura da Mulher Negra</i> redescobriu sua força.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Trabalhando na biblioteca conviveu com autores como <b>bell hooks</b>, <b>Carolina Maria de Jesus</b>, <b>Lima Barreto</b>, <b>Sueli Carneiro</b>, <b>Alice Walker</b>, T<b>oni Morrison</b>.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Aprendeu a falar por outras vozes, a se enxergar por outras perspectivas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Notou que as especificidades das mulheres negras não eram consideradas, descobriu pelo olhar de autores outros a invisibilidade da mulher negra como sujeito do feminismo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Com <b>Chimamanda Ngozi Adichie</b>, escritora Nigeriana alertou sobre os perigos da história única e importância de se pensar estratégias para garantir essa multiplicidade de histórias.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Assim de autores como <b>bell hooks</b>, teórica e ativista estadunidense, a visão de compartilhamento de mulheres negras e brancas contra o sexismo foi uma perspectiva ganha.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Entre dar aulas em cursinhos comunitários e trabalhar como voluntária em ações sociais e trabalhar na biblioteca os textos escritos para a revista da ONG se ampliam em reflexões, identificando a máscara do silêncio que a oprime e se fortalecendo para falar pelos orifícios da mesma máscara que necessita ser estilhaçada.<br />
<br />
Saber da dúvida de sua origem histórica queimada (Nigéria ou Guiné-Bissau) nos documentos relacionados à escravidão a fortaleceu a contar sua história.<br />
<br />
Pelos olhos de <b>Toni Morrison</b> escritor, redescobriu o direito ao acesso ao amor que lhe fora negado.<br />
<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<i>"O amor nunca é melhor do que </i><i>o amante. </i></div>
<div style="text-align: center;">
<i>Quem é mau, ama com </i><i>maldade, </i></div>
<div style="text-align: center;">
<i>o violento ama com violência,</i></div>
<div style="text-align: center;">
<i>o fraco ama com fraqueza,</i></div>
<div style="text-align: center;">
<i>gente estúpida ama com estupidez </i></div>
<div style="text-align: center;">
<i>e o amor de um homem livre nunca é seguro".</i></div>
<div style="text-align: center;">
(o olho mais azul - Toni Morrison).</div>
<br />
<br />
Segue redescobrindo sua força nos textos de <b>Alice Walter</b>, autora de<i> A cor púrpura</i> e <i>De amor e desespero: História de mulheres negras</i>.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ler <b>Patricia Hill Collins</b> a fez perceber a estratégia de ver a força da falta como mola propulsora de construção de pontes.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Segue pesquisando autores como a historiadora negra <b>Beatriz Nascimento</b>, <b>Suelli Carneiro</b>, fundadora do <i>Geledés, Instituto da Mulher Negra</i> e autora de "<i>Enegrecer o feminismo. A situação da mulher negra na América Latina"</i>, que afirma que ao falar de mulheres, deve-se utilizar a pergunta de que mulheres estamos falando. Mulheres não são como um bloco único - elas possuem pontos de partida diferentes. Fala da importância de dar nome e trazer à visibilidade para se restituir a humanidade.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Conclui que busca pelo alargamento do conceito de humanidade, pois vê essa luta como essencial e urgente, pois enquanto se veem em risco, a humanidade toda corre risco.<br />
<br />
O livro segue com a seleção de artigos publicados no <i>blog</i> da <i>CartaCapital</i> entre 2014 a 2017:<br />
<br />
"O verdadeiro humor dá um soco no fígado de quem oprime".<br />
Quando opiniões também matam.<br />
Seja racista e ganhe fama e empatia.<br />
Falar em racismo reverso é como acreditar em unicórnios.<br />
As diversas ondas do feminismo acadêmico.<br />
Mulher negra não é fantasia de carnaval.<br />
Quem tem medo do feminismo negro?<br />
A vingança do Goleiro Barbosa.<br />
Uma mulher negra no poder incomoda muita gente.<br />
Repúdio ao blackface.<br />
Zero hora, vamos falar de racismo?<br />
A hipocrisia em xeque.<br />
O racismo dos outros.<br />
Ser contra as cotas raciais é concordar com a perpetuação do racismo.<br />
Cansado de ouvir sobre machismo e racismo?<br />
Respeitem Serena Williams.<br />
Homens brancos podem protagonizar a luta feminista e antirracista?<br />
Quem se responsabiliza pelo abandono da mãe?<br />
Para as meninas quilombolas a hashtag não chega.<br />
Simone de Beauvoir e a imbecilidade sem limite dos outros.<br />
"E se sua mãe tivesse te abortado?"<br />
Nem mulatas do Gois nem dentro de Grazi Massafera.<br />
Vidas negras importam ou a comoção é seletiva?<br />
Xuxa e a fetichização da pobreza.<br />
"O racismo é uma problemática branca", diz Grada Kilomba.<br />
"Bela, recatada e do lar": Que coisa mais 1792.<br />
O que a miscigenação tem a ver com a cultura do estupro?<br />
Eduardo Paes e a desumanização da mulher negra.<br />
Feminismo negro para um novo marco civilizatório.<br />
O mito da mulher moderna.<br />
Racismo: Manual para os sem-noção.<br />
O que é o empoderamento feminino?<br />
Estrangeira no próprio país.<br />
A Mulata Globeleza: Um manifesto.<br />
<br />
<br />
<b>Djamila Ribeiro</b> nasceu em Santos, em 1980. Mestre em filosofia politica pela <i>Unifesp</i> e colunista das revistas <i>Elle</i> e <i>CartaCapital</i> on-line, foi secretária-adjunta de <i>Direitos Humanos e Cidadania da cidade de São Paulo</i>. Coordena a coleção <i>Feminismos Plurais</i>, da editora <i>Letramento</i>, pela qual lançou o livro <i>O que é lugar de fala? (2017)</i>.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
nostodoslemoshttp://www.blogger.com/profile/00666488587444765403noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9135229873286100548.post-81430042582300172552020-04-28T00:31:00.004-02:002020-04-28T00:45:52.807-02:00Festival Varilux de Cinema Francês em casa<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMGEaObzgkwhUdBsaDXj0ad5lYT7ConDOJ8Ygq2gnhqy7bIN6DOzLhDh7r62O_6K__rX_1KkGLHeuhu0J8gYOeEk6drww0TfSzz93IJAOGR6yjl_uq7YLDUz7b2sTiawyhLMuv6dbBvLt4/s1600/Cyrano+Mon+Amour.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="291" data-original-width="200" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMGEaObzgkwhUdBsaDXj0ad5lYT7ConDOJ8Ygq2gnhqy7bIN6DOzLhDh7r62O_6K__rX_1KkGLHeuhu0J8gYOeEk6drww0TfSzz93IJAOGR6yjl_uq7YLDUz7b2sTiawyhLMuv6dbBvLt4/s320/Cyrano+Mon+Amour.jpg" width="219" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b>Festival Varilux de Cinema Francês em casa</b></td></tr>
</tbody></table>
<div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
O <b><a href="http://festivalvariluxemcasa.com.br/">Festival Varilux de cinema Francês em casa</a></b> está disponibilizando, a seleção de 50 grandes filmes que estiveram nos últimos <i>festivais de cinema Francês VARILUX</i>.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Um iniciativa solidária, patrocinada pela Embaixada da França no Brasil e ESSILOR/VARILUX e pela Bonfilm para amenizar os dias de quarentena.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
São <a href="https://www.youtube.com/watch?v=j9Jv7_uw91Q&feature=emb_title">filmes </a>de <a href="http://festivalvariluxemcasa.com.br/tipos-de-filmes">comédias, dramas, fantásticos, históricos e infantis</a> que estarão disponíveis até o dia 25 de agosto do ano de 2020.<br />
<br />
Excelente iniciativa!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
nostodoslemoshttp://www.blogger.com/profile/00666488587444765403noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9135229873286100548.post-88760520733762268882020-03-26T05:48:00.001-02:002020-05-18T00:34:02.402-02:00Jane Austen - Amor e Amizade<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSnQWh21dw_8LkQM4LPhfDXGm1Tk29EdhW3zSeBD6TenuZSElItofrjUfSnQeryKxs905EUmd1W57FgTmKZIY9INfkY1vvLMQMWn2ZtB-3IA2YJC_4p9lsh2amWpKCPxx9-4zd63fWFIqO/s1600/Jane+Austen+-+Amor+e+Amizade.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="962" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSnQWh21dw_8LkQM4LPhfDXGm1Tk29EdhW3zSeBD6TenuZSElItofrjUfSnQeryKxs905EUmd1W57FgTmKZIY9INfkY1vvLMQMWn2ZtB-3IA2YJC_4p9lsh2amWpKCPxx9-4zd63fWFIqO/s320/Jane+Austen+-+Amor+e+Amizade.jpg" width="192" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b>Jane Austen - Amor e Amizade<br />Livro de Bolso - L&PM Pocket</b></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
AMOR E AMIZADE</div>
<div style="text-align: center;">
Enganada na amizade e traída no amor</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
CARTA PRIMEIRA</div>
<div style="text-align: justify;">
<i>De Isabel para Laura</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
Com que frequência, em resposta às minhas repetidas súplicas para que você transmitisse à minha filha um detalhamento regular das desgraças e aventuras de sua vida, você disse: "Não, minha amiga, jamais atenderei seu pedido até que eu possa já não correr perigo de experimentar outras assim terríveis".</div>
<div style="text-align: justify;">
Esse momento está chegando agora, por certo. Você completa 55 anos no dia de hoje. Se alguma vez é possível, dizer, de uma mulher, que ela está a salvo da determinada perseverança de desagradáveis amantes e das cruéis perseguições de obstinados pais, por certo deve ser em tal momento de vida.</div>
<div style="text-align: right;">
<i> Isabel</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
CARTA SEGUNDA</div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Laura para Isabel</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
Embora eu não possa concordar com você na suposição de que nunca mais me verei exposta a desgraças tão imerecidas como aquelas que já experimentei, mesmo assim, para evitar a imputação de teimosia ou má índole, vou satisfazer a curiosidade de sua filha; e tomara que a fortitude com a qual sofri as inúmeras aflições de minha vida pregressa lhe provem ser uma lição proveitosa para o apoio daqueles que porventura lhe sucedam em sua própria vida.</div>
<div style="text-align: right;">
<i>Laura</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i></i><br />
<a name='more'></a><i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
CARTA TERCEIRA<br />
<i>Laura para Marianne</i><br />
<i><br /></i>
Na condição de filha da minha mais íntima amiga, creio que você tem o direito de conhecer minha infeliz história, que sua mãe tantas vezes me pediu para contar.<br />
Meu pai era um nativo da Irlanda e um habitante de Gales; minha mãe era filha ilegítima de um fidalgo escocês com uma cantora de ópera italiana - nasci na Espanha e recebi minha educação em um convento na França.<br />
Tendo alcançado meu décimo oitavo ano, fui chamada de volta por meus pais a meu teto paterno em Gales. Nossa mansão situava-se numa das partes mais românticas do Vale de Usk. Embora meus encantos estejam agora consideravelmente abrandados e um tanto prejudicados pelos infortúnios enfrentados por mim, fui linda outrora. Contudo, por mais adorável que eu fosse, as graças de mina pessoa eram as menores das minhas perfeições. De cada talento habitual a meu gênero eu era soberana. Quando no convento, meu progresso sempre havia sucedido minhas instruções, meus conhecimentos haviam se mostrado prodigiosos para minha idade, e eu logo ultrapassara minhas mestras.<br />
Em minha mente, centravam-se todas as virtudes que podiam adorná-la; ela era o rendez-vous de todas as boas qualidades e todos os sentimentos nobres.<br />
Meu único defeito, se de defeito podemos chamá-lo, era uma sensibilidade tremulamente vívida, demasiado atenta a cada aflição de meus amigos, meus conhecidos e, em particular, a cada uma de minhas próprias aflições. Ai de mim, como isso mudou agora! Embora meus próprios infortúnios, com efeito, não causem menos impressão em mim do que jamais causaram, agora, no entanto, nunca sinto nada pelos infortúnios de outrem. Meus talentos também começam a desvanecer - não consigo nem cantar tão bem nem dançar com a mesma graciosidade de outrora - e esqueci completamente o "Minuet Dela Cour".<br />
Adieu,<br />
<div style="text-align: right;">
<i>Laura</i></div>
<br />
CARTA QUINTA<br />
<i>Laura para Marianne</i><br />
<i><br /></i>
Certa noite de dezembro, enquanto meu paim minha mãe e eu empreendíamos conversação social em torno de nossa lareira, fomos acometidos, de súbito, por grande assombro com o som de uma batida violenta na porta externa de nosso rústico casebre.<br />
Meu pai sobressaltou-se.<br />
- Que ruído será esse? - disse ele.<br />
- Parecem ser fortes pancadas na porta - respondeu minha mãe.<br />
- É o que parece mesmo - exclamei.<br />
- Sou da sua opinião - disse meu pai. - O ruído parece certamente proceder de alguma violência incomum exercida contra nossa inocente porta.<br />
- Sim - exclamei eu -, não consigo deixar de pensar que só pode ser alguém que bate com intenção de entrar.<br />
- Essa é outra questão - retrucou ele. - Não devemos ter a pretensão de determinar quais seriam os motivos levando essa pessoa a bater... entretanto, que alguém <i>de fato</i> bate à porta, disso estou em parte convencido.<br />
Nesse instante, uma segunda e tremenda batida interrompeu meu pai em seu discurso, alarmando, em certa medida, a mim e minha mãe.<br />
- Não seria melhor irmos ver quem é? - disse ela. - Os criados não estão em casa.<br />
- Creio que sim - respondi eu.<br />
- Certamente - acrescentou meu pai -, sem sombra de dúvida.<br />
- Deveríamos ir agora? - perguntou minha mãe.<br />
- Quanto antes melhor - respondeu ele.<br />
- Ah! Não percamos tempo - exclamei.<br />
Assaltou nosso ouvidos uma terceira pancada, mais violenta do que nunca.<br />
- Estou certa de que alguém está batendo à porta - disse minha mãe.<br />
- Creio que só pode ser esse o caso - retrucou meu pai.<br />
- Julgo que os criados já retornaram - afirmei. - Tenho a impressão de ouvir Mary se dirigindo até a porta.<br />
- Fico contente - exclamou meu pai -, pois anseio por saber quem é.<br />
Eu tinha razão em minha conjectura, pois Mary, entrando naquele instante na sala, informou-nos de que se encontravam à porta um jovem cavalheiro e seu criado, os quais, perdidos em seu caminho, estavam com muito frio e pediam licença para se aquecerem junto ao nosso fogo.<br />
- Não vai recebê-los? = perguntei.<br />
- Tem alguma objeção, minha querida? - disse meu pai.<br />
- Nenhuma neste mundo - respondeu minha mãe.<br />
Mary, sem esperar ordens adicionais, deixou de pronto a sala e depressa retornou, introduzindo ali o jovem mais formoso e amável que eu jamais contemplara. O criado ela manteve para si.<br />
Minha natural sensibilidade já se vira em grande grau afetada pelos sofrimentos do desafortunado estranho, e, tão logo comecei a contemplá-lo, senti que dele a felicidade ou a desgraça de minha vida futura por certo dependeria.<br />
Adieu,<br />
<div style="text-align: right;">
Laura</div>
<br />
<i><br /></i>
CARTA SEXTA<br />
<i>Laura para Marianne</i><br />
<i><br /></i>
O nobre jovem nos informou de que seu nome era Lindsay - por razões particulares, entretanto, haveria de ocultá-lo aqui sob o nome Talbot. Contou-nos que era filho de um baronete inglês, que sua mãe por muitos anos deixara de existir e que ele tinha uma irmã de tamanho médio.<br />
- Meu pai - continuou ele - é um canalha mesquinho e mercenário... somente aos mais especiais amigos, como este querido grupo, eu assim delataria suas falhas. As suas virtudes, meu amável Polydore - (dirigindo-se a meu pai) -, as suas, cara Claudia, e as suas, minha encantadora Laura, induzem-me a depositar em vocês minha confidência.<br />
Fizemos uma mesura.<br />
- Meu pai, seduzido pelo falso brilho da fortuna e pela ilusória pompa dos títulos, insistiu que eu desse minha mão para Lady Dotothea. Não, nunca, exclamei eu, Lady Dorothea é adorável e cativante; mas prefiro nenhuma mulher a ela; mas saiba, senhor, que desprezo a ideia de me casar com ela em conformidade com seus desejos. Não! Jamais alguém dirá que fiz a vontade do meu pai.<br />
Todos admiramos a nobre virilidade de sua réplica. Ele continuou:<br />
Sir Edward ficou surpreso; talvez mal esperasse encontrar tão fogosa oposição a seu arbítrio. "De onde, Edward, por tudo que é mais espantoso", disse ele, "você tirou essa algaravia sem sentido? Você andou lendo romances, eu suspeito." Com desprezo, nem mesmo retruquei: teria dalgo abaixo de minha dignidade. Montei meu cavalo e, seguido por meu fiel William, tomei o rumo de minha tia. A casa de meu pai fica localizada em Bedfordshire, e a de minha tia em Middlesex e, embora eu assuma com lisonja ser dotado de tolerável proficiência em geografia, não sei como aconteceu, mas me vi entrando neste belíssimo vale, o qual constato ser situado no sul de Gales, quando imaginava ter chegado ao lar de minha tia. Depois de ter vagado por um tempo nas margens do Usk sem saber qual caminho seguir, comecei a lamentar meu cruel destino da maneira mais amarga e mais patética. Agora estava perfeitamente escuro, sequer uma estrela se fazia visível para orientar meus passos, e não sei o que poderia ter me acontecido não tivesse eu, por fim, discernido por entre o solene breu que me cercava uma luz distante, a qual, mediante aproximação, descobri ser o alegre fulgor desta lareira. Impelido pela combinação de infortúnio sob os quais eu labutara, a saber medo, fome e frio, não hesitei em pedir admissão, que por fim ganhei, e agora, minha adorável Laura - continuou ele, tomando minha mão -, quando poderei ter a esperança de receber a recompensa para todos os sofrimentos dolorosos enfrentados por mim durante o transcurso do meu afeto por você, ao qual desde sempre aspirei? Ah! Quando me recompensará consigo mesma?<br />
- Neste instante, querido e amável Edward - retruquei eu. Fomos imediatamente unidos por meu pai, que, embora nunca tivesse sido ordenado, fora criado com vistas à Igreja.<br />
Adieu,<br />
<div style="text-align: right;">
<i>Laura</i></div>
<br />
CARTA SÉTIMA<br />
<i>Laura para Marianne</i><br />
<i><br /></i>
Não permanecemos no Vale de Usk senão por poucos dias após nosso casamento. Depois de dar um emocionante adeus a meu pai, minha mãe e minha Isabel, acompanhei Edward até a casa de sua tia em Middlesex. Philippa recebeu a nós dois com todas as manifestações de amor afetuoso. Minha chegada foi de fato uma surpresa agradabilíssima para ela, pois não só se encontrava na mais completa ignorância quanto a meu casamento com seu sobrinho, como nunca sequer tomara o menor conhecimento da existência de tal pessoa no mundo.<br />
Augusta, a irmão de Edward, estava visitando-a quando chegamos. Julguei-a como sendo exatamente tal qual seu irmão a descrevera - de tamanho médio. Ela me recebeu com a mesma surpresa - mas não com a mesma cordialidade - de Philippa. Havia, em sua recepção a mim, uma frieza desagradável e uma reserva proibitiva que eram igualmente perturbadoras e inesperadas. Nos modos dela e na postura para comigo, naquele primeiro encontro, nenhuma dose de interessante sensibilidade ou amável simpatia teriam distinguido nossa apresentação uma à outra. Sua linguagem não era nem calorosa, nem afetuosa; suas expressões de deferência não eram nem animada, nem cordiais; seus braços não se abriram para me receber em seu coração, embora os meus tenham sido estendidos para pressioná-la junto ao meu.<br />
Uma sucinta conversação entre Augusta e seu irmão, acidentalmente ouvida por mim, intensificou minha aversão por ela e me convenceu de que seu coração não era mais formado para os laços brandos do amor do que para o terno intercurso da amizade.<br />
- Mas você crê que meu pai algum dia irá se conformar com essa união imprudente? - perguntou Augusta.<br />
- Augusta - disse o nobre jovem -, eu pensava que sua opinião a meu respeito seria melhor, sendo-lhe impossível imaginar que eu poderia me desagradar tão abjetamente a ponto de considerar a concordância de meu pai em qualquer um de meus assuntos, sejam eles importantes ou do meu interesse. Diga-me, Augusta, com sinceridade: alguma vez me viu consultando as inclinações dele ou seguindo seu conselho na mais banal das insignificâncias desde meus quinze anos de idade?<br />
- Edward - respondeu ela -, sem dúvida se mostra acanhado demais no louvor a si mesmo. Desde os quinze anos, apenas? Meu caro irmão, concedo-lhe total absolvição, desde os seus cinco anos de idade, de jamais ter contribuído voluntariamente para a satisfação de seu pai. Mesmo assim, não descarto meus receios de que você possa ser obrigado, dentro em breve, a degradar-se perante seus próprios olhos procurando sustento para sua esposa na generosidade de Sir Edward.<br />
- Jamais, Augusta, jamais me rebaixarei tanto - disse Edward. - Sustento! De quais sustentos Laura irá precisar que não possa receber de mim?<br />
- Somente os sustentos muito insignificantes de mantimentos e bebida - respondeu ela.<br />
- Mantimentos e bebida! - exclamou meu marido de modo desdenhoso e muitíssimo nobre.<br />
- E imaginas tu, então, não existir outro sustento para uma mente exaltada (como no caso de minha Laura) do que o mesquinho e indelicado emprego de comida e bebida?<br />
- Nenhum quem eu conheça como tão eficaz - devolveu Augusta.<br />
- E você nunca sentiu, então, as aprazíveis dores do amor, Augusta? - disse meu Edward. - Acaso parece impossível, para seu vil e corrompido paladar, substituir com amor? Não consegue conceber o luxo de viver todas as aflições que a pobreza pode infligir na companhia do objeto de seu mais terno afeto?<br />
- Você é ridículo demais - disse Augusta - para discutir comigo. Entretanto, talvez com o tempo acabe convencido de que...<br />
Nesse instante, fui impedida de ouvir o restante de sua fala pelo aparecimento de uma jovem muito bem-apessoada, introduzida no recinto pela porta junto à qual eu estivera escutando. Ao ouvir seu nome ser anunciado como "Lady Dorothea", de pronto abandonei meu posto e a segui rumo à sala, pois eu bem lembrava tratar-se da dama oferecida como esposa para meu Edward pelo cruel e implacável baronete.<br />
Conquanto a visita de Lady Dorothea visasse nominalmente a Philippa e Augusta, tenho certa razão para imaginar que (inteirada do casamento e da chegada de Edward) me ver era um motivo principal de sua vinda.<br />
Logo percebi que, embora adorável e elegante em sua pessoa e embora afável e polida em seu trato, ela pertencia, no tocante a delicada emoção, ternos sentimentos e refinada sensibilidade, à categoria inferior de criaturas da qual Augusta era integrante.<br />
Não permaneceu senão pro meia hora e, no decurso de sua visita, nem me confidenciou qualquer um de seus pensamentos secretos, nem solicitou a mim que lhe confidenciasse qualquer um dos meus. Portanto, você poderá imaginar com facilidade, minha querida Marianne, que não pude sentir qualquer afeição ardente ou muito sincero apego por Lady Dorothea.<br />
Adieu,<br />
<div style="text-align: right;">
<i>Laura</i></div>
<br />
<br />
CARTA OITAVA<br />
<i>Laura para Marianne, em continuação</i><br />
<br />
Lady Dorothea mal havia nos deixado quando outro visitante, tão inesperado quanto sua senhoria, foi anunciado. Era Sir Edward, o qual, informado por Augusta quanto ao casamento do irmão, viera sem dúvida repreendê-lo por ter ousado unir-se a mim sem seu conhecimento. Edward, porém, antevendo seu desígnio, aproximou-se do pai com heroica fortitude tão logo este adentrou a sala e dirigiu-se a ele da seguinte maneira:<br />
- Sir Edward, sei qual é o motivo de sua viagem para cá... O senhor chega com o abjeto desígnio de me repreender por ter ingressado em indissolúvel enlace com minha Laura sem seu consentimento. Mas, senhor, vanglorio-me do ato. É a maior de minhas jactâncias o fato de que provoquei o desgosto de meu pai!<br />
Assim falando, tomou minha mão e, enquanto Sir Edward, Philippa e Augusta sem dúvida refletiam com admiração sobre sua impávida bravura, levou-me daquele aposento direto à carruagem de seu pai, ainda estacionada junto à porta, na qual fomos instantaneamente transportados para longe da perseguição de Sir Edward.<br />
Os postilhões haviam recebido ordem, a princípio, de seguir pela estrada de Londres; tão logo havíamos refletido em medida suficiente,no entanto, ordenamos-lhes que tocassem para M**, morada do mais íntimo amigo de Edward, distante poucas milhas.<br />
A M** chegamos dentro de poucas horas e, mandando anunciar nossos nomes, fomo admitidos de imediato ao encontro de Sophia, esposa do amigo de Edwar. Depois de ter sido privada de uma verdadeira amiga (pois assim denomino, Marianne, a sua mãe) durante o decurso de três semanas, imagine meu arrebatamento na contemplação de outra, muito genuinamente digna do nome. Sophia alçava-se um tanto acima do tamanho médio, muitíssimo elegante nas proporções. Um suave langor disseminava-se por suas feições adoráveis, intensificando-lhes, porém, a beleza. Era a característica de sua mente: ela era toda emoção e sensibilidade. Voamos aos braços uma da outra e, tendo trocado votos de amizade recíproca para o resto de nossas vidas, no mesmo instante desvelamos uma à outra os mais escondidos segredos de nossos corações. Fomos interrompidas na deliciosa ocupação pela entrada de Augustus (o amigo de Edward), recém-retornado de uma perambulação solitária.<br />
Nunca em minha vida testemunhei tão comovente cena como a do encontro de Edward e Augustus.<br />
- Minha vida! Minha alma! - exclamou o primeiro.<br />
- Meu anjo encantador! - disse o segundo, enquanto se jogavam um nos braços do outro.<br />
Era patético demais para os sentimentos de Sophia e os meus - desmaiamos alternadamente num sofá.<br />
Adieu,<br />
<div style="text-align: right;">
<i>Laura</i></div>
<div style="text-align: right;">
<br /></div>
<i><br /></i>CARTA NONA<br />
<i>Da mesma para a mesma</i><br />
<br />
Mais pra o fim do dia, recebemos a seguinte carta de Philippa:<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<i> Sir Edward encontra-se imensamente inflamado por sua partida abrupta; levou Augusta de volta para Bedfordshire. Por mais que eu deseje desfrutar outra vez de sua deleitável companhia, não consigo tomar a resolução de arrancá-lo de onde está, em meio a tão queridos e meritórios amigos. Quando sua visitação a eles estiver terminada, você irá retornar, confio, aos braços de sua</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>Philippa</i></div>
<br />
<br />
Retribuímos com uma resposta adequada a esse bilhete afetuoso, e, depois de agradecer-çhe por seu gentil convite, asseguramos-lhe de que certamente haveríamos de nos valer dele quando quer que nos ocorresse não ter outro lugar para ir. Embora com certeza nada pudesse ter parecido mais satisfatório a qualquer criatura razoável do que tão grata réplica a seu convite, mesmo assim, não sei como, mas ela certamente se mostrou caprichosa o bastante para ficar descontente com nosso comportamento e, passadas poucas semanas, fosse para se vingar de nossa conduta ou para aliviar sua própria solidão, casou-se com um jovem e iletrado caçador de dotes. Esse passo imprudente (embora tivéssemos noção de que provavelmente nos deixaria privados do dote que Philippa sempre nos permitiria esperar) não pôde, segundo nós mesmo admitimos, extrair de nossas mentes exaltadas um único suspiro; contudo, temerosa de que tal passo pudesse provar ser fonte de interminável infelicidade à noiva iludida, nossa trêmula sensibilidade viu-se em grande grau afetada quando recebemos a primeira informação do acontecimento. As súplicas afetuosas de Augustus e Sophia no sentido de que para sempre considerássemos sua casa como nosso lar nos persuadiram facilmente a determinar que nunca mais haveríamos de abandoná-los.<br />
Na companhia de meu Edward e desse amável par, passei os mais felizes momentos de minha vida; nosso tempo era passado da mais deleitável maneira, em mútuos protestos de amizade e em votos de amor inalterável, dos quais éramos protegidos de qualquer interrupção por parte de intrometidos e desagradáveis visitantes, pois Sophia e Augustus haviam tomado, no instante inicial de seu ingresso na vizinhança, o devido cuidado de informar às famílias circundantes, que, como sua felicidade centrava-se de todo em si mesmo, não desejavam outra companhia.<br />
Porém, ai de mim!, minha querida Marianne, tamanha felicidade como então desfrutada por mim era perfeita demais para ser duradoura. Um golpe muitíssimo severo e inesperado destruiu de uma só vez todas as sensações de prazer. Por tudo que já lhe contei a respeito de Augustus e Sophia, convencida como você deve estar de que jamais houve casal mais feliz, imagino nem precisar lhe informar de que a união dos dois havia contrariado as inclinações de seus cruéis e mercenários pais, os quais haviam empenhado esforços, em vão, com obstinada perseverança, para forçá-los ao casamento com aqueles a quem tinham sempre abominado; porém, com fortitude heroica e digna de ser relatada e admirada, ambos haviam constantemente se recusado a ceder a tão despótico poder.<br />
Depois de terem com muita nobreza se desembaraçado dos grilhões da autoridade parental por meio de um casamento clandestino, os dois determinaram-se jamais abrir mão da boa opinião que assim agindo haviam conquistado no mundo aceitando quaisquer propostas de reconciliação que pudessem lhes ser oferecidas por seus pais - a essa provação adicional de sua nobre independência, entretanto, eles nunca se viram expostos.<br />
Não estavam casados senão por poucos meses quando nossa visitação a eles começou, tempo esse durante o qual haviam sido amplamente sustentados por uma confortável soma de dinheiro, furtada graciosamente por Augustus da escrivaninha de seu indigno pai alguns dias antes de sua união com Sophia.<br />
Com nossa chegada, suas despesas aumentaram em considerável medida, embora seus meios para supri-las estivessem então quase esgotados. Mas os dois, exaltadas criaturas!, desprezavam a hipótese de refletir sequer por um momento sobre suas aflições pecuniárias, e teriam corado perante a ideia de pagar suas dívidas. Ai deles!, qual foi a recompensa por tão desinteressado comportamento? O belo Augustus foi preso, e todos nós ficamos arruinados. Tal pérfida traição por parte dos impiedosos perpetradores do feito chocará sua meiga índole, queridíssima Marianne, tanto quanto afetou, na ocasião, as delicadas sensibilidades de Edward, de Sophia, de sua Laura e do próprio Augustus. Para completar tão incomparável barbaridade, fomos informados de que uma execução legal teria lugar dentro em breve. Ah! O que poderíamos fazer, afora o que fizemos? Suspiramos e desmaiamos no sofá.<br />
Adieu,<br />
<div style="text-align: right;">
<i>Laura</i></div>
<div style="text-align: right;">
<br /></div>
<br />
CARTA DÉCIMA<br />
<i>Laura em continuação</i><br />
<i><br /></i>
Quando nos vimos em certa medida recuperados das efusões avassaladoras de nosso pesar, Edward desejou que considerássemos qual seria o passo mais prudente a tomar em nossa infeliz situação enquanto ele seguisse ao encontro de seu amigo aprisionado para prantear seus infortúnios. Prometemos que faríamos isso, e ele partiu em sua jornada rumo à cidade. Durante sua ausência, fielmente cumprimos seu desejo e, após a mais madura deliberação, por fim concordamos que a melhor coisa que poderíamos fazer seria sair de casa, da qual esperávamos que os oficiais de justiça tomassem posse a qualquer momento.<br />
Aguardamos com a maior impaciência, portanto, pelo retorno de Edward de modo a lhe comunicar o resultado de nossas deliberações. Nenhum Edward apareceu, no entanto. Em vão contamos os tediosos momentos de sua ausência - em vão choramos - em vão suspiramos - Edward algum retornou. Era um golpe cruel demais, inesperado demais a nossa meiga sensibilidade - não nos era possível suportá-lo - só nos era possível desmaiar. Por fim, reunindo a máxima resolução de que eu era soberana, levantei-me e, após embalar algum vestuário necessário a Sophia e a mim, arrastei-a para uma carruagem solicitada por mim e no mesmo instante partimos para Londres. Como s habilitação de Augustus se situava a doze milhas da cidade, não demorou muito para chegarmos lá, e, tão logo havíamos adentrado Holbourn, baixei um dos vidros frontais para perguntar a todas as pessoas de aparência decente pelas quais passávamos: "Por acaso viu meu Edward?"<br />
Porém, como avançávamos depressa demais para lhes permitir que respondessem a minhas repetidas indagações, obtive pouca, ou, com efeito, nenhuma informação a respeito dele.<br />
- Para onde devo seguir? - perguntou o postilhão.<br />
- Para Newgate, gentil jovem - respondi - para vermos Augustus.<br />
- Ah!, não , não - exclamou Sophia -, não posso ir para Newgate; não serei capaz de suportar a visão de meu Augustus em tão cruel confinamento... meus sentimentos já foram suficientemente abalados pela <i>narração</i> de seus tormentos, e contemplá-los haverá de subjugar minha sensibilidade.<br />
Uma vez que concordei perfeitamente com ele na justiça de tais sentimentos, o postilhão foi orientado de pronto a retornar para o campo.<br />
Talvez você fique um tanto surpresa, minha queridíssima Marianne, na constatação de que durante a aflição enfrentada por mim, destituída de qualquer apoio e desprovida de qualquer habitação, eu não tenha me lembrado sequer uma vez de meu pai, minha mãe ou meu chalé paterno no Vale de Usk. Para explicar esse aparente esquecimento, devo informá-la de uma circunstância insignificante a respeito deles que ainda não mencionei. A morte de meus pais poucas semanas após minha partida é a ciscunstância à qual me refiro. Com seus falecimentos, tornei-me a herdeira legal de sua casa e fortuna. Porém, ai de mim!, a casa jamais havia sido deles, e a fortuna não passara de uma anuidade vitalícia. Tal [e a depravação do mundo! Ao encontro de sua mãe eu teria retornado com prazer, a ela eu teria com satisfação apresentado a minha encantadora Sophia, e na estimada companhia delas eu teria com alegria passado a porção restante de minha vida no Vale de Usk, não fosse a intervenção de um obstáculo è execução de tão agradável plano: o casamento e afastamento de sua mãe para uma região distante da Irlanda.<br />
Adieu,<br />
<div style="text-align: right;">
<i>Laura</i></div>
<br />
<i><br /></i>
<b>Jane Austen, Amor eAmizade & outras histórias, L&PM Pocket, livro de bolso, Tradução de Rodrigo Breunig, Prefácio de G.K. Chesterton.</b></div>
<div style="text-align: right;">
<br /></div>
nostodoslemoshttp://www.blogger.com/profile/00666488587444765403noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9135229873286100548.post-55292972714041897892019-08-31T16:45:00.000-02:002020-03-26T06:13:08.737-02:00Laurita de Souza Santos Moreira<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQiz_68xBcc985PTUQD1UhS6IgrVu2yJFNapcgCXKQbd5hbcuixwC55LID7an-v2oACJIF21LUtRyEjVeaWbBed3kL8eNfZ3Yk9rmSpeXjAzYv1SlPA4P2YzT24SZM3skSGq25oPNMX37f/s1600/Maca%25C3%25A9+-+RJ.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="864" data-original-width="1152" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQiz_68xBcc985PTUQD1UhS6IgrVu2yJFNapcgCXKQbd5hbcuixwC55LID7an-v2oACJIF21LUtRyEjVeaWbBed3kL8eNfZ3Yk9rmSpeXjAzYv1SlPA4P2YzT24SZM3skSGq25oPNMX37f/s320/Maca%25C3%25A9+-+RJ.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b>Macaé - RJ<br />Imagem: Lígia Guedes</b></td></tr>
</tbody></table>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
IGREJINHA DE SANTANA<br />
<br />
Bem do alto da colina<br />
confortavelmente está<br />
igrejinha tão singela<br />
outra igual assim não há.<br />
Igrejinha de Santana,<br />
cheia de graça...<br />
Suas graças a derramar<br />
Igrejinha mãe-criança,<br />
a Macaé embalar e ensinar a caminhar.<br />
Olha a cidade crescer, o rio serpentear,<br />
acompanhando as mudanças<br />
que o progresso faz chegar,<br />
misturando a maresia cheiro garapa-café...<br />
<br />
<a name='more'></a><br /><br />
Teatro Santa Isabel, Alfândega, modistas francesas,<br />
Balneário da Imbetiba - Macaé Porto de Mar.<br />
Vê o Godofredo partir, vê o Rixales chegar.<br />
<br />
Pesseguete, mãe-benta...<br />
Jocotó, Papa Lambida...<br />
Nada foge ao seu olhar<br />
Diligente a velar, abençoar,<br />
Suas graças derramar.<br />
<br />
O evento do petróleo<br />
raças-credos misturou<br />
do mundo o olhar voltou<br />
<br />
À igrejinha-menina, seu olhar nunca faltou<br />
na bonança ou na procela<br />
Santana cheia de graça, Macaé abençoou<br />
Santana cheia de graça, suas graças derramou.<br />
<br />
Igrejinha de Santana,<br />
Lá no alto da colina,<br />
Igreja cheia de graça<br />
igrejinha mãe-menina.<br />
<br />
<br />
Laurita de Souza Santos Moreira, Igrejinha de Santana, págs 55-56<br />
<br />
<span style="text-align: center;">Palavra Expressa / org. Rosane Machado Carvalho, Gerson Dudus, Carla Pereira Silva.<br />Rio de Janeiro: Imprimatur, 2008.</span><br />
<br />nostodoslemoshttp://www.blogger.com/profile/00666488587444765403noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9135229873286100548.post-71184390290925902672019-08-24T21:15:00.000-02:002019-08-31T16:33:40.727-02:00Mudinho - Manoel Ribeiro da Costa<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQIp_KQYnPHVdzqtXVSSLhiNHGtzu2IxuvwN34Z9b2rGaz1_bl2mMtSvWqgXmb8Nom_9xPG7dLcoITrFOViTIR7QLE93nsSA8HZQpF8v_jUNNty5B4-filGViIXv-J80sTiQuxOCoNfXkd/s1600/Mulher+rezando+-+Mudinho+-+Manoel+Ribeiro+da+Costa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="600" data-original-width="268" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQIp_KQYnPHVdzqtXVSSLhiNHGtzu2IxuvwN34Z9b2rGaz1_bl2mMtSvWqgXmb8Nom_9xPG7dLcoITrFOViTIR7QLE93nsSA8HZQpF8v_jUNNty5B4-filGViIXv-J80sTiQuxOCoNfXkd/s320/Mulher+rezando+-+Mudinho+-+Manoel+Ribeiro+da+Costa.jpg" width="142" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><a href="https://www.catalogodasartes.com.br/cotacao/obrasdearte/artista/Manoel%20Ribeiro%20da%20Costa%20-%20Mudinho%20-%201906-1987/ordem/inclusao_mais_recente/pagina/1/" target="_blank">Mulher Rezando -Mudinho - Manoel Ribeiro da Costa</a></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<b>Mudinho - Manoel Ribeiro da Costa</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>1906, Búzios/RJ</b></div>
<br />
Lavrador e pescador, Mudinho - Manoel Ribeiro da Costa, o Mudinho da Praia Rasa - sobreviveu com o irmão Alfredo à morte de 11 irmãos. Por amizade e dificuldade de audição e de fala, Mudinho morou com o irmão, a cunhada e os sobrinhos por longo tempo, vivendo de lavoura de subsistência e pesca. A vida de ambos melhorou quando a habilidade de trabalhar a madeira se tornou patente ao começarem a construir embarcações com toras de madeira. A destreza dos irmãos na carpintaria tornou-se conhecida e atraiu um dia a visita do artista José d´Ávila, que veio procurá-los em busca de esculturas. Mudinho resolveu fazê-las e esculpiu o primeiro trabalho em uma tora de jaqueira. A sua voa aceitação fez com que a escultura passasse a ser a primeira fonte de renda da família, que, no entanto, não abandonou de vez as atividades de pesca e plantio. Animais, fruteiras, gamelas e principalmente, figuras hieráticas de orantes, talhadas no vinhático, no jequitibá ou na copaíba, com síntese formal próxima à dos ex-votos nordestinos, constituem o repertório dos irmãos Ribeiro da Costa. As figuras, sentadas ou em pé, de homens e mulheres, mostram um tratamento sensível na representação de braços, pernas e pés. As cabeças, volumosas, harmonizam-se, no entanto, com a concepção geral da figura, mostrando algumas vezes vazados entre o cabelo e o rosto. O trabalho de Mudinho e Alfredo, valorizado pelos meios intelectuais carioca e fluminense, integra inúmeras coleções particulares, bem como o acervo do Museu do Ingá, da Fundação de Museus do Estado do Rio de Janeiro.<br />
<br />
<a name='more'></a><br /><br />
Mudinho - Manoel Ribeiro da Costa, Mudinho of Praia Rasa - farm worker and fisherman, survived with his brother Alfredo the death os 11 siblings. out of friendship and difficulty in hearing and speaking, Mudinho lived with his brother, sister-in-law and nieces and nephews for many years, living of subsistence farming and fishing. The life of both improved when their skill in working with wood came to the fore when they began to build vessels from tree trunks. The brother´s skill in carpentry became known and one day artist José d´Ávila visited them, looking for sculptures. Mudinho decided to make them and carved his first work in a log of a jackfruit tree. Its positive acceptance resulted in sculpture becoming the first source of income for the family, which did not, however, immediately abandon fishing and planting. The Ribeiro da Costa brothers create animals, fruit bowls, bowls and, principally, religious figures of the devout, carved in yellowwood, jequitiba or copal, with formal synthesis similar to that of the Northeastern ex-votos. The sitting or standing figures of men and women reveat a sensitive treatment in the way arms, legs and feet are carved. Their large heads harmonize, however, with the overall concept of the figure, sometimes showing hollows between the hair and face. Mudinho and Alfredo´s work, valorized by Rio and upstate intellectual milieus, is to be found in numerous private collections and in the collection of Ingá Museum, of the Rio de Janeiro State Foundation of Museums.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<br />
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "molengo"; font-size: 15.84px;">Fonte: </span><a href="http://nos-todos-lemos.blogspot.com/2010/07/lelia-coelho-frota-pequeno-dicionario.html" style="background-color: white; color: #6699cc; font-family: molengo; font-size: 15.84px; text-decoration-line: none;" target="_blank">Pequeno Dicionário da Arte do Povo Brasileiro - Século XX - Lélia Coelho Frota</a><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "molengo"; font-size: 15.84px;">, págs. 319-320.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
nostodoslemoshttp://www.blogger.com/profile/00666488587444765403noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9135229873286100548.post-49932800327063304932019-03-06T10:48:00.000-02:002020-03-26T06:14:40.367-02:00Um "Ser" Mulher - Do Útero à Luta - Exposição Fotográfica.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVS-X-JMJczONXr_ocsUgHVrdK9a8hOYiIpkMyeuu0tE32pGDhLl2O1ns37HBqpQPTVvsi3eVPylJBjTIcJ8b6b4WYbASy3Xkp7_P75yYfsqpG3T2cK830bWBiF8EiDhPQ89Bhd4oNzXT2/s1600/IMG-20190311-WA0009.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1136" data-original-width="640" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVS-X-JMJczONXr_ocsUgHVrdK9a8hOYiIpkMyeuu0tE32pGDhLl2O1ns37HBqpQPTVvsi3eVPylJBjTIcJ8b6b4WYbASy3Xkp7_P75yYfsqpG3T2cK830bWBiF8EiDhPQ89Bhd4oNzXT2/s400/IMG-20190311-WA0009.jpg" width="225" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b>Um "Ser" Mulher - Do Útero à Luta -<br />Exposição Fotográfica</b></td></tr>
</tbody></table>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Em Macaé (RJ), no período de <b>12 a 29.03.2019</b>, no <i>Museu Solar dos Mellos</i>, localizado no centro de Macaé, a exposição <b>"Um 'Ser' Mulher - do Útero à Luta"</b>.<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Artistas:</div>
<br />
<b>Lis Guedes Fraga</b><br />
23 anos, macaense, reside em Curitiba - PR onde é graduanda em Artes Visuais e professora. Fotógrafa há 4 anos, tendo percorrido diversos caminhos da sua linguagem fotográfica, encontra hoje na fotografia de rua uma forma de exercer seu papel político e social enquanto mulher feminista.<br />
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKJGv7lDQayDU3EMMUoXVcuG68_buqvJIB5h7Mx3i9RxCmBSjmU7Q-x_dTR9ppT1lB5axmK2CnBZfiNxsnGUj_o9MwWrGeX9PCUipu06zQ26Wemetm-dyeiMVEMzLHs4_p6ly9wJ5e6qwj/s1600/tamanho+a3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1068" data-original-width="1600" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKJGv7lDQayDU3EMMUoXVcuG68_buqvJIB5h7Mx3i9RxCmBSjmU7Q-x_dTR9ppT1lB5axmK2CnBZfiNxsnGUj_o9MwWrGeX9PCUipu06zQ26Wemetm-dyeiMVEMzLHs4_p6ly9wJ5e6qwj/s320/tamanho+a3.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiU3_I3Im4hbUuya3Sxk4auEtpgOtNa7vTuzTkOBMvv4TO7MkkLkxsIOy3nsthd_dlK3pf8OuflwC8bwYr4ai2zdrs4A-bTKiMqELUmdvD95L8MnczAAiz5Zwjjm3gn1fp_AVC2FpPAfP6X/s1600/tamanho+a3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1068" data-original-width="1600" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiU3_I3Im4hbUuya3Sxk4auEtpgOtNa7vTuzTkOBMvv4TO7MkkLkxsIOy3nsthd_dlK3pf8OuflwC8bwYr4ai2zdrs4A-bTKiMqELUmdvD95L8MnczAAiz5Zwjjm3gn1fp_AVC2FpPAfP6X/s320/tamanho+a3.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<a name='more'></a><br /><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSVvh61PzT-odKR0HiVI13TCglpW4vop6ExtfAm9aGnxNWvBkT77FFeaA9AfmpCEQKOLCR5Q-jJd8si4nhUc0Rin45QqNIAbSP0Kvqt5QkupGWTn7FFQAMydCgjktvJs_hdTJIZIC7s7_S/s1600/tamanho+a3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1068" data-original-width="1600" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSVvh61PzT-odKR0HiVI13TCglpW4vop6ExtfAm9aGnxNWvBkT77FFeaA9AfmpCEQKOLCR5Q-jJd8si4nhUc0Rin45QqNIAbSP0Kvqt5QkupGWTn7FFQAMydCgjktvJs_hdTJIZIC7s7_S/s320/tamanho+a3.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguO-S457ocOBL1fh_a_KanTs0BstyeaMvrpUosPghbRz6ZfbNRcYNEp8DGtYUUjdZXz5qeUy1CsOluP9hwQ5ov3vKT6F5reE_hyphenhyphen54S8MOiVbIbruDezvphnohi1h3fcwjhzUWWx2ARubVv/s1600/tamanho+a3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1068" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguO-S457ocOBL1fh_a_KanTs0BstyeaMvrpUosPghbRz6ZfbNRcYNEp8DGtYUUjdZXz5qeUy1CsOluP9hwQ5ov3vKT6F5reE_hyphenhyphen54S8MOiVbIbruDezvphnohi1h3fcwjhzUWWx2ARubVv/s320/tamanho+a3.jpg" width="213" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgawuQlvMBTh2aNkW3E6i8rHesyKZpAZin8KAea4IF5PJ4rqAaZkN1kzHbYTf9o5Eo3tnA_H5Grzy4LVfGHKCDExtQRPaXoJyzwOIhIzxr4I4OL5mjiYboRs3yjHCb3-dnCNYbkrH7X8Yh1/s1600/tamanho+a4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1068" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgawuQlvMBTh2aNkW3E6i8rHesyKZpAZin8KAea4IF5PJ4rqAaZkN1kzHbYTf9o5Eo3tnA_H5Grzy4LVfGHKCDExtQRPaXoJyzwOIhIzxr4I4OL5mjiYboRs3yjHCb3-dnCNYbkrH7X8Yh1/s320/tamanho+a4.jpg" width="213" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiOyzfgqf8jEzJwd9lMADrc4yRxbwN_KnH7lVkoa79HbseESUWP8u3ePPbQWJks9xJmAXYSkog8BRInIoaznuBWZ-DU0ZYupmIFbYs-3PuBVmeb5mpDxEAOH0w6mL8y3u35BlLlKVBvAmZ3/s1600/tamanho+a4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1068" data-original-width="1600" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiOyzfgqf8jEzJwd9lMADrc4yRxbwN_KnH7lVkoa79HbseESUWP8u3ePPbQWJks9xJmAXYSkog8BRInIoaznuBWZ-DU0ZYupmIFbYs-3PuBVmeb5mpDxEAOH0w6mL8y3u35BlLlKVBvAmZ3/s320/tamanho+a4.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQ679xFYUqX_OaEG0IAurAtIVYC9ksieNCo8CzvXoLq-erNKHs8pcwb9I-wS2QflV7pwgChV_ZZskgP2CSAE35dcFdqswe99pokwH4PRacxkcNaxbNGSOVOGorRDeLySC_veCDG0JIuMma/s1600/tamanho+a4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1068" data-original-width="1600" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQ679xFYUqX_OaEG0IAurAtIVYC9ksieNCo8CzvXoLq-erNKHs8pcwb9I-wS2QflV7pwgChV_ZZskgP2CSAE35dcFdqswe99pokwH4PRacxkcNaxbNGSOVOGorRDeLySC_veCDG0JIuMma/s320/tamanho+a4.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsh4BbmfaNvLPu7gGbhnNFyP1nTuT1HB_Ejhypdtc7QBB3QuP4ACF4ZEQhirKDyoPBKC3tEsb2f5JZY8I3glsMSV_I_Hf0LjJMyWVy5LMQ1RvmAg1Hs_Soyj_exM_ti6VTviMCnVoimLdp/s1600/tamanho+a4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1068" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsh4BbmfaNvLPu7gGbhnNFyP1nTuT1HB_Ejhypdtc7QBB3QuP4ACF4ZEQhirKDyoPBKC3tEsb2f5JZY8I3glsMSV_I_Hf0LjJMyWVy5LMQ1RvmAg1Hs_Soyj_exM_ti6VTviMCnVoimLdp/s320/tamanho+a4.jpg" width="213" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfnTD8lWUyyO41toQJPiJTZO-FVOu7tzCnxRNh_Y5j4EKX4fPUagG8ZNMjOSMu9LaTLqBHUt3_D3HvXR8w-GZ2vYjqUSqwxuhEgpNYXHixM913WxoGj1ymDUDIZJiD2ixwCqYvvMLkwu9S/s1600/tamanho+a4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1068" data-original-width="1600" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfnTD8lWUyyO41toQJPiJTZO-FVOu7tzCnxRNh_Y5j4EKX4fPUagG8ZNMjOSMu9LaTLqBHUt3_D3HvXR8w-GZ2vYjqUSqwxuhEgpNYXHixM913WxoGj1ymDUDIZJiD2ixwCqYvvMLkwu9S/s320/tamanho+a4.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgICV79omdw1ImSV5nblkIXpu6uSOG-NQoni0OLaR7V-0jaWiKs5F1ZRuYzft_avVS8p-pud9TMp3pPnvdd72khzREwViu2JMZTT8bQ7kKQhUcgeG9xw1VO6bY5L9RrqmohoGMcCC1q3lZs/s1600/tamanho+a4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1068" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgICV79omdw1ImSV5nblkIXpu6uSOG-NQoni0OLaR7V-0jaWiKs5F1ZRuYzft_avVS8p-pud9TMp3pPnvdd72khzREwViu2JMZTT8bQ7kKQhUcgeG9xw1VO6bY5L9RrqmohoGMcCC1q3lZs/s320/tamanho+a4.jpg" width="213" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
Demais artistas:<br />
<br />
<b>Silvia Jardim</b><br />
<div style="text-align: justify;">
<b>Amanda Morais</b></div>
<b>Thuanni Guimarães</b><br />
<b>Munique Eilid</b><br />
<b>Chaynala Moret</b><br />
<b>Aline Prado</b><br />
<b>Letícia Paizante</b><br />
<b>Arthur Damasceno</b><br />
<b>Leandro Cunha</b><br />
<b>Xamin</b><br />
<b><br /></b>
nostodoslemoshttp://www.blogger.com/profile/00666488587444765403noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9135229873286100548.post-88553915020926961652019-02-08T20:53:00.002-02:002019-02-11T08:42:46.609-02:00Jorge de Lima<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXjt9GedGsx7CyY1KFv0kg0ey1A7O0lrj8uH6LeAKagtNtrnfvlqD3m7_QmLI9mCFqlQuObWlGWaFWX8JXqF1n9Yd4ZiFEsNR-JWBhw-Oh1VdBDI-mZn3jhHnfMFVtPLPC4sZrXxRa_BBe/s1600/Jorge+de+Lima.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="685" data-original-width="912" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXjt9GedGsx7CyY1KFv0kg0ey1A7O0lrj8uH6LeAKagtNtrnfvlqD3m7_QmLI9mCFqlQuObWlGWaFWX8JXqF1n9Yd4ZiFEsNR-JWBhw-Oh1VdBDI-mZn3jhHnfMFVtPLPC4sZrXxRa_BBe/s320/Jorge+de+Lima.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b>Jorge Mateus de Lima</b></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<b>Estou molhado dos limos primitivos</b></div>
<div style="text-align: center;">
<b>e ao mesmo tempo ressôo as trombetas finais</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><br /></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><br /></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><i>Nasce no dia 23 de abril, em União dos Palmares, AL</i></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><i>Morre em 15 de novembro no Rio de Janeiro - RJ</i></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b></b><br />
<b><br /></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b></b></div>
<b><br /></b>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Jorge de Lima nasceu no dia de São Jorge, e teve como madrinha Santa Maria Madalena, a padroeira de sua terra natal. Aos sete anos, já escrevia poesia. Adolescente, foi estudar no Colégio Diocesano, em Maceió, onde criou um jornalzinho, <i>O Corifeu</i>. Ali, publicou os primeiros versos e um romance escrito nos tempos de menino. Um dia, porém, em pleno recreio, um grupo de alunos rasgou toda a edição. Para se vingar dos colegas, Jorge de Lima passou a publicar nos melhores jornais da cidade. Foi assim que, de passagem por Maceió, Osório Duque Estrada leu o poema <i>O acendedor de lampiões</i>. Os elogios do autor da letra do Hino Nacional valeram a Jorge de Lima - então com 17 anos de idade - o título de "Príncipe dos Poetas das Alagoas".</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Formado pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, Jorge de Lima regressou a Maceió em 1915, para montar seu consultório médico. Atendia de graça aos mais humildes, visitando diariamente os doentes na periferia, um hábito que manteve a vida inteira. Este trabalho tornou-o tão popular na cidade, que ele foi eleito deputado estadual. Casou-se, em 1925, com D. Ádila, com quem teve um casal de filhos, e voltou definitivamente ao Rio de Janeiro em 1930. O escritório que instalou na Cinelândia tornou-se ponto de encontro de escritores, como José Lins do Rego e Murilo Mendes. No final dos anos 40, foi eleito para a Câmara dos Vereadores da cidade, onde chegou a presidente.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<a name='more'></a><br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Médico, ensaísta, professor, historiador, político, tradutor, romancista, pintor, escultor, o poeta Jorge de Lima começou escrevendo sonetos e alexandrinos no estilo parnasiano. Mas, já em seu segundo livro, surpreenderia com o verso livre de caráter regionalista. A adesão ao Modernismo veio como uma evolução natural de sua poesia. Ele diria a respeito: "Espíritos imaginosos inventaram mitos sobre minha "conversão", subestimando o fato de que meu processamento lírico me levaria até uma norma poética mais livre e ampla. Foi aí que nasceram <i>Essa Negra Fulô </i>e outros poemas de temática nativa".<br />
<br />
Após esta fase, a poesia de Jorge de Lima ganha contornos de religiosidade e misticismo, o que ao mesmo tempo o aproxima dos surrealistas. Em Tempo e eternidade, escrito em parceria com o amigo Murilo Mendes, o poeta propõe a "restauração da Poesia em Cristo". A obra foi recebida com reservas pelos modernistas de então, o que o levou a comentar: "Não faltaram as incompreensões e as molecagens intelectuais que ainda continuam em moda no Brasil. Escrevi sempre o que desejei escrever, e se hoje me dedico a outras tentativas de arte, não é porque ache bonito ser romancista ou pintor, mas porque essas necessidades de vidência se impuseram dentro de mim, chegando a constituir uma condição essencial de minha vida total, verdadeira, absoluta."<br />
<br />
Com Invenção de Orfeu, seu último livro, Jorge de Lima propõe uma modernização do gênero épico. Neste poema, dividido em 10 cantos, utilizando as mais diversas formas e ritmos, o poeta recorre a citações de várias origens: <i>A divina comédia</i>, <i>Eneida</i>, <i>Os Lusíadas</i>, <i>O paraíso perdido</i>, a <i>Bíblia</i>. Ligando trechos dessas obras através do processo de colagem, Jorge de Lima produziu um poema extremamente hermético, cujo herói "é o poeta frente ao mundo apocalítico de hoje, com os seus terrores, as suas ameaças de destruição, os seus vícios e as suas desgraças".</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Místico e visionário, Jorge de Lima é amado e venerado como grande mestre por poetas de diversas gerações e estilos, embora não tenha conquistado, junto ao público, o reconhecimento de uma Drummond ou de um Bandeira. Morreu aos 60 anos, de câncer, deixando uma obra que, carregada de ternura pelo ser humano e de desenfreado lirismo, antecipou as principais questões do século XX.<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<i>"Aos meus caros colegas jovens poetas brasileiros: pensem duas vezes antes de publicar sonetos, depois de Jorge de Lima ter feito o que fez."</i></div>
<div style="text-align: right;">
Mário Faustino</div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
"<i>Jorge, nunca o vi intranquilo ou nervoso; o mesmo sempre, inalterável, o ar generoso e discreto, paciente com todos, às vezes dando até a impressão de desligado ou aéreo. Ao lado da clientela do médico, a clientela do poeta. Enquanto numa sala, às vezes, Jorge tratava dos doentes, na outra ia aceso o debate de temas de cultura. E a impressão que ele dava era a de um mágico, pela maneira como fazia as coisas, pelo jeito de ir e vir, pelas surpresas que causava, como uma espécie de prestidigitador."</i><br />
<div style="text-align: right;">
<i>Valdemar Cavalcanti</i></div>
<br />
<div style="text-align: right;">
<br /></div>
<div style="text-align: right;">
<b>Curiosidade</b></div>
<div style="text-align: right;">
Para desenvolver todas as suas atividades, Jorge de Lima </div>
<div style="text-align: right;">
mantinha uma rotina espartana. Maria Teresa de Lima,</div>
<div style="text-align: right;">
sua filha, conta que ele acordava às quatro da manhã,</div>
<div style="text-align: right;">
e, enquanto fazia a barba, ia pintando quadros. Das</div>
<div style="text-align: right;">
seis às oito, atendia os pobres. Daí em diante, recebia os </div>
<div style="text-align: right;">
clientes e amigos no consultório. Quando chegava em</div>
<div style="text-align: right;">
casa, já de noite, escrevia até o início da madrugada. Ás</div>
<div style="text-align: right;">
quatro, já estava novamente de pé.</div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<i style="background-color: white; color: #333333; font-family: Molengo; font-size: 15.84px; text-align: start;"><br /></i>
<i style="background-color: white; color: #333333; font-family: Molengo; font-size: 15.84px; text-align: start;"><br /></i>
<br />
<div style="text-align: left;">
<span style="color: #333333; font-family: "molengo";"><span style="background-color: white; font-size: 15.84px;">O ACENDEDOR DE LAMPIÕES</span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="color: #333333; font-family: "molengo";"><span style="background-color: white; font-size: 15.84px;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="color: #333333; font-family: "molengo";"><span style="background-color: white; font-size: 15.84px;">Lá vem o acendedor de lampiões da rua!</span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="color: #333333; font-family: "molengo";"><span style="background-color: white; font-size: 15.84px;">Este mesmo que vem infatigavelmente,</span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="color: #333333; font-family: "molengo";"><span style="background-color: white; font-size: 15.84px;">Parodiar o sol e associar-se à lua</span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="color: #333333; font-family: "molengo";"><span style="background-color: white; font-size: 15.84px;">Quando a sombra da noite enegrece o poente!</span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="color: #333333; font-family: "molengo";"><span style="background-color: white; font-size: 15.84px;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="color: #333333; font-family: "molengo";"><span style="background-color: white; font-size: 15.84px;">Um, dois, três lampiões, acende e continua</span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="color: #333333; font-family: "molengo";"><span style="background-color: white; font-size: 15.84px;">Outros mais a acender imperturbavelmente,</span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="color: #333333; font-family: "molengo";"><span style="background-color: white; font-size: 15.84px;">À medida que a noite aos poucos se acentua</span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="color: #333333; font-family: "molengo";"><span style="background-color: white; font-size: 15.84px;">E a palidez da lua apenas se pressente.</span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="color: #333333; font-family: "molengo";"><span style="background-color: white; font-size: 15.84px;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="color: #333333; font-family: "molengo";"><span style="background-color: white; font-size: 15.84px;">Triste ironia atroz que o senso humano irrita:</span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="color: #333333; font-family: "molengo";"><span style="background-color: white; font-size: 15.84px;">Ele que doira a noite e ilumina a cidade,</span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="color: #333333; font-family: "molengo";"><span style="background-color: white; font-size: 15.84px;">Talvez não tenha luz na choupana em que habita.</span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="color: #333333; font-family: "molengo";"><span style="background-color: white; font-size: 15.84px;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="color: #333333; font-family: "molengo";"><span style="background-color: white; font-size: 15.84px;">Tanta gente também nos outros insinua</span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="color: #333333; font-family: "molengo";"><span style="background-color: white; font-size: 15.84px;">Crenças, religiões, amor, felicidade,</span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="color: #333333; font-family: "molengo";"><span style="background-color: white; font-size: 15.84px;">Como este acendedor de lampiões da rua!</span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="color: #333333; font-family: "molengo";"><span style="background-color: white; font-size: 15.84px;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="color: #333333; font-family: "molengo";"><span style="background-color: white; font-size: 15.84px;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #333333; font-family: "molengo";"><span style="background-color: white; font-size: 15.84px;"><b><i>"Desde logo aceite: não somos (os poetas modernos), de forma alguma herméticos, como possa parecer. O que há é poesia que se explica e poesia que não se explica. Qualquer poema em que há dramas de inteligência dentro de um plano racional, como Essa Negra Fulô e muitos poemas de minha primeira fase, pode ser explicado pela crítica racional e inteligente, mas, desde que há superação do inteligível e um ar misterioso venha banhar o poema, como explicá-lo? Jamais. Aí não podem atuar os processos racionais e </i></b></span></span><span style="color: #333333; font-family: "molengo";"><span style="background-color: white; font-size: 15.84px;"><b><i>inteligíveis, </i></b></span></span><b style="color: #333333; font-family: molengo; font-size: 15.84px;"><i>mas somente os processos intuíveis."</i></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b style="color: #333333; font-family: molengo; font-size: 15.84px;"><i><br /></i></b></div>
<div style="text-align: right;">
<span style="color: #333333; font-family: "molengo";"><span style="background-color: white; font-size: 15.84px;"><b>Jorge de Lima</b></span></span></div>
<i style="background-color: white; color: #333333; font-family: Molengo; font-size: 15.84px; text-align: start;"><br /></i>
<br />
O NOME DA MUSA<br />
<br />
<span style="font-size: x-small;">para Adalgisa Néri</span><br />
<i style="background-color: white; color: #333333; font-family: Molengo; font-size: 15.84px; text-align: start;"><br /></i>
<span style="color: #333333; font-family: "molengo";"><span style="background-color: white; font-size: 15.84px;">Não te chamo Eva,</span></span><br />
<span style="color: #333333; font-family: "molengo";"><span style="background-color: white; font-size: 15.84px;">não te doou nenhum nome de mulher nascida,</span></span><br />
<span style="color: #333333; font-family: "molengo";"><span style="background-color: white; font-size: 15.84px;">nem de fada, nem de deusa, nem de musa, nem de sibila, nem de terras,</span></span><br />
<span style="color: #333333; font-family: "molengo";"><span style="background-color: white; font-size: 15.84px;">nem de astros, nem de flores.</span></span><br />
<span style="color: #333333; font-family: "molengo";"><span style="background-color: white; font-size: 15.84px;">Mas te chamo a que desceu do luar para causar as marés</span></span><br />
<span style="color: #333333; font-family: "molengo";"><span style="background-color: white; font-size: 15.84px;">e influir nas coisas oscilantes.</span></span><br />
<span style="color: #333333; font-family: "molengo";"><span style="background-color: white; font-size: 15.84px;">Quando vejo os enormes campos de verbena agitando as corolas,</span></span><br />
<span style="color: #333333; font-family: "molengo";"><span style="background-color: white; font-size: 15.84px;">sei que não é o vento que bole, mas tu que passas com os cabelos soltos.</span></span><br />
<span style="color: #333333; font-family: "molengo";"><span style="background-color: white; font-size: 15.84px;">Amo contemplar-te nos cardumes das medusas que vão para os mares boreais,</span></span><br />
<span style="color: #333333; font-family: "molengo";"><span style="background-color: white; font-size: 15.84px;">ou no bando das gaivotas e dos pássaros dos pólos revoando</span></span><br />
<span style="color: #333333; font-family: "molengo";"><span style="background-color: white; font-size: 15.84px;">sobre as terras geladas.</span></span><br />
<span style="color: #333333; font-family: "molengo";"><span style="background-color: white; font-size: 15.84px;">Não te chamo Eva,</span></span><br />
<span style="color: #333333; font-family: "molengo";"><span style="background-color: white; font-size: 15.84px;">não te dou nenhum nome de mulher nascida.</span></span><br />
<span style="color: #333333; font-family: "molengo";"><span style="background-color: white; font-size: 15.84px;">O teu nome deve estar nos lábios dos meninos que nasceram mudos,</span></span><br />
<span style="color: #333333; font-family: "molengo";"><span style="background-color: white; font-size: 15.84px;">nos areais movediços e silenciosos que já foram o fundo do mar,</span></span><br />
<span style="color: #333333; font-family: "molengo";"><span style="background-color: white; font-size: 15.84px;">no ar lavado que sucede as grandes borrascas,</span></span><br />
<span style="color: #333333; font-family: "molengo";"><span style="background-color: white; font-size: 15.84px;">na palavra dos anacoretas que te viram sonhando</span></span><br />
<span style="color: #333333; font-family: "molengo";"><span style="background-color: white; font-size: 15.84px;">e morreram quando despertaram,</span></span><br />
<span style="color: #333333; font-family: "molengo";"><span style="background-color: white; font-size: 15.84px;">no traço que os raios descrevem e que ninguém jamais leu.</span></span><br />
<span style="color: #333333; font-family: "molengo";"><span style="background-color: white; font-size: 15.84px;">Em todos esses movimentos há apenas sílabas do teu nome secular</span></span><br />
<span style="color: #333333; font-family: "molengo";"><span style="background-color: white; font-size: 15.84px;">que coisas primitivas escutaram e não transmitiram às gerações.</span></span><br />
<span style="color: #333333; font-family: "molengo";"><span style="background-color: white; font-size: 15.84px;">Esperemos, amigo, que searas gratuitas nasçam de novo,</span></span><br />
<span style="color: #333333; font-family: "molengo";"><span style="background-color: white; font-size: 15.84px;">e os animais da criação se reconciliem sob o mesmo arco-íris;</span></span><br />
<span style="color: #333333; font-family: "molengo";"><span style="background-color: white; font-size: 15.84px;">então ouvireis o nome da que não chamo Eva</span></span><br />
<span style="color: #333333; font-family: "molengo";"><span style="background-color: white; font-size: 15.84px;">nem lhe dou nenhum nome de mulher nascida.</span></span><br />
<span style="color: #333333; font-family: "molengo";"><span style="background-color: white; font-size: 15.84px;"><br /></span></span>
<span style="color: #333333; font-family: "molengo";"><span style="background-color: white; font-size: 15.84px;"><br /><b>Obras do autor</b></span></span><br />
<span style="color: #333333; font-family: "molengo";"><span style="background-color: white; font-size: 15.84px;"><br /></span></span>
<span style="color: #333333; font-family: "molengo";"><span style="background-color: white; font-size: x-small;">POESIA: <i>XIV alexandrinos, </i>1914;<i> Poemas, </i>1927;<i> Novos poemas, 1929; Poemas escolhidos, </i>1932;<i> Tempo e eternidade (com Murilo Mendes), </i>1935;<i> A túnica insonsútil, </i>1938; <i>Poemas negros,</i> 1947; <i>Livro de sonetos, </i>1949;<i> Anunciação e encontro de Mira-Celi, </i>1950; <i>Invenção de Orfeu, </i>1952<i>.</i></span></span><i> </i><br />
<i style="background-color: white;"><br /></i>
<span style="background-color: white;"><span style="font-size: x-small;">ROMANCE: <i>Salomão e as mulheres, </i>1927;<i> O anjo, </i>1934;<i> Calunga, </i>1935;<i> A mulher obscura,</i> 1939; <i>Guerra dentro do beco</i>, 1950.</span></span><br />
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "molengo";"><br /><span style="font-size: x-small;">ENSAIOS: <i>A comédia dos erros</i>, 1923; <i>Dois ensaios</i>, 1929; <i>Anchieta</i>, 1934; <i>Rassenbildung und Rassenpilotik in Brasilien</i>, 1934.</span></span><br />
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "molengo";"><span style="font-size: x-small;"><br /></span></span>
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "molengo";"><span style="font-size: x-small;">OUTROS: <i>História de terra e da humanidade (história)</i>, 1937; <i>D. Vital </i>(biografia), 1945; <i>Vida de S. Francisco de Assis </i>(biografia), 1942; <i>Vida de Santo Antônio (biografia)</i>, 1947; <i>Castro Alves - Vidinha, </i>1952.</span></span><br />
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "molengo";"><span style="font-size: x-small;"><br /></span></span>
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "molengo";"><span style="font-size: x-small;">OBRAS COMPLETAS: <i>Obra poética</i>, 1950; <i>Obra completa</i>, 1958.</span></span><br />
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "molengo";"><span style="font-size: x-small;"><br /></span></span>
<i style="background-color: white; color: #333333; font-family: Molengo; font-size: 15.84px; text-align: start;">Fonte: <a href="http://nos-todos-lemos.blogspot.com.br/2010/10/100-anos-de-poesia-um-panorama-da.html" style="color: #6699cc; text-decoration-line: none;" target="_blank">100 Anos de Poesia - Um panorama da poesia brasileira no século XX</a></i><br />
<br />
<br /></div>
nostodoslemoshttp://www.blogger.com/profile/00666488587444765403noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9135229873286100548.post-78343766858743617552019-02-05T18:29:00.002-02:002019-02-05T20:33:20.246-02:00Gentileza, Profeta - José Datrino<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwhbuTwv8pbIYoas-UrwSDNFMvliV_mEKGXG3rBCgVAMnvlQXO1nULwUw5JJeoOEbZIvZR90yC5_54VOIl5HgCOfK9vYZLqXmKPIP5Ec3E_HcauhQXhtzkQrWXKnfYb6l9mT_llP_j8Us8/s1600/Profeta+Gentileza+-+Jos%25C3%25A9+Datrino.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="470" data-original-width="874" height="172" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwhbuTwv8pbIYoas-UrwSDNFMvliV_mEKGXG3rBCgVAMnvlQXO1nULwUw5JJeoOEbZIvZR90yC5_54VOIl5HgCOfK9vYZLqXmKPIP5Ec3E_HcauhQXhtzkQrWXKnfYb6l9mT_llP_j8Us8/s320/Profeta+Gentileza+-+Jos%25C3%25A9+Datrino.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Texto poético-gráfico em pilastra do Viaduto do Gasômetro, RJ<br />
<i>A graphic poem by Gentileza on a pillar of the Gasometer Viaduct, RJ</i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<b>Gentileza, Profeta Prophet Gentleness</b><br />
<b>[José Datrino]</b><br />
1917, Cafelândia/SP<br />
1996, Mirandópolis/SP<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
Nome que atribuiu <b>José Datrino</b>, nascido em Mirandópolis, São Paulo, e que ficou conhecido como o profeta dos viadutos da cidade do Rio de Janeiro.<br />
<a name='more'></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Aos 20 anos de idade deixou sua terra natal para viver no Estado do Rio de Janeiro. Dono de uma transportadora, empresário bem-sucedido, levava vida tranquila ao lado da mulher e dos cinco filhos até presenciar o incêndio de um circo, em Niterói (RJ), em 1961.O sofrimento que presenciou trouxe-lhe um sentido apocalíptico da urgência da prática do amor para com o próximo e do desprendimento dos bens materiais. Converteu-se à idéia de que deveria ser um emissário de Jesus, pregando a paz e o amor entre os homens. Em obediência à mensagem divina que dizia haver recebido, deixou a família e passou a percorrer as ruas da cidade, em um processo de conversão que o levou a deixar crescer a barba e, mais tarde, a vestir túnica branca. Estendeu a sua pregação de amor e gentileza, como andarilho, a muitos Estados do país, e chegou a ser preso durante o regime militar, suspeito de ser comunista ou hippie, pela sua condenação do capitalismo. Escreveu belos textos - que possuem extraordinário valor gráfico e linguístico - em 56 pilastras do Gasômetro, em frente à Rodoviária do Rio de Janeiro, assinados Profeta Gentileza. Seu grafismo - desenhado em branco, amarelo, azul e verde, as cores do Brasil - constitui verdadeira arte de rua, arte pública, e tem sido analisado no contexto da sua vida por Leonardo Guelman, da Universidade Federal Fluminense, que afirma: "seus dizeres formam um livro urbano que deve ser preservado". Não apenas o conteúdo - "gentileza gera gentileza" - mas também a própria escrita desse profeta da não-violência refletem as peculiaridades do amor de Deus para conosco: "amor material se escreve com um erre; amorrr universal se escreve com três erres: um do Pai, um do Filho, e um do Espírito Santo. AMORRR."</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
This is the name José Datrino, born in Mirandópolis, São Paulo State, adopted and became known as the prophet of the city viaducts of Rio de Janeiro. When he was 20 years old, he left his hometown to live in theState os Rio de Janeiro. He was the owner of a haulage company, a successful entrepreneur, and led a quiet life with his wife and five children, until he saw a circus catch fire in Niterói, Rio de Janeiro State, in 1961. The suffering he saw gave him an apocalyptic sense of urgency to transmit love to his fellowmen and let go of material wealth. He was converted to the idea that he should he an emissary of Jesus, preaching love and peace among men. In accordance with the divine message that he said he received, he left his family and wandered the streets of the city, in such a conversion process that he let his beard grow, and later wore a white tunic. He extended his sermons of love and kingness,as a pilgrim, to many Brazilian states, and was even arrested during the military dictatorship, suspected of being a Communist or hippie, given his protest against capitalism. He wrote beautful texts - they have a wonderful written and linguistic style - on 56 pilars of the Gasometer Viaduct in front of the Rio de Janeiro bus terminal, signed Profeta Gentileza. His style of writing - written in white, yellow, blue and green, the colors of Brazil - is a genuine street art, public art, and has been analyzed in the context of his life by Leonardo Guelman, from the Federal Fluminense University, who says: "his phrases could make an urban book that should be preserved". Not only his daily life - "gentileza gera gentileza" [hindness leads to hindness] - but also this prophet´s writings against violence reflect the peculiarities of God´s love toward us: "amor material se escreve com um erre; amorrr universal se escreve com três erres: um do Pai, um do Filho, e um do Espírito Santo. AMORRR." [material love is written with one el; universal lllove with three els; one for the Father, onde for the Son, and one for the Holy Ghost. LLLOVE].<br />
<br />
<br />
<div style="text-align: left;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "molengo"; font-size: 15.84px;">Fonte: </span><a href="http://nos-todos-lemos.blogspot.com/2010/07/lelia-coelho-frota-pequeno-dicionario.html" style="background-color: white; color: #6699cc; font-family: molengo; font-size: 15.84px;" target="_blank">Pequeno Dicionário da Arte do Povo Brasileiro - Século XX - Lélia Coelho Frota</a><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "molengo"; font-size: 15.84px;">, págs. 218-219.</span></div>
</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
</div>
<br />
<br />
<br />
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; margin: 0px; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<span style="text-align: justify;"><br /></span></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
nostodoslemoshttp://www.blogger.com/profile/00666488587444765403noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9135229873286100548.post-11257742565064499132019-02-04T18:37:00.001-02:002019-02-11T08:43:03.632-02:00O estigma de uma geração (por Gilberto Mendonça Teles)<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuHVyMs-W1bPxjRzCAsEdwbANUJem_7N-IjZPwa4B5Xauf1ib0QOIkmct_zDOIRAeo3n36eGFvXM6JvgkjYeSb-x7A7Gp_CuSTwrsJNrKPEmtHa2tHdhLy1m97CFgXGfZ45GrKMZA0KR5p/s1600/Gilberto+Mendon%25C3%25A7a+Teles.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="369" data-original-width="567" height="208" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuHVyMs-W1bPxjRzCAsEdwbANUJem_7N-IjZPwa4B5Xauf1ib0QOIkmct_zDOIRAeo3n36eGFvXM6JvgkjYeSb-x7A7Gp_CuSTwrsJNrKPEmtHa2tHdhLy1m97CFgXGfZ45GrKMZA0KR5p/s320/Gilberto+Mendon%25C3%25A7a+Teles.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b>Gilberto Mendonça Teles</b></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Vinte anos depois da Semana da Arte Moderna, a poesia brasileira já havia conquistado o seu estatuto de modernidade.<br />
Foi o tempo necessário para que o "espírito moderno" deixasse o litoral (Rio e São Paulo) e se expandisse pelo interior, ganhando as capitais dos estudos e indo aos poucos penetrando na mentalidade dos leitores, dos professores e estudiosos de poesia. Vinte anos depois, portanto, muita coisa já havia mudado na pregação modernista. Não era mais necessária a poesia-tese, como na Paulicea Desvairada. A ideologia programática dos manifestos ainda não se havia esgotado na prática poética. Certas técnicas de retórica e linguagem, desprezadas e combatidas inicialmente, porque repetidas e quase exauridas pelo modelo parnasiano, começam a ser reexaminadas e passam a adquirir novas funções diante do alargamento das concepções poéticas do século XX. Mas, infelizmente, a preguiça mental de professores e críticos já havia também assimilado os "modelos" postos em voga de que o Modernismo havia abolido a métrica, acabado com a rima, com o soneto, e mudado totalmente a construção dos poemas. A verdade (e isto está patente na obra dos poetas da época) é que nem a métrica desapareceu, nem a rima, nem o soneto, mas tudo isso recebia tratamento novo de que os "estudiosos" não se deram conta, porque não examinavam diretamente as obras.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<a name='more'></a><br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Por essa época, a sociedade brasileira, já sufocada por uma ditadura que, talvez por influência modernista, se intitulava o "Estado Novo", se defronta com os problemas ideológicos decorrentes da Segunda Guerra Mundial. E um sentido nacionalista, de participação político-social, passa a dominar os intelectuais, poetas e ficcionistas, e, logo a seguir, constitui uma das exigências do pensamento crítico. A produção literária que não se tornasse ostensivamente participante (e entendia-se a participação num sentido quase inteiramente extraliterário) passava a ser malvista, independentemente das suas qualidades estéticas, em que o poeta se engajava cada vez mais nas potencialidades da linguagem.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
As duas formas de participação - pelo tema e pela linguagem - faziam parte da dialética modernista de 22 e se desenvolveram na medida em que os poetas foram superando os aspectos programáticos de implantação do "espírito novo". Assim, a <i>primeira geração</i> (de 1922 a 1930) foi realmente revolucionária na imposição de temas novos (de conteúdos nacionais) e na seleção de uma linguagem mais adequada à expressão desses temas. Recorreram para isso, como é o caso de Mário de Andrade, que exerceu bastante influência sobre os demais, a palavras do vocabulário cotidiano e a construções sintáticas que lhes permitiram (e com certa razão) repor em evidência a teoria romântica de uma "língua brasileira", coisa que os nossos gramáticos, filólogos e linguistas não tem podido desapaixonadamente estudar: é a paixão quase idiota por Portugal.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A <i>segunda geração</i>, que começou a publicar a partir de 1930, procurou inicialmente consolidar na prática as conquistas teóricas da primeira. O espírito da década é ainda o de implantação do Modernismo, que agora se alastrava pelas capitais estaduais, configurando os pontos cardeais da modernidade brasileira. Mas, por força do talento individual de poetas como Drummond, Jorge de Lima, Vinicius de Moraes e Cecília Meireles, além dos que vinham da primeira geração (Bandeira, Mário e Cassiano, dentre outros), os temas e as formas da retórica modernista começam a ser selecionados e aprofundados, abrindo-se, ainda que lentamente, para certos aspectos universais da poesia que o radicalismo da primeira hora havia abandonado. A participação temática foi inicialmente regional, como em <i>Brejo das almas</i>, de Drummond; mas adquiriu sentido universal em Sentimento do mundo, do mesmo poeta. Assim também a participação formal, pela linguagem; mas à medida que os temas se foram universalizando, a retórica do primeiro tempo modernista foi-se mostrando insuficiente e tornou-se redescobrir e revitalizar os instrumentos tradicionais da poesia de todos os tempos. Basta acompanhar a transformação do discurso poético de Jorge de lima para se dar conta de um processo que foi mais ou menos comum a esta geração, repartida entre a repetição do modelo de 22 e a criação de sua própria dicção poética.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: xx-small;">É entretanto a geração seguinte, a que se inicia na década de 40, </span></b></div>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: xx-small;">que vai levar mais longe o projeto modernista.</span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Poetas que vêm da primeira e da segunda gerações, que entram agora nos seus 40 ou 50 anos e adquirem a competência e o desempenho dos grandes manipuladores da linguagem poética, encontram na década de 40 um grupo de novos que aparentemente os contestam, mas que, no fundo, estão levando adiante alguns dos postulados modernistas, entre os quais o direito à livre pesquisa e à liberdade estética do poema. É aí que entram em cena petas como Domingos Carvalho da Silva, Péricles Eugênio da Silva Ramos, João Cabral de Melo Neto, Lêdo Ivo e, mais tarde, Darcy Damasceno e outros, ligados mais ou menos por um ideal estético-literário já hoje historicamente definido como o da Geração de 45.<br />
<br />
Até há pouco, a crítica, que sempre estudou mal a poesia e a função histórica deste grupo, se repetia, teimando em dizer "a chamada Geração de 45". Alguém um dia escreveu assim, em dúvida se a nova geração de poetas pertencia ainda ao Modernismo ou se já se desvinculara dele. A partir daí, todos os críticos, maiores e menores, começaram a repetir o sintagma que passou a ter conotação depreciativa e, num certo momento, adquiriu categoria de <i>slogan</i> político-literário. Para os críticos que cobravam o engajamento temático, a "chamada Geração de 45" era absenteísta e estava fora da realidade brasileira. E nessa canoa furada embarcaram quase todos os "estudiosos" da nova poesia, revelando ao mesmo tempo, à medida que iam julgando esses poetas, um grande desconhecimento das técnicas e da função social da poesia.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
A observação, tanto quanto possível objetiva, do farto material recolhido (da crítica, das revistas e jornais e, por certo, de toda a poesia do Modernismo até o final da década de 70) nos mostra, em primeiro lugar, que a Geração de 45 teve de lutar contra a "ditadura" de certos velhos do Modernismo, como Oswald de Andrade, que, já no fim da vida, via contestada a sua autopropalada condição de líder da modernidade brasileira; e, em segundo lugar, que os novos tiveram de se curvar diante dos cultores da poesia concreta que, saindo da própria Geração de 45 e tendo com ela afinidades estéticas com relação à linguagem, iam reabilitar certos aspectos da poesia epigramática de Oswald de Andrade e, para se impor, combatiam violentamente os principais poetas de 45. Era, pois, uma situação de <i>empoderamento</i> que o contexto político brasileiro ajudou a acentuar, mas da qual os pirncipais poetas foram aos poucos emergindo por continuidade e por força de um talento poético que se vai impondo, inclusive entre os novíssimos.<br />
<br />
A poesia da Geração de 45 situa-se perfeitamente dentro do sentido de transformação do discurso poético do Modernismo. Não continuou as tendências modernistas, copiando-as, exaurindo-as ou repetindo-as arquetipicamente; continuou, mas no sentido de que soube imprimir à educação modernista uma nova dicção, pressentida por alguns petas e deixada à margem, uma vez que outros aspectos adquiriam na época prioridade no grande esforço inicial de impor novas formas de pensamento e de fruição estética, a partir de 1922.<br />
<br />
Alceu Amoroso Lima (Tristão de Athayde) foi o primeiro grande crítico do Modernismo a perceber a mudança da poesia em 1945. O seu artigo "O Neo-modernismo", publicado na revista <i>Época</i>, do Rio de Janeiro, em Julho de 1947, chamou imediatamente a atenção para os novos que, surpreendidos pela força da "adesão", começaram simultaneamente a citá-lo e a rejeitá-lo, procurando dizer que antes dele já o paulista Sérgio Milliet havia escrito sobre os novos. Escreveu, sim; mas sem a força crítica do artigo de Tristão de Athayde, que passou a fazer parte do livro <i>Quadro sintético da literatura brasileira</i>, editado em 1956. Mostrando a transformação modernista depois de 20 anos de luta e imposição de linguagem, Tristão de Athayde assinala o aparecimento de uma geração, a que deu o nome de <i>Neomodernismo</i>, e cujo início se confunde com a terceira fase do Modernismo. Mas não se trata, dizia, "de uma nova geração dentro do Modernismo, e sim de uma nova geração depois do modernismo, ainda que não contra ele". E logo a seguir aponta os traços que lhe parecem característicos da poesia dessa geração, dizendo que não existe uma oposição entre o Modernismo e esse neomodernismo, mas uma transição indefinida. A diferença entre os dois movimentos é de natureza e não de tempo, isto é, em 45 não se trata de afirmar o presente contra o passado. Segundo Tristão de Athayde, a nova geração está sob o signo da Disciplina e da Liberdade; daí o primado do Verso sobre o Poema e a preocupação em restaurar os laços com o Público (leia-se público tradicional); e a ausência de um nome coletivo, um líder assim como Mário de Andrade. Finalmente, diz que os neomodernistas estão muito mais pelos valores eternos que pelos modernos, contrariamente ao Modernismo: "Os neomodernistas são, em geral, mais profundos que os modernos de 1920." E conclui, falando da poesia: "Há, entre eles, diferenciações consideráveis sem dúvida. Não constituem um grupo, nem regional, nem geracional, nem mesmo estético. São de valor qualitativo diverso, que aqui não cabe especificar, ou talvez seja cedo para o fazer. Mas podem cronologicamente ser considerados como neomodernistas, e o primado do verso nos dá uma relativa unidade."<br />
<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: xx-small;">Para que se possa avaliar bem a contribuição literária dessa geração de escritores voltados quase inteiramente para a poesia, é preciso situá-la (ou alguma de suas características) em face dos poetas modernistas de 1922, de 1930 e de 1960, bem como em face de outras séries não-literárias, artísticas e científicas da cultura brasileira da segunda metade desse século.</span></b></div>
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas é preciso também um saneamento de problemas terminológicos, onde entram em jogo palavras como geração, neomodernismo, antimodernismo, neoparnasianismo, novos, concretismo, novíssimos, enfim, termos que foram usados contra ou a favor dos poetas de 45. Usados tanto pela crítica de "fora" como pela de dentro da própria geração. Noutras palavras, é preciso acompanhar o pensamento da crítica brasileira em face da transformação de cada poeta; e registrar como o próprio pensamento dos líderes de 45 se foi também modificando, ajustando-se às circunstâncias, precisamente os seus conceitos e até omitindo cuidadosamente premissas dos primeiros momentos da <i>geração</i>. Em determinado momento, esta palavra serviu para estigmatizar os poetas de 45, mas foi também o signo de união em torno de objetivos poéticos que se tornaram mais ou menos comuns e começaram a definir a produção de novos e velhos no fim da década de 40.<br />
<br />
A principal reação contra 45 vem do início da década de 60, quando se intensificaram os problemas de engajamento político-literário, e a poesia concreta (e outras vanguardas) procurou tomar conta do poder literário. De lá para cá, os poetas de 45 continuaram as suas obras, fizeram antologias de grupo, ensaiaram alguns movimentos culturais, mas as suas obras foram sempre olhadas de soslaio e até com menosprezo. A nossa crítica tem achado fácil desprezar e passar de lado que enfrentar com dignidade o colóquio com a obra desses poetas. Muitos críticos ficam à espera de que alguém fale primeiro, pois isso é mais "seguro", e não perturba o ritmo das convenções literárias...<br />
<br />
Aliás, a respeito das convenções, é bom citar em conclusão o estudo de Arnold Hauser, em Teoria da arte, quando ele diz que "todo artista fala a linguagem dos seus predecessores, e algum tempo decorre antes que comece a falar com a própria voz". Para ele, "uma idéia artística nova só pode se formar se existir tradição e uma convenção em que possa encadear-se", Ora, a poesia da Geração de 45 partiu da experiência dos poetas modernistas, de 1922 e de 1930, dentro portanto das convenções impostas pelo sentido de modernidade que lançou o Brasil no ritmo do século XX. Sua poesia tem sido o resultado de um emparedamento entre a continuidade e a renovação da tradição literária, entre a renovação de um sentimento estético mais ou menos generalizado e a prudência para não desvairar na direção dos modelos vanguardistas. Uma poesia de equilíbrio que vai deixando, para bem e para mal, as suas marcas na mais nova poesia brasileira e, na crítica apressada, o sentido um tanto ambíguo com que tentaram estigmatizar a poesia dessa geração.<br />
<br />
<div style="text-align: right;">
<i>Gilberto Mendonça Teles é poeta, ensaísta e professor </i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>de Literatura Brasileira na PUC - RJ</i></div>
<br />
<br />
<b>Bibliografia para estudo:</b><br />
<br />
IVO, Lêdo. <i>Epitáfio do Modernismo</i>. Ed. Orfeu, Rio de Janeiro, 1967.<br />
LIMA, Alceu Amoroso (Tristão de Athayde). "O neomodernismo". Revista <i>Época</i>, Rio de Janeiro, 1947.<br />
LIMA, Alceu Amoroso. <i>Quadro intético da literatura brasileira. </i>Ed. Agir, Rio de Janeiro, 1959.<br />
MELO NETO, João Cabral de. "A Geração de 45". Série de quatro artigos publicados no <i>Diário Carioca</i>, Rio de Janeiro, 1952.<br />
RAMOS, Péricles Eugênio da Silva. "Geração de 45: alguns artigos e um prefácio". <i>Correio Paulistano</i>, São Paulo, 1953.<br />
RICARDO, Cassiano. "Renovação do essencial no fenômeno lírico". <i>Correio Paulistano</i>, São Paulo, 1956.<br />
SILVA, Domingos Carvalho da. "Há uma nova poesia no Brasil", manifesto lido no I Congresso Paulista de Poesia e publicado na <i>Revista Brasileira de Poesia</i>, n. 3, agosto de 1948.<br />
TELES, Gilberto Mendonça. 45. Arte de armar. Ed. Imago, Rio de Janeiro, 1977.<br />
____, <i>Vanguarda européia e o Modernismo brasileiro.</i> Ed. Vozes, Petrópolis, 1992.<br />
<br />
<br />
Fonte: <a href="http://nos-todos-lemos.blogspot.com/2010/10/100-anos-de-poesia-um-panorama-da.html" target="_blank">100 Anos de Poesia - Um panorama da poesia brasileira no século XX - Volume I</a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
nostodoslemoshttp://www.blogger.com/profile/00666488587444765403noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9135229873286100548.post-88327952024783892872019-02-02T09:37:00.002-02:002019-02-05T00:16:56.311-02:00Arte Pública<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiF-8NvPjf1h0cbVNvxpR8pl0-_Vc5RHUSR9DPpXWQFVIjKYp_IDEbxdIfkRceczyiU4Sd0gi-d2ocSQNq46wChWNKyPEyIZV1yKTh6Hz7r7eVF_bEFBRPTaelj4UJ6vPhyphenhyphenXbNFcnRiOpT0/s1600/Tamboretes+de+festa+de+largo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="480" data-original-width="574" height="267" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiF-8NvPjf1h0cbVNvxpR8pl0-_Vc5RHUSR9DPpXWQFVIjKYp_IDEbxdIfkRceczyiU4Sd0gi-d2ocSQNq46wChWNKyPEyIZV1yKTh6Hz7r7eVF_bEFBRPTaelj4UJ6vPhyphenhyphenXbNFcnRiOpT0/s320/Tamboretes+de+festa+de+largo.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><ul style="box-sizing: border-box; color: #656565; font-family: "Roboto Slab", serif; margin: 0px; padding: 0px; text-align: start;">
<li style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: url("../img/general/arrow-gray-right.png"); background-origin: initial; background-position: left 7px; background-repeat: no-repeat; background-size: initial; box-sizing: border-box; font-family: Roboto, serif; list-style: none; margin: 0px 0px 15px; padding: 0px 0px 0px 10px;" tabindex="0"><span style="font-size: xx-small;"><b>Tamboretes de festa de largo. Stools used in open-air festivals - Salvador, Bahia - 1998</b></span></li>
<li style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: url("../img/general/arrow-gray-right.png"); background-origin: initial; background-position: left 7px; background-repeat: no-repeat; background-size: initial; box-sizing: border-box; font-family: Roboto, serif; list-style: none; margin: 0px 0px 15px; padding: 0px 0px 0px 10px;" tabindex="0"><span style="font-size: xx-small;"><b>TAMBORETES de Festas de Largo da Bahia. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2019. Disponível em: <http: enciclopedia.itaucultural.org.br="" obra20689="" style="font-weight: 400; text-align: justify;" tamboretes-de-festas-de-largo-da-bahia="">. Acesso em: 02 de Fev. 2019. Verbete da Enciclopédia. </http:><span style="font-size: 12.8px; font-weight: 400; text-align: justify;">ISBN: 978-85-7979-060-7</span></b></span></li>
</ul>
</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: left;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.8px;"><ul style="box-sizing: border-box; color: #656565; font-family: "roboto slab", serif; margin: 0px; padding: 0px;">
<li style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: url("../img/general/arrow-gray-right.png"); background-origin: initial; background-position: left 7px; background-repeat: no-repeat; background-size: initial; box-sizing: border-box; font-family: Roboto, serif; list-style: none; margin: 0px 0px 15px; padding: 0px 0px 0px 10px;" tabindex="0"><br /></li>
</ul>
</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="text-align: justify;">No fluir do processo que vai concentrando, no século XX, 70% da população brasileira nas cidades grandes, várias manifestações de arte pública ocorrem com frequência crescente em âmbito urbano. Transculturam-se conhecimentos e experiências de coletividades rurais e novas informações e vivências urbanas, com uma riqueza e variedades imensa e também grande celeridade no seu aparecimento e desaparecimento.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="text-align: justify;"></span><br />
<a name='more'></a><br /><br />
<span style="text-align: justify;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="text-align: justify;">Algumas demoram-se mais no tempo porque os indivíduos que as geram têm um projeto pessoal de registro dessa mudança drástica e conseguem até espaços mais permanentes, públicos, onde realizam a sua bricolagem histórica e biográfica. Tal é o caso de Antônio de Oliveira, de Manuel Josete Molina, de Raimundo Machado, que viveram praticamente durante todo o século XX, migraram do interior para grandes centros e refletiram em seu trabalho a chegada da imagem em movimento do cinema. As técnicas tradicionais de trabalhar a madeira associam-se, em suas vastas composições, a uma verdadeira máquina gestual dos grupos humanos ali representados, movida por eletricidade. E conciliam forma e significado do seu legado cultural com a nova tecnologia suscitada pelo modelo da civilização industrial.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="text-align: justify;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="text-align: justify;">Passando destas obras de grande porte para a duração efêmera do mobiliário dos bares populares em Salvador, mostramos aqui a modernidade da verdadeira geometria sensível de banquinhos agrupados durante o dia, de arrumação permutável, apanhada por Adenor Gondim em dezenas de composições diferentes, que variam de dia para dia.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="text-align: justify;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="text-align: justify;">Efêmera pela própria natureza é também a escultura em areia feita na orla da Zona Sul do Rio de Janeiro, assinada por artistas como Isaac Soledade Couto (Nova Iguaçu, RJ, 1972) e Giovanni A. da Silva (Bom Jesus, RS, 1961), que pode ser religiosa, arquitetônica, erótica, animalista.</span></div>
<br />
<span style="text-align: justify;"><b><br /></b></span>
<span style="text-align: justify;"><b>Nego [Geraldo Simplício]</b></span><br />
<span style="text-align: justify;"><b>1943, Aurora/CE</b></span><br />
<span style="text-align: justify;"><br /></span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Também não privatizável, e possibilitando a sobrevivência do artista através da visitação do público com o pagamento de uma entrada de cinco reais, está a obra monumental do Jardim do Nego, no Campo do Coelho, distrito de Nova Friburgo, Rio de Janeiro. Nego é o nome artístico de Geraldo Simplício (Aurora/CE, 1943), que se iniciou na escultura em sua terra como santeiro e fazedor de ex-votos, migrante para o Rio de Janeiro desde os anos 60. Antes escultor em madeira, ao transferir-se, em 1969, para o Rio de Janeiro, Nova Friburgo, Nego passa a esculpir na terra grandes figuras que, cobertas de plástico, vão se cobrindo de musgo, interagindo com a natureza. Entre os seus temas: <i>A família nordestina em busca de água</i>, auto-retratos, numa clara construção de biografia. Em O presépio interativo, de quase 6m de altura, uma manjedoura vazia espera o visitante que desejat deitar-se nela, cercado pelas imagens de Nossa Senhora, São José, os Reis Magos, uma parteira, o boi e o burro de Belém. Roberto Conduru (1998) considera o seu trabalho pertencente "ao campo ampliado da escultura contemporânea, condição em que as obras tridimensionais se situam entre os domínios tradicionais da escultura, da arquitetura e do paisagismo".<br />
<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZsdN1pOdM1vqZVqoaTbN90U_rLf9qftK9zm9xH5WWcYlyylxoVmS12wUIrp73BUdh4687r3uH_KU_bjbO_MKw1jiRZKWCdiffApwzE1QACXfDnOcsOTTsruy9hx2CnvcYyqqcacyFmXBp/s1600/Nego+-+Jardim+do+Nego+-+Menino.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="375" data-original-width="500" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZsdN1pOdM1vqZVqoaTbN90U_rLf9qftK9zm9xH5WWcYlyylxoVmS12wUIrp73BUdh4687r3uH_KU_bjbO_MKw1jiRZKWCdiffApwzE1QACXfDnOcsOTTsruy9hx2CnvcYyqqcacyFmXBp/s320/Nego+-+Jardim+do+Nego+-+Menino.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b>Nego<br />Jardim do Nego Nego´s Garden<br />Menino Boy<br />Nova Friburgo, Rio de Janeiro, 1980</b></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<br />
<br />
<br />
<b></b><br />
<b>Pintores de encomenda em espaço público</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É ainda na pintura mural de bares e padarias do Rio de Janeiro que encontraremos, já com mais permanência presença autoral, a pintura de Nilton Bravo (1937, RJ). Profissional desde os 15 anos de idade, cobrando por metro quadrado de pintura realizada, após ter realizado painéis em cerca de 1.500 estabelecimentos, Nilton comenta que, já nos anos 80, escasseia o tipo de encomenda à que atendeu durante décadas. A preferência foi para os azulejos decorados. Também as encomendas para murais de residências diminuíram, prevalecendo a escolha do mármore, do aço escovado e do vidro fumê pela clientela. Nilton pertence a uma família de profissionais da pintura de encomenda: o avô, Manuel, foi pintor de parede na Itália. Voltando ao Brasil, pintou igrejas e casas particulares, passando o ofício ao filho, Lino. Nilton e seu pai, Bravo Filho, ficaram sócios, e por muitos anos pintaram a quatro mãos, começando das extremidades do espaço a ser decorado e encontrando-se no centro dele. Com a morte do pai, em 1966, Nilton assume sozinho o negócio, que lhe possibilitou viver com conforto de classe média por toda a vida. A paleta e a pincelada dos Bravos, pai e filho, eram as mesmas, e a técnica, a do afresco. A assinatura com o telefone, no canto inferior da obra, a pista certa para o recebimento de novas encomendas. A clientela, na sua maioria portuguesa, pedindo paisagens da terra natal ou deixando a seu critério a escolha do tema. Nilton em geral escolhia para os bares uma paisagem bucólica, tropical, com casinhas inseridas em vegetação exuberante, à beira-rio, ou de lago, com garças, araras, passarinhos, árvores em flor. E trigais com moinhos para as padarias. Fez alegorias para o carnaval, cenários para cinema, teatro e televisão. Gosta de arte acadêmica e, para si mesmo, pinta sobre tela temas afetos a ela: naturezas mortas, retratos, paisagens feitas ao ar livre. A idéia de parceria foi retomada nos anos 80, agora no circuito erudito de arte, pelo artista conceitual Luiz Alphonsus, que o convidou para trabalhar a quatro mãos. Juntos, realizaram, em 1988, a exposição Rio de Norte a Sul, na Galeria Ipanema, no Rio de Janeiro, em telas onde os grandes frisos de Nilton convivem, num mesmo trabalho, com as imagens de interiores de bares que Luís desenvolve. Os dois artistas apresentaram também nessa mostra trabalhos individuais.<br />
<br />
Em 1988 Luiz diz em entrevista a Wilson Coutinho que se trata ali da "fusão de duas culturas, uma espécie de samba-rock, o encontro da Zona Norte com a Zona Sul". O trabalho público de Nilton interessa artistas como Roberto Magalhães e Rubens Gerchman. A partir dessa data sua obra integrará coleções particulares de arte contemporânea, mas sua identificação continua a ser com os artistas acadêmicos. Com o encanto em desaparição dos antigos botequins, demolidos ou redecorados com azulejos, a municipalidade do Rio, ainda na década de 80, tombou os painéis remanescentes de sua autoria. Para o crítico Frederico Morais, "Nilton é um fenômeno interessante da arte de encomenda e de um imaginário conservador, rural, tranquilo, que acredita no Brasil grande e na força da agricultura." Já os artistas contemporâneos apontam para o seu clima romântico, para o descanso que suas paisagens edênicas oferecem à vida crispada das cidades.<br />
<br />
Em nível bem mais modesto, mas também de grande alcance, vemos que a encomenda a profissionais da pintura é pratica vigente tanto nos subúrbios como nas favelas cariocas. No Morro de Santa Marta, no Rio de Janeiro, trabalhou ativamente no final dos anos 70 e 80 o artista César Siry (César Francisco, 1958), nascido, criado com seus oito irmãos e casado ali, tornando-se por sua vez pai de família, morando no Beco dos Crioulos. Desde menino, na escola, olhava os pintores de rua decorarem espaços com letreiros, figuras, painéis. Também copiava traços de revistas em quadrinhos como Mickey, Pato Donald, Zorro e Super-Homem (entrevista a Ricardo Gomes Lima, 1981). Começou bem cedo nesse ofício, ficou conhecido e pintou com esmalte sintético e tinta a óleo imagens nas paredes de igreja católica, de centro espírita, de biroscas, de salas de aula, de salão de beleza, de quadra de ensaio de samba no morro. Ligado ao samba, além de compositor, pintou com os materiais de sempre as paredes da quadra da Unidos de São Clemente e fez alegorias e figurinos para o bloco Império de Botafogo no Carnaval. Reconhecido como profissional da pintura pela comunidade do Santa Marta, César foi sendo chamado para trabalhos em diversos lugares da cidade, como Cantagalo, Rocinha, Chapéu Mangueira e outros. Com a reestruturação do bloco de empolgação Furiosa, no Grêmio Recreativo Bloco Carnavalesco Império de Botafogo, foi considerado pela Federação das Favelas do Rio de Janeiro, em 1976, o melhor figurinista do ano. Expôs seus cartões de figurinos na Sala do Artista Popular do Instituto Nacional do Folclore em 1984.<br />
<br />
Também pinta telas com cenas e personagens do Morro e vive do trabalho de desenhista publicitário. Hoje reside em outra localidade.<br />
<br />
A exemplo das pinturas de César Siry, vemos também nas paredes da quadra do renomado bloco de embalo Bafo da Onça, também no Rio, as pinturas do Aciolly, assinadas, e, em bairros da Zona Norte, como Acari, a mesma presença do pintor comunitário (muitas vezes desconhecido por não aderir à prática de deixar a assinatura com telefone) pintando mercados, açougues, padarias, papelarias, com imagens de São Jorge e D. Pedro II, naturezas-mortas com pães. Também em São Paulo, migrantes com a mão bem espontânea e pintores de formação acadêmica têm retratado a cidade em lanchonetes e bares.<br />
<br />
Acreditamos que em todo o Brasil essa prática se dá, em maior ou menor escala, como testemunha a atividade de Maurício, em Belém do Pará, nos anos 80, que alia à propaganda solicitada pelos clientes bonitos murais, como o do morador da cidade lendo na rede o seu exemplar de <i>A Província do Pará</i>.<br />
<br />
Em Belo Horizonte, artistas como o mineiro <b><a href="http://thibau-arte.blogspot.com/" target="_blank">Norberto Thibau</a></b>, também profissional de faixas e letreiros de encomenda, têm o propósito de "levar a arte às massas", circulando com mostras itinerantes da sua escultura em madeira por espaços públicos da cidade. Ele chega a reunir conjuntos de mais de 20 de suas esculturas pintadas e variando de 60 cm a 1,5m de altura. São figuras populares como lavadeiras, violeiros, homens do campo que ele encontra "em minhas andanças por aí". "Essas mesmas", continua , "que precisam conhecer a arte, e muitos não têm acesso às galerias." Norberto iniciou-se na escultura com o barro, aos 13 anos de idade, preferindo mais tarde a madeira. "Tenho sustento nas faixas e prazer nas esculturas", declara.<br />
<br />
Em Areias (SP), <b>Raimundo Ribeiro</b> (1938, Belo Horizonte), ativo em Taubaté e Areias, tem realizado por encomenda esculturas monumentais, de Monteiro Lobato e seus personagens em praças públicas, bem como de peões boiadeiros (Barretos, SP) e outros temas para fazendas, sítios, prefeituras do interior.<br />
<br />
Não deixa também de ser arte pública - arte em trânsito - a pintura dos lameiros de caminhão do mestre <b>Bebiano</b>, da Paraíba - que seriam objeto de admiração de Raimundo Colares -, bem como os minuciosos frisos pintados à mão por artista ambulantes especializados nas laterais das carrocerias dos caminhões, a um tempo geométricos e semióticos, obedecendo a padrões fixos em todo o país. Mais frequentemente, os pintores ambulantes da pára-lamas pintam nos lameiros paisagens bucólicas com casinhas e coqueiros, como a aspiração de um lar idealizado que os motoristas têm tão pouco tempo para frequentar. Por outro lado, essas imagens românticas vêm associadas a frases em geral humorísticas, algumas até satíricas, ou que traduzem uma filosofia de vida e que já foram objeto de livro e inúmeros artigos na imprensa. "Quem vive do passado é museu", "Feliz foi Adão, que não teve sogra nem caminhão", "Turista forçado", "Montado na morte, em busca da sorte", "Pobre quando come frango um dos dois está doente", "Pobre só vai na frente quando a polícia vem atrás", "Moro na estrada e passeio em casa" é uma mínima amostragem dessa literatura em pílulas pragmáticas.<br />
<br />
Como último mas não menos importante item deste verbete, há ainda os <b>grafites artísticos</b> urbanos, feitos com spray, que têm a rua como o lugar por excelência de seu acontecer.<br />
<br />
Desenhos e pinturas representando caricaturas, personagens de história em quadrinhos, charges políticas, elementos abstratos ou realistas, começam a ser frequentes nas grandes cidades no século XX, quando no final dos anos 60 jovens do Bronx, Nova York, deram início a essa prática artística, que surgiu como cultura da periferia paralela ao hip-hop e ao break. O propósito dessa arte de rua: amenizar a brutalidade do entorno urbano e dar acesso a manifestações artísticas fora dos espaços acadêmicos e dos museus. Nos anos 80 a arte de rua apareceu com força na Europa - Amsterdã, Londres, Paris, Berlim -, praticada por moradores de edifícios e fábricas abandonados. Os grafiteiros conviviam aí com grupos de artistas, músicos, mímicos. Alguns grafiteiros ganharam notoriedade no grande circuito das artes, como Jean-Michel Basquiat, Keith Haring, Kenny Scharf. A Bienal de São Paulo, de 1983, mostrou o trabalho de alguns desses artistas, o que acarretou, na próxima, a valorização dos grafites de Alex Vallauri, Matuch e Zaidler. O norte-americano John Howard, com 17 anos de Brasil, em 1987 foi partidário do grafite como coisa anônima, coletiva. Julio Barreto, também em São Paulo, usa uma técnica de "máscara" - recorte em cartolina - para realizar seu trabalho detalhista.<br />
<br />
Damos aqui imagens de grafites realizados com o idêntico propósito de aliviar a aridez do entorno urbano por grupos do Rio de Janeiro, como o liderado em Nova Iguaçu, Rio de Janeiro, por Orlando Rafael, que fez parte da geração de artistas que se reunia no Parque Laje nos anos 80. Muros e tapumes eram frequentemente grafitados pelo grupo para figurar questões sociais num período em que o país se redemocratizava. No caso de Vila Valverde, em Nova Iguaçu, em 1997, Orlando e a educadora Cristina Mendonça atuaram no sentido de recriar, juntamente com os pichadores anteriores, muros de residencias e de logradouros públicos. Além de constituir uma educação artística para a comunidade com a incorporação das pichações aos novos grafites, essa ação contribuiu para minimizar a geração de violência entre os moradores. No Rio de Janeiro, na década de 90, surgiu uma nova e importante manifestação de grafites, concomitante a um ainda maior recrudescimento da violência.<br />
<br />
Os nomes de <a href="https://www.marceloeco.com/" target="_blank">Marcelo Eco </a>e Fábio Ema se destacam nessa geração, realizando uma ação artística que se propões a amenizar a degradação do entorno urbano das periferias, e, ao mesmo tempo, nos bairros elegantes da Zona Sul, protestar contra a injustiça social. Ema coordena hoje uma ONG em São Gonçalo, onde dá aulas de arte para jovens.<br />
<br />
<br />
<b>Memória e presente esculpidos em movimento.</b><br />
<b><br /></b>
Entre os artistas que expuseram o seu trabalho em espaço público no meio urbano destacam-se os mineiros <b>Antônio de Oliveira</b> e <b>Raimundo Machado</b>, bem como o paulista <b>Manoel Josete Molina</b>. Alcançando idade avançada, com 80, 90 anos de vida, nascidos na primeira década do século, eram originários de áreas rurais, de cultura caipira, e as suas obras são duplamente inovadoras. Primeiro, pela tecnologia com roldanas, que inventaram para movimentar eletricamente seu trabalho. Segundo, pela recuperação pessoal da história, através de cenas em que figuras por eles esculpidas e pintadas retratam o universo pré-industrial de sua infância e formação, somadas a cenários que reproduzem o mundo fabril, além de situações de festa e de sociabilidade no campo e na cidade. Na realidade, o que os três fazem, ao reconstituir fatos que viveram e testemunharam, é narrar uma história a um tempo mítica e pessoal do Brasil, "escrita" com figuras artesanais em movimento. Depois deles, com outros propósitos narrativos, há no Rio de Janeiro o trabalho de Adalton Fernandes Lopes (1938).<br />
<b><br /></b>
<b><br /></b>
<b>Adalton Fernandes Lopes</b><br />
<b>1938, Niterói/RJ</b><br />
<br />
Diferentemente de seus predecessores, Antônio de Oliveira, Molina e Raimundo Machado, Adalton, no mínimo uma geração abaixo da deles, prefere o registro do que lhe é contemporâneo. Modela seus personagens em barro, pinta-os e movimenta-os também com eletricidade, através de engenhoso sistema de sua invenção. O arco de seus conjuntos de figuras cobre o sagrado (Vida de Cristo) e o profano (cenas eróticas), e pode abranger em certos casos até 450 personagens, como em Carnaval, que mostra o desfile de uma escola de samba. Como Antônio de Oliveira, mas diferentemente de Molina e Machado, Adalton faz diversas incursões pelo terreno do humor e da irreverência. Na coleção Jacques van de Beuque, hoje museu da Casa do Pontal, vemos dele ainda um Circo. A antropóloga Angela Mascelani escreveu sobre o conjunto do seu trabalho (1999): "Ainda que o autor mantenha os detalhes que caracterizam a vivência de cada diferente situação (vida de Cristo, carnaval, circo, erotismo, trabalho etc.) a semelhança fisionômica dos personagens sugere tratar-se dos mesmo indivíduos no desempenho de vários papéis sociais da vida cotidiana. Através de seus bonecos, Adalton criou uma visão especial da vida urbana, privilegiando os momento de lazer, encontro (jogos, festas, danças) e as atividades que têm a rua como espaço principal, consagrando-se como artista inventivo e sensível". <b>Ver: Antônio de Oliveira</b>, <b>Arquitetura</b>,<b> Carnaval</b>,<b> Festas</b>, <b>Futebol</b>, <b>Manoel Josete Molina</b>,<b> Profeta Gentileza</b>,<b> Raimundo Machado Azeredo</b>,<b> Religião</b>, <b>Representações dramáticas</b>,<b> Véio</b><br />
<b><br /></b>
<b><br /></b>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZNtkzStMFfGpzl1HLiTmPYoPGSfio-k5omkN3fq22cmgZKg-kB8ZZIEbNaCQrzYnLw7NB5it0__vwwQl8cA0gKCHIAdbd-FtD_eSNdR9NNELcMoik8SI0-9hNokhfNkRly9o7ql-hEcNB/s1600/Tot%25C3%25B3+-+Adalton+Fernandes+Lopes.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="411" data-original-width="406" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZNtkzStMFfGpzl1HLiTmPYoPGSfio-k5omkN3fq22cmgZKg-kB8ZZIEbNaCQrzYnLw7NB5it0__vwwQl8cA0gKCHIAdbd-FtD_eSNdR9NNELcMoik8SI0-9hNokhfNkRly9o7ql-hEcNB/s320/Tot%25C3%25B3+-+Adalton+Fernandes+Lopes.jpg" width="316" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b>Totó Playing table soccer<br />23 cm - Déc. 90 1990s<br />Rio de Janeiro CP<br />Acervo do Museu Casa do Pontal, Rio de Janeiro, RJ.</b></td></tr>
</tbody></table>
<b><br /></b>
<br />
<b><br /></b>
<b>Public Art</b><br />
<b><br /></b>
With the flow of the 20th century process which was concentrating 70% of the Brazilian population in the cities, a number of expressions of public art occurred ever more frequently in an urban environment. There was a cross-cultural process of rural collective kwowledge and experiences with new information and urban wxperiences of enormous wealth and variety, which would come and go at a very fast rate. SOme took longer had a personal project of recording this drastic change, and even gained more permanent public spaces, where they expressed their historical and biographical bricolage. This is the case with Antônio de Oliveira, Manuel Josete Molina and Raimundo Machado, who lived practically the full 20th century, migrated from the countryside to large urban centers and whose work reflected the arrival of the cinema´s moving image. The traditional techniques of working with wood are associatec, in their vast compositions, with a genuine administrative machinery of the electrically run human groups represented there. And they reconcile shape and the meaning of their cultural legacy with the new technology originating from the model of industrial civilization.<br />
<br />
Moving on from these large-scale works to the ephemeral duration of popular bar furniture in the city of Salvador, Bahia State, we show here the modernity of the authentic sensitive geometry of basrstools piled up during the day, in permutable order, captured by Adenor Gondin in dozens of different compositons, varying from day to day.<br />
<br />
The sand sculptures on Rio de Janeiro´s beaches in the South Zone are also ephemeral by nature, signed by the artist Isasc Soledade Couto (Nova Iguaçu, State of Rio de Janeiro, 1972) anda Giovanni A. da Silva (Bom Jesus city, Rio Grande do Sul State, 1961), among others, and may be religious, architectural, erotic or animalist.<br />
<b><br /></b>
<b>Nego [Geraldo Simplício]</b><br />
<b>1943, Aurora/CE</b><br />
<br />
Another monumental work that cannot be privatized is Nego´s Garden, in Campo do Coelho, in the district of Nova Friburgo, state of Rio de Janeiro. Nego is the artistic name of Geraldo Simplício (Aurora, Ceará State, 1943), who began as a sculptor in his native land as a maker of saints and ex-votos, and moved to Rio de Janeiro in the 1960s. His early sculptures were in wood, but when he moved to Nova Friburgo, in 1969, Nego began sculpting large figures on the ground that was covered in plastic to gather moss, interacting with nature. Some of his themes are: The Northeastern family in search of water, self-portraits, in a clear biographical composition. In The interactive Nativity, almost 6m high, an empty manger awaits the visitor who might want to lie in it, surrounded by the images of the Virgin Mary, St. Joseph, the three wise men, a midwife, the ox and ass of Bethlehem. Roberto Conduru believes that this work belongs to "the extended field of contemporary sculpture, a status in which three-dimensional works are between the traditional domains of the sculpture, architecture and ladscape art."<br />
<br />
<b>Customized painters in public areas</b><br />
<b><br /></b>
It is also in murals painted in bars and bakeries in the city of Rio de Janeiro by Nilton Bravo (1937, Rio de Janeiro) thar we find a more permanet presence of the author´s signature. Nilton has been working since he was 15 years old, covering each square meter with paintings, and after having painted panels in around 1,500 establishments, he comments that, sinc the 1980s, there has been little demand for the work that he has done for decades. Decorated tiles are in vogue. Orders for homes´murals have also diminished, while customers perfer marble, brushed steel and smoked glass. Nilton belongs to a family of professional customized painters: his grandfather Manuel painted murals in Italy. On his return to Brazil he painted churches and private homes, passinf the trade on to his son, Lino. Nilton and his father, Bravo Filho, wwete partners and for many years painted together, beginning at each end of the area to be decorated and meeting in the middle. When his father died in 1966, Nilton took over the business on his own, which gave him conditions to live in middle-class comfort for the rest of his life. The palette and brushtroke of Bravo´s father and son were the same and the technique was in fresco. Their signature with the phone number in the bottom corner of the work was the right road to new order. Most of the customers were Portuguese, asking for ladscapes from their homeland, or leaving the choice of theme to the artist´s discretion. Nilton generally chose a tropical coutry landscape for bars, with small houses amidst the exuberant vegetation, on the bank of a river or lake, with herons, macaws, birds, and flowering trees. And wheat fields with windmills for the bakeries. He made floats for Carnival, sets for the cinema, theatre and television. He likes academic art and at his own leisure he paints themes relating to it: still lifes, portraits, landscapes painted in the open air. He again took up the idea of a partnership in the 1980s, now in the "high" art circuit, with conceptual artist Luiz Alphonsus, who invited him to work with him. Together in 1988 they held the exhibition Rio de Norte a Sul, in the Ipanema Gallery, in the city of Rio de Janeiro, on canvases where Nilton´s large friezes coexisted in the same work with the images of bar interiors developed by Luiz. Both artists also displayed individual works in that exhibition. In 1988, Luiz said in a interview to Wilson Coutinho that there was a "merger of two cultures, a kind of samba-rock, the meeting of the North and South Zones". Nilton´s public work is of interest to artists such as Roberto Magalhães and Rubens Gerchman. After that dat his work was included in private contemporary art collections, but the continues to identify with academic artists. With the disappearing charm of the old corner bars, demolished, or redecorated with tiles, in the 1980s the city of Rio protected the remaining panels painted by him as monuments. Critic Frederico Morais said: "Nilton is an interesting phenomenon of customized art and of a calm, rural, conservative imagination that believes in a great Brazil and the force of farming". Contemporary artists, on the other hand, mention his romantic mood, the peace in his Eden-like landscapes in a crowded urban life.<br />
<br />
At a much more modest but widespread level, we see that professional customized painters practice a trade prevailing both in the suburbs and slums of Rio. Artist Cesar Siry 9Cesar Francisco, 1958) worked actively in the late 1970s and 1980s on Santa Marta Hill in Rio de Janeiro, where he was born and bred with his eight siblings, married there and in turn became a father, living in the Crioulos Alley. Since he was a schoolboy, he would watch street painters decorating spaces with signs, figures, and panels. he would also trace from comic magazines, for example, Mickey Mouse, Donald Duck, Zorro and Superman (Interview to Ricardo Gomes Lima, 1981). He began this trade very early in life, became known and used synthetic lacquer and oil paint to paint pictures on the walls of Catholic churches, spiritualist centers, bars, classrooms, beauty salons, and the samba rehearsal center in the slum. He was involved in samba, and besides being a composer, used his usual materials to paint the walls of the Unidos de São Clemente samba school center and to make floats and costumes for the carnival group Império do Botafogo. Renowned as a professional painter by the Santa Marta community, Cesat was invited to work elsewhere in the city, in other slums such as Cantagalo, Rocinha, and Chapéu Mangueira. in 1976 he was considered by the Rio de Janeiro Slum Federation the best designer of the year when he restructured the Furiosa Troupe Club. He exhibited his costume sketches in the Popular Artist Room of the National Folklore Institute in 1984. He also painted canvases with scenes and characters from the slum, and worked as an advertising draftsman. Today he lives elsewhere.<br />
<br />
Signed paintings by Aciolly, like those by Cesar Siry, are also found on the walls of the center of the famous Bafo da Onça carnival association in Rio. In the North Zone, in neighborhoods such as Acari, the community painter is present (very often anonymous, without his name and phone number), painting markets, butcher shops, bakeries, and stationers with pictures of St. George and D. Pedro II, and still lifes with bread. in São Paulo, migrants, self-taught artists with spontaneous design, and painters with an academic background have painted several panoramas of the city on the walls of snackbars and local bars.<br />
<br />
We believe that this work is done all over Brazil to a greater or lesser degree, as witnesses Mauricio´s work in Belém, capital of the State of Pará, during the 1980s, which combines customized advertising, with attractive walls showing, for example, the city dweller in his hammock reading his copy of the A Província do Pará newspaper.<br />
<br />
In the city of Belo Horizonte, the idea of artistis such as Minas Gerais-born Norberto Thibau, also in the trade of personalized banners and name signs, is to "take art to the masses", circulating with traveling saples of his paper sculptures in the city´s streets. He has a collection of more than 20 of his painted sculptures, varying in height from 60 cm to 1.5 meter. They are commonplace figures, such as washerwomen, violists, and a rural dweller that he meets "on my wanderings around". "These people" he continues, "need to learn abaut art and many don´t have access to art galleries." Norberto began sculpting in clay when he was 13 years old, later preferring wood. "I earn my living from the banners and pleasure from the sculptures", he says.<br />
<br />
Raimundo Ribeiro (Belo Horizonte. 1938), working in Taubaté and Areias (São Paulo), made customized monumental sculptures of writer Monteiro Lobato and his characters for public squares, as well as cowhands (Barretos, São Paulo) and other themes for farms, ranches and rural town halls.<br />
<br />
The painted running boards of trucks by master Bebiano in the state of Paraíba are also a public art - art in transit - admired by Raimundo Colares - as are the tiny friezes hand painted by traveling artists skilled in painting the sides of truck chassis, both geometrical and semiotic alike, adopting set patterns all over the country. More often, traveling mudguard painters illustrate the sides with country scenes, little houses and coconut palms, dreaming of an idealized home where the drivers sspend little time. On the other handd, these romantic pictures are associated with generally humorous, some even satirical phrases, or those conveying a philosophy of life, and were the subject of a book and numerous articles in the press. "Who lives in the past is the museum". "Adam had luck, neither mother-in-law nor truck", "Forced tourist", "Traveling with death, searching for wealth", "When a poor man eats chicken one of them is ill", "A por man is only ahead when the police are after him", "Life on the roads and leisure at home" are a tiny sample of this literature in pragmatic doses.<br />
<br />
Last but not least, in this entry is the urban graphite art from spray cans whose place par excellence is the street. Drawings and paintings representing caricatures, comic strip characters, political cartoons, or abstract or realistic elements now appear frequently in the large cities in the 20th century, when in the late 1960s young people from the Bronx, New York, began to adopt this art, beginning as a fringe culture in the 1960s, parallel to hip-hop and break dance. The purpose os this street art is to mitigate the brutality of the urban environment, and provide access to art expressions outside academies or museums. In the 1980s, street art was a craze in Europe - Amsterdam, London, Paris, Berlin -, Painted by squatters, living in abandoned buildings and factories. Graphite artists lived there with groups of artists, musicians, and mimics. Some graphite artists became famous in the large arts circuit, namely Jean-Michel Basquiat, Keith Haring and Kenny Scharf. The 1983 São Paulo Biennial showed the word of some of these artists, which led to valorization at the next Biennial of graffitti by Alex Vallauri, Matuck and Zaidler. in 1987, North American John Howard, living 17 years in Brazil, considered graffiti as swomething anonymous, collective. Julio Barreto, also in São Paulo, uses a "mask" technique = cardboard cutout - to do his detailed work. We show here some pictures of graffiti with the same idea to brighten up the grayness of the urban environment by groups from Rio de Janeiro, such as the one commanded in Nova Iguaçu, in Rio de Janeiro, by Orlando Rafael, who belonged to the generation of artists who met in Parque Laje, a well-known school of art in the city of Rio de Janeiro, in the 1980s. Walls and flashboards were often "graffited" by the group, to pinpoint social issues at a time when the country was reviving its democrcy. In the case of Vila Valverde, in Nova Iguaçu, in 1997, in 1997, Orlando and educator Cristina Mendonça worked toward recycling walls of homes and public places jointly with the earlier "scribblers". This work was not only art educarion for the community by including the scribbles in the new graffiti, but also contributed to minimizing the growing violence among the inhabitants. In the city of Rio de Janeiro, in the 1990s, a new and important graffiti wave arose, concomitant to the increase of violence. Names such as Marcelo Eco and Fábio Ema highlight from this generation, as they propose an artistic action to soften the degradation of the urban surroundings peripheries and, at the same time, protest against the social injustice in the elegant South Zone neigh-borhoods. Ema coordinates today a Non-Government Organization in São Gonçalo, Rio de Janeiro, where he teaches his art to the young.<br />
<br />
<br />
<b>Memory and the present, carved in motion</b><br />
<br />
Three of the artists worth mentioning who exhibited their work in public areas in the cities are Antônio de Oliveira and Raimundo Machado, both from the state of Minas Gerais, and Manoel Josete Molina from São Paulo. They were of an advanced age, 80 or 90 years old, born in the early 20th century, and came from the country-side, wth country culture, which made their work doubly innovative. First, because of the technology with pulleys that they invented to eletrically move their work. Next, due to the personal revival of history, which they did in the scenes where figures carved and painted by them portray the pre-industrial world of their chiildhood and education, plus scenarios that reproduce the industrial world, festivals and sociability in town and country. In fact, qhat the three did is to recreate events that they lived and witnessed, telling a story in a mythical and personal time in Brazil, "written", with handmade figures in motion. After them, for other narrative proposities, there is in Rio de Janeiro the work of Adalton Fernandes Lopes (1938).<br />
<br />
<br />
<b>Adalton Fernandes Lopes</b><br />
<b>1938, Niterói, State of Rio de Janeiro</b><br />
<br />
Untike his predecessors Antônio de Oliveira, Molina and Raimundo Machado, Adalton, at least a generation youmger, preferred to register what is contemporary to him. He molds his characters in clay, paints them and moves them by electricity, using a clever system of his own invention. His sets of figures range from the sacred (Life of Christ) to the profane (erotic scenes) and may include, in certain cases, up to 450 characters, such as Carnival, illustrating a samba school parade. Like Antônio de Oliveira, but opposed to Molina and Machado, Adalton makes several incursions into the land of humor and irreverence. In the Jacques van de Beuque collection, today the Casa do Pontal museum, we can also see his Circus. Anthropologist Angela Mascelani wrote about his overall work (1999): "Although the author maintains the details that characterize the experience of each different situation (life os Christ, Carnival, circus, eroticism, work etc.), the similar physiognomy of the characters suggests that they are the same individuals playing various social roles in everyday life. Through his dolls, Adalton created a special view of urban life, focusing also the moments of recreation, meeting (games, festivals, dances) and mainly street activities, revealing the inventiveness and sensitivity of the artist". <b>See: Antônio de Oliveira, Arquitetura, Carnaval, Festas, Futebol, Manoel Josete Molina, Profeta Gentileza, Raimundo Machado Azeredo, Religião, Representações dramáticas, Véio</b><br />
<br />
<br />
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "molengo"; font-size: 15.84px;">Fonte: </span><a href="http://nos-todos-lemos.blogspot.com/2010/07/lelia-coelho-frota-pequeno-dicionario.html" style="background-color: white; color: #6699cc; font-family: molengo; font-size: 15.84px;" target="_blank">Pequeno Dicionário da Arte do Povo Brasileiro - Século XX - Lélia Coelho Frota</a><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "molengo"; font-size: 15.84px;">, págs. 64-79.</span></div>
</div>
<span style="text-align: justify;"><br /></span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
nostodoslemoshttp://www.blogger.com/profile/00666488587444765403noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9135229873286100548.post-40071247117700271622019-01-24T14:02:00.002-02:002019-02-05T00:09:32.378-02:00Macaé - RJ - Brasil - Princesinha do Atlântico<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<b>Macaé (RJ), Brasil - </b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<b>Princesinha do Atlântico</b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<i><br /></i></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfYUEfrw9VvMr34UC_b1yEwRUmLHg88WOHCk6yz_Zu6kSEO8WE2SpPRO-817_lNgAGwI_EliMxed3rK_1bcHVF8jynAqZZkIoL87O949UV_v67YIW7CgBf-qRHFDt3akNCOwykuKmS_Jjy/s1600/49674153_359079164822721_1809767466117627904_n+%25281%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="864" data-original-width="1152" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfYUEfrw9VvMr34UC_b1yEwRUmLHg88WOHCk6yz_Zu6kSEO8WE2SpPRO-817_lNgAGwI_EliMxed3rK_1bcHVF8jynAqZZkIoL87O949UV_v67YIW7CgBf-qRHFDt3akNCOwykuKmS_Jjy/s320/49674153_359079164822721_1809767466117627904_n+%25281%2529.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b>Praia Campista -<br />Ilha de Sant´Anna, Papagaio e Francês</b></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<a name='more'></a><br /><br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjO-8rnjfJ_0HiYSZCvWc948uO_ckSRZyXw8jbC4qBxavhlkoBv1FEn36fngSPZtfXczUbPkolQbzjCNInLD2sXqCgci23QBsqKIax2XSEInR1zat-AKiPU5_Pcs-ywY0_kmLzLkj4bRqz7/s1600/49899378_361707801330603_8249004267046699008_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="864" data-original-width="1152" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjO-8rnjfJ_0HiYSZCvWc948uO_ckSRZyXw8jbC4qBxavhlkoBv1FEn36fngSPZtfXczUbPkolQbzjCNInLD2sXqCgci23QBsqKIax2XSEInR1zat-AKiPU5_Pcs-ywY0_kmLzLkj4bRqz7/s320/49899378_361707801330603_8249004267046699008_n.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b>Praia Campista</b></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpNLKJv0xQSpihZ887oG7S1oJqdoWwFhkXdwczKO8Rm5yNNkjbXstYYeQoIqgrTxL-JzO-uJMoN4tGLwj_OM76my1WvZqTMkx9cApOIC2V4qr-b508f4dWtdonG55YkAl3Jzt33faowsZ9/s1600/49899470_384919282082065_6356801341838327808_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="864" data-original-width="1152" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpNLKJv0xQSpihZ887oG7S1oJqdoWwFhkXdwczKO8Rm5yNNkjbXstYYeQoIqgrTxL-JzO-uJMoN4tGLwj_OM76my1WvZqTMkx9cApOIC2V4qr-b508f4dWtdonG55YkAl3Jzt33faowsZ9/s320/49899470_384919282082065_6356801341838327808_n.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b>Praia dos Cavaleiros</b></td></tr>
</tbody></table>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDQw-FWkKKL6-pi_pTjJq54QL9TdTFhWR32l-wnqyDtln7r7FNQhlYrYjo6kCVgOg199JHYO4q5NU4XgGRnNjXdTlHaZs-Spnj3fkTqLg2PSMfWr8Bq26IQtMk3NHY-8GJn-wNrhjlH4xt/s1600/49949939_277048036311015_2343455416509267968_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="864" data-original-width="1152" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDQw-FWkKKL6-pi_pTjJq54QL9TdTFhWR32l-wnqyDtln7r7FNQhlYrYjo6kCVgOg199JHYO4q5NU4XgGRnNjXdTlHaZs-Spnj3fkTqLg2PSMfWr8Bq26IQtMk3NHY-8GJn-wNrhjlH4xt/s320/49949939_277048036311015_2343455416509267968_n.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b>Praia dos Cavaleiros</b></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-Z6uDvPcbBy3-HSgvRgrwagKEqNsDbFnrkkxFpeKVr7Ac9Tl8XHjVMAEmdqFS6iRAsyzmgofZC_iYGEnq_wYjZhhlb28dDq42yLny71ukkJV-JZblEcLNLBrQ-X9clLyGGF0LgpZEk5JZ/s1600/49898070_603528330105541_6688312051892224_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="809" data-original-width="1080" height="239" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-Z6uDvPcbBy3-HSgvRgrwagKEqNsDbFnrkkxFpeKVr7Ac9Tl8XHjVMAEmdqFS6iRAsyzmgofZC_iYGEnq_wYjZhhlb28dDq42yLny71ukkJV-JZblEcLNLBrQ-X9clLyGGF0LgpZEk5JZ/s320/49898070_603528330105541_6688312051892224_n.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b>Praia dos Cavaleiros</b></td></tr>
</tbody></table>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDgyxu4vBNIeQ9-FMMH_nk-VAVun-4D8gZMTj-vaW27zNDsAvquW9gf7gnY8QR11DIb_3A1wTDgrVysgAbKEAUX4B80_RR6hY0i5JrRSaNl45Y8YIMYHs79dlVIx_L6QrQV2K2OoFLGP92/s1600/50054486_380621732508380_4164565431694131200_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="864" data-original-width="1152" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDgyxu4vBNIeQ9-FMMH_nk-VAVun-4D8gZMTj-vaW27zNDsAvquW9gf7gnY8QR11DIb_3A1wTDgrVysgAbKEAUX4B80_RR6hY0i5JrRSaNl45Y8YIMYHs79dlVIx_L6QrQV2K2OoFLGP92/s320/50054486_380621732508380_4164565431694131200_n.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b>Praia dos Cavaleiros</b></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEdqzQfaYNe8YDhP_bJh_77bbo69V7R8Tp3zAgh_996_DYdCOBA9Q9Opa1oFe2u-ko_-EkOcsZkIM6cgJpc7skfxKqLOniOZUATpW1R1Q5WYSQhjqqNYmLio-4XZRr18RwwHk2C6OYhq0U/s1600/50099071_2314549195235890_4460901738278289408_n+%25282%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="719" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEdqzQfaYNe8YDhP_bJh_77bbo69V7R8Tp3zAgh_996_DYdCOBA9Q9Opa1oFe2u-ko_-EkOcsZkIM6cgJpc7skfxKqLOniOZUATpW1R1Q5WYSQhjqqNYmLio-4XZRr18RwwHk2C6OYhq0U/s320/50099071_2314549195235890_4460901738278289408_n+%25282%2529.jpg" width="239" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b>Praia Campista </b></td></tr>
</tbody></table>
<br />nostodoslemoshttp://www.blogger.com/profile/00666488587444765403noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9135229873286100548.post-91387233760539692012019-01-10T01:21:00.002-02:002019-02-05T00:08:43.308-02:00Noah Gordon - O Físico<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLysRJJGTYvCHFZeKMnL2WaiBMdMZYwnHU3IwBla_4D-S-X2wS-AeZP_2nictNPwqrArRpdHXHqPNyc2mqqMc5XflQ41VTEet5Pc648BmZMURfxCaUpoLKnwG7M6gKukI5wGbsqqo63GGH/s1600/Noah-Gordon+-+O+f%25C3%25ADsico.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="540" data-original-width="370" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLysRJJGTYvCHFZeKMnL2WaiBMdMZYwnHU3IwBla_4D-S-X2wS-AeZP_2nictNPwqrArRpdHXHqPNyc2mqqMc5XflQ41VTEet5Pc648BmZMURfxCaUpoLKnwG7M6gKukI5wGbsqqo63GGH/s320/Noah-Gordon+-+O+f%25C3%25ADsico.jpg" width="219" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b>Noah Gordon - O físico</b></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<b>O fisico / Noah Gordon: tradução de Aulyde Soares Rodrigues. - Rio de Janeiro: Rocco, 1988. </b><br />
<b><br /></b>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Maravilhosa narrativa!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O físico, de Noah Gordon, relata a trajetória de vida miserável do jovem Rob J., na Inglaterra do século XI, partindo para a Pérsia, determinado na causa humanitária da arte do conhecimento científico, da Medicina, onde surgiram suas primeiras descobertas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<a name='more'></a><br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Dos primeiros parágrafos, vê-se a narrativa diferente do filme "O físico" onde Rob J. fica órfão de pai e mãe.<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
"Finalmente os gritos desesperados atraíram a atenção de uma parteira que passava, uma velha mais ou menos bêbada, que afastou os espectadores do estábulo com palavrões. Voltando-se, observou Agnes com desgosto.</div>
<div style="text-align: justify;">
- Os malditos homens te enterraram na merda - resmungou.</div>
<div style="text-align: justify;">
Não havia lugar melhor para levar Agnes. A mulher levantou a saia dela até acima da cintura e cortou a roupa de baixo; então, no chão, de frente para a vagina dilatada, afastou a palha cheia de esterco com as mãos, que depois limpou no avental sujo.</div>
<div style="text-align: justify;">
Tirou do bolso um vidrinho de gordura escurecida com o sangue e os líquidos de outras mulheres. Tirando um pouco da gordura rançosa passou-a nas mãos até ficarem bem lubrificadas, então enfiou dois dedos, depois três, depois toda a mão no orifício dilatado da mulher que uivava agora como um animal.</div>
<br />
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: justify; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
- Vai doer duas vezes mais, dona - disse a parteira, lubrificando os braços até os cotovelos. - O bandidinho pode morder os dedos dos pés se quiser. Está vindo sentado."<br />
<br />
Rob J., tem o dom especial de pressentir a morte iminente de um ser humano, seja ele um familiar ou um desconhecido.</div>
<div style="margin: 0px;">
<br /></div>
<div style="margin: 0px;">
"Pálido e fraco, Nathanael estava deitado imóvel. Várias vezes pensou que o filho fosse Agnes e tentou segurar a mão dele. Mas Rob, lembrando do que tinha acontecido quando a mãe estava doente, evitou o contacto.<br />
<br /></div>
<div style="margin: 0px;">
Mais tarde, envergonhado, voltou para o lado do pai. Segurou a mão áspera e calosa de Nathanael, notando as unhas duras e quebradas, a pele encardida, os pêlos escuros e ásperos.<br />
<br /></div>
<div style="margin: 0px;">
A mesma coisa aconteceu então. Teve a sensação de que alfo diminuía, como a chama de uma vela se apagando. Vagamente compreendeu que o pai estava morrendo e que ia acontecer muito breve, e foi dominado por um terror mudo, como quando sentiu que a mãe ia morrer.<br />
<br /></div>
<div style="margin: 0px;">
Além da cama estavam seus irmãos. Rob era novo mas muito inteligente e um impulso imediato e realista suplantou sua mágoa e a agonia do medo.<br />
<br /></div>
<div style="margin: 0px;">
Sacudiu o braço do pai.</div>
<div style="margin: 0px;">
- Agora, o que vai ser de nós? - perguntou em voz alta, mas ninguém respondeu."</div>
</div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A construção perfeita dos personagens, com mergulho no detalhamento da condição de vida física quanto social e psicológica .<br />
<br />
Narrativa intensa de ação, iniciada com o jovem deixando sua terra natal para o mundo exterior, místico e desconhecido, como aprendiz de barbeiro, uma forma inicial de sobrevivência.<br />
<b><br /></b>
<b><br /></b>
<b>Noah Gordon</b>, ex-repórter e editor de obras científicas, autor de alguns best-sellers memoráveis nos Estados Unidos, como <i>The Rabbi</i>, <i>The Jerusalem Diamond</i> e <i>The Death Committee</i>, Noah Gordon é técnico de Medicina de Emergência e está terminando o segundo volume de uma série dedicada a uma dinastia de médicos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
nostodoslemoshttp://www.blogger.com/profile/00666488587444765403noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9135229873286100548.post-40259405464374318392019-01-01T21:57:00.001-02:002019-02-05T00:09:48.842-02:00Nós Todos Lemos - 10 anos de Blog!<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTY-GvL19h4fAb_D0LSvG9Krx2YicIhnmQOa9v-u8vlcoYDMLhX3qfmNno8OqcFt91PtmWAULOt19HDCyeZ9SZSC4K2cimZSpUv1lrEFW06tiM-3qTKbjPODX_B-MFPdNA4eFzCuzUgUdO/s1600/nos+todos+lemos+blogs.bmp" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="548" data-original-width="660" height="265" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTY-GvL19h4fAb_D0LSvG9Krx2YicIhnmQOa9v-u8vlcoYDMLhX3qfmNno8OqcFt91PtmWAULOt19HDCyeZ9SZSC4K2cimZSpUv1lrEFW06tiM-3qTKbjPODX_B-MFPdNA4eFzCuzUgUdO/s320/nos+todos+lemos+blogs.bmp" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b>Blog Nós Todos Lemos<br />- primeira versão.</b></td></tr>
</tbody></table>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
2009/2019, 10 Anos de Blog!<br />
<br />
Obrigada caro leitor, pelo amor às letras, à literatura, às artes!<br />
<br />
<a name='more'></a><br /><br />
<div style="text-align: justify;">
A primeira versão do <b>Blog Nós Todos Lemos </b>surgiu em 2006-2008, por uma necessidade de pesquisa para o meu curso de pós-graduação em <i>Psicopedagogia e Orientação Educacional </i>em que estudara <b><a href="http://nos-todos-lemos.blogspot.com/2011/08/pierre-levy.html" target="_blank">Pierry Lévy</a></b> e o uso das redes sociais aplicada na aprendizagem, mais especificamente foi um trabalho de TCC envolvendo Jovens Aprendizes na indústria de óleo e gás.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Na época eu só tinha como acesso ao meio digital pessoal o uso de um email. As redes sociais foi pois sendo experimentada, para conclusão deste estudo e acabei por abrir um blog para registrar as minhas percepções literárias.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Acabei por excluir o blog que tinha uma gama abrangente de temas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas a necessidade de falar de literatura em um mundo onde a leitura tem sido substituída por tantos outros recursos, foi o ponto crucial para reiniciar o blog com um formato mais acadêmico.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Com o passar do tempo e da vida ativa, as resenhas de literatura diminuíram , entretanto, foi criado um espaço para registrar a vida bibliográfica e o talento de tantos escritores clássicos, poetas, artistas, em um tempo em que no plano real a cultura está um pouco aquém de ter o seu real valor nas vivência humana. Vide o Museu Nacional, na cidade do Rio de Janeiro, queimado recentemente e a grande perda de trabalhos artísticos irrecuperáveis. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nesse sentido, a contribuição das redes sociais na socialização do conhecimento é digna, através dos sites de literatura, prosa, ou blogs.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Seguimos andando vagarosamente mas sempre com passos firmes na cultura, nas artes, na literatura.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Que esses 10 anos de blog sejam um tempo de reflexão, persistência e foco, para que a caminhada seja a mais significativa possível.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />nostodoslemoshttp://www.blogger.com/profile/00666488587444765403noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9135229873286100548.post-79016097520743013892018-11-19T13:30:00.002-02:002019-02-05T00:18:19.474-02:00Eli Heil - Eli Malvina Heil<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0EX7DfbTFylkLwS-o3vpZSG8IzAc5UO_HYaeLhvf92p5PsBMBp55GUMzs-R-X3sO6Atsn992iaZiatpWT9tly-nv8iCgEwutxkY9PBbY2VKo1Zy_wknYFqEmkzmhVgOEhrTwd56pQP6Cw/s1600/Eli+Heil.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="260" data-original-width="250" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0EX7DfbTFylkLwS-o3vpZSG8IzAc5UO_HYaeLhvf92p5PsBMBp55GUMzs-R-X3sO6Atsn992iaZiatpWT9tly-nv8iCgEwutxkY9PBbY2VKo1Zy_wknYFqEmkzmhVgOEhrTwd56pQP6Cw/s1600/Eli+Heil.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><a href="http://eliheil.org.br/fra/artista/" target="_blank">Eli Malvina Heil</a></td></tr>
</tbody></table>
<b style="text-align: justify;"><br /></b>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="text-align: justify;"><span style="text-align: justify;">Eli Heil</span><span style="text-align: justify;">, revelada na década de 60 pelo crítico </span><span style="text-align: justify;">João Evangelista de Andrade Filho</span><span style="text-align: justify;">, ultrapassou, em 1966, os limites da Ilha de Santa Catarina ao expor individualmente no </span><i style="text-align: justify;">Museu da Arte Contemporânea da USP</i><span style="text-align: justify;">, apresentada por </span><span style="text-align: justify;">Walter Zanini</span><span style="text-align: justify;">. </span><span style="text-align: justify;"></span></span><br />
<a name='more'></a><span style="text-align: justify;"><span style="text-align: justify;">Na introdução do catálogo para essa mostra, Zanini considera-a a maior revelação da nossa arte de intuição primitiva destes últimos vinte anos". É consenso de ambos os críticos ver na obra de Eli, naquela data, uma "visão expressionista de natureza cósmica, que dá magnitude ao seu pequeno mundo de morro e de currais." Esse mundo não tardará a expandir-se cada vez mais, quer como inaudita liberdade formal ao explorar inovadoramente técnicas por ela mesma inventadas, quer como ocupação de um espaço real, que se ampliará pelos desdobramentos da pintura erodida e desenhos "esfolados" de Eli pela tridimensionalidade da tapeçaria, da escultura, da cerâmica e, finalmente, pelas criações monumentais do </span><i style="text-align: justify;">Mundo do Ovo</i><span style="text-align: justify;">, no tereno da sua casa em Florianópolis. "Eu sempre achei que o ovo é o princípio de tudo", declarou a Jandira Lorenz (1985), que escreveu sobre a sua obra um livro definitivo. "O ovo para mim é redondo, é tudo aquilo que faço. É uma evolução de todos os meus sentimentos", acrescenta Eli, que possui notável dom para expressar-se pela palavra, compondo frequentes poesias sobre a própria criação, sempre ligada à sua biografia. "A arte é ver nascer do verde cérebro os mais maravilhosos seres imaginários", declara a artista a J. Lorenz, que identificará na fabulação genesíaca de Eli a transmutação permanente de significados e formas. Imagem da fertilidade, estadeiam-se no trabalho de Eli falos, seios, serpentes, germinações. Lorenz apontará certas afinidades da artista "com alguns momentos, por exemplo, do Grupo Cobra, pelo seu furor cromático, por sua escala de antivalores (antibeleza, anti-razão, <i>antimétier</i>) e pelo tumulto e teatralidade de formas". Os títulos das obras de Eli Heil falam do seu mundo: <i>Animal desfiado, Morro faísca, Meu Morro, meu pé, Cobra garruda, Cérebro telefone, Bicho tinta, Bicho ovo, Peixe pássaro, És tu, orelha flor?, Mulher trançuda, Cavalo trança, Eu no Monte das Oliveiras</i>. Filha de Clemente Tiago Diniz e Malvina Garcia Diniz, teve dez irmãos, do squais sobreviveram sei, nascidos no município de Palhoça. Trabalhou como balconista e aos 16 anos ensinou no grupo escolar para ajudar a família. Estudou arte o Normal Regional e fez o curso de educação física. Casou-se aos 22 anos com o comerciário José Urbano Heil e permaneceu por anos como professora de educação física de uma escola de Florianópolis (SC). Iniciou-se como autodidata na pintura em 1962. Expôs pela primeira vez em 1966, no 21. <i>Salão Municipal de Belas Artes</i>, em Belo Horizonte (MG). Dois anos depois, realizou mostra individual na capital mineira. Integrou a mostra coletiva <i>Instinto e Criatividade Popular</i>, no MNBA, do Rio de Janeiro (1975) com curadoria de Lélia Coelho Frota. Participou das exposições <i>Arte Brasil Hoje 50 Anos Depois</i>, em São Paulo (1974), <i>Peintres Naifs Brésiliens de L´Imaginaire</i>, em Paris (1976) e <i>Artistas de Santa Catarina</i>, Rio de Janeiro (1978), da <i>Bienal Latino-americana de Mito e Magia</i>, São Paulo (1979), da <i>6a. Bienal de São Paulo</i>, <i>Sala de Arte Incomum</i> (1981). Em 1987 participou da mostra <i>Brésil, Arts Populaires</i>, no Grand Palais, Paris, com seu grande óleo sobre <i>courvin Deus escolheu este lugar</i>. É figura exponencial não apenas da arte catarinense, como também da criação brasileira no século XX.</span></span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="text-align: justify;"><i><br /></i></span>
<span style="text-align: justify;"><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "molengo"; font-size: 15.84px;">Fonte: </span><a href="http://nos-todos-lemos.blogspot.com/2010/07/lelia-coelho-frota-pequeno-dicionario.html" style="background-color: white; color: #6699cc; font-family: molengo; font-size: 15.84px; text-decoration-line: none;" target="_blank">Pequeno Dicionário da Arte do Povo Brasileiro - Século XX - Lélia Coelho Frota</a><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "molengo"; font-size: 15.84px;">, págs. 173-175.</span></span>nostodoslemoshttp://www.blogger.com/profile/00666488587444765403noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9135229873286100548.post-36718598913231650412018-11-13T11:26:00.002-02:002019-02-05T00:10:25.479-02:00Lêdo Ivo<b>Ignoro o quinhão que me coube na partilha</b><br />
<b>de tantos bens dispersos entre a luz raiante</b><br />
<b>e a névoa que mascara a borra dos naufrágios.</b><br />
<b><br /></b>
<b><br /></b>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdWdoxbR9cmdamfIbcGX8cf3CDkZX6qvutkHvPOcTYiPvo-Oa1f9lDzcgjEF_Eq66Nm1XrlcujBtjlKiK43fUNr4Kg9PNy63G6-_tEREsIZ9po6Z8GB6byUIOrqrmpw9vZbI30U5XW5MEr/s1600/L%25C3%25AAdo+Ivo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="173" data-original-width="129" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdWdoxbR9cmdamfIbcGX8cf3CDkZX6qvutkHvPOcTYiPvo-Oa1f9lDzcgjEF_Eq66Nm1XrlcujBtjlKiK43fUNr4Kg9PNy63G6-_tEREsIZ9po6Z8GB6byUIOrqrmpw9vZbI30U5XW5MEr/s320/L%25C3%25AAdo+Ivo.jpg" width="238" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b>Lêdo Ivo</b></td></tr>
</tbody></table>
<i style="text-align: justify;"><b><br /></b></i>
<i style="text-align: justify;"><b>Nasce no dia 18 de fevereiro, em Maceió - AL, faleceu em 23 de dezembro de 2012.</b></i><br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mesmo tendo nascido numa família sem tradição literária, desde a infância <b>Lêdo Ivo</b> manifestou o desejo de ser escritor. Quando se mudou com a família para o Recife, aos 16 anos de idade, passou a colaborar com a imprensa local e participou de um grupo literário do qual fazia parte o escritor e crítico literário Willy Lewin.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<a name='more'></a><br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Influenciado por autores como Ribeiro Couto, Telmo Vergara, Monteiro Lobato e Luís Jardim, <b>Lêdo Ivo</b> queria ser contista. Mas, por sugestão de um amigo, parou de escrever contos e se voltou para a poesia. A experiência neste outro gênero literário definiu a sua linguagem - poemas de versos longos -, muito próxima da prosa. "Você pode ser prosador e poeta", afirma <b>Lêdo Ivo</b>.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em 1943, o escritor mudou-se para o Rio de Janeiro, onde se matriculou na <b>Faculdade Nacional de Direito </b>e se formou em 1949. Entretanto, nunca exerceu a profissão. Ainda na faculdade, passou a colaborar em suplementos literários e a trabalhar como jornalista. Foi relator da <i>Tribuna da Imprensa </i>e da revista <i>Manchete</i>, colaborador de <i>O Estado de S. Paulo</i> e editorialista do <i>Correio da Manhã</i>.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Lêdo Ivo </b>estreou na literatura em 1943, com o livro <i>As imaginações</i>. Naquela época, já frequentava o grupo de escritores que se reunia no consultório de <b>Jorge de Lima</b>, tornando-se amigo de <b>Manuel Bandeira</b>, <b>Murilo Mendes</b>, <b>Graciliano Ramos</b> e, especialmente, <b>José Lins do Rêgo</b>, com quem almoçava semanalmente.<br />
<br />
Em 1945, recebeu o prêmio <b>Olavo Bilac</b>, da <i>Academia Brasileira de Letras</i>, pela publicação de <i>Ode e elegia</i>. Este seria o primeiro de uma série de prêmios que o poeta iria conquistar, como o <i>Jabuti</i>, da <i>Câmara Brasileira do Livro</i>.<br />
<br />
No início de 1953, Lêdo Ivo mudou-se para Paris, só retornando em outubro do ano seguinte. Em 1963, a convite do governo norte-americano, fez uma viagem de dois meses pelos Estados Unidos, onde realizou palestras em universidades.<br />
<br />
Embora reconhecido como um dos poetas mais representativos da Geração de 45, "o espírito da poesia de Lêdo Ivo por vezes concorda e às vezes repele o de sua geração", observa o ensaísta Péricles Eugênio da Silva Ramos. "Isso porque poesia, para ele, equivale a um convite à aventura."<br />
<br />
Em 1986, Lêdo Ivo foi eleito para a cadeira n. 10 da Academia Brasileira de Letras. Lançou, em 2000, o livro <i>O rumor da noite</i>, uma reunião de 100 poemas inéditos. Sobre o livro, falou o poeta: "Minha noite, de homem e de poeta, está cercada de rumores: os rumores do mundo, da memória, do instante que passa. E principalmente do rumor do vento."<br />
<br />
<br />
<b>Curiosidade</b><br />
Ao comentar sobre a Geração de 45, <b>Sérgio Buarque de Holanda</b> disse que era uma geração de poetas com nomes compridos e versos curtos - como <b>João Cabral de Melo Neto</b>, <b>Péricles Eugênio da Silva Ramos</b> e <b>Paulo Mendes Campos</b> - mas que, singularmente, havia um poeta de nome curto, chamado <b>Lêdo Ivo</b>, que escrevia versos longos.<br />
<br />
<br />
<i>"... 'O poeta mente a verdade.'' (...) Queira o leitor perdoar, mas entrei nesse cipoal de sutilezas depois de virar a última página de um livro de poemas intitulado </i>Um brasileiro em Paris e o rei da Europa. <i>O autor é Lêdo Ivo. (...) Aliás, a veraz mentira está claramente exposta no poema-chave do livro, aquele </i>Alfabeto, <i>que deveria ser dedicado amim, e não a José Lins do Rêgo; vou nesse sentido mover uma ação sumária contra o poeta."</i><br />
<div style="text-align: right;">
Manuel Bandeira</div>
<div style="text-align: right;">
<br /></div>
<div style="text-align: right;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
ASILO SANTA LEOPOLDINA</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Todos os dias volto a Maceió.</div>
<div style="text-align: justify;">
Chego nos navios desaparecidos, nos trens sedentos,</div>
<div style="text-align: justify;">
nos aviões cegos que só</div>
<div style="text-align: justify;">
aterrizam ao anoitecer.</div>
<div style="text-align: justify;">
Nos coretos das praças brancas passeiam caranguejos.</div>
<div style="text-align: justify;">
Entre as pedras das ruas escorrem rios de açúcar</div>
<div style="text-align: justify;">
fluindo docemente dos sacos armazenados nos trapiches</div>
<div style="text-align: justify;">
e clareiam o sangue velho dos assassinados.</div>
<div style="text-align: justify;">
Assim que desembarco tomo o caminho do hospício.</div>
<div style="text-align: justify;">
Na cidade em que meus ancestrais repousam em</div>
<div style="text-align: justify;">
cemitérios marinhos</div>
<div style="text-align: justify;">
só os loucos de minha infância continuam vivos e</div>
<div style="text-align: justify;">
à minha espera.</div>
<div style="text-align: justify;">
Todos me reconhecem e me saúdam com grunhidos</div>
<div style="text-align: justify;">
e gestos obscenos ou espalhafatosos.</div>
<div style="text-align: justify;">
Perto, no quartel, a corneta que chia</div>
<div style="text-align: justify;">
separa o pôr-do-sol da noite estrelada.</div>
<div style="text-align: justify;">
Os loucos langorosos dançam e cantam entre as grades.</div>
<div style="text-align: justify;">
Aleluia! Aleluia! Além da piedade</div>
<div style="text-align: justify;">
a ordem do mundo fulge como uma espada.</div>
<div style="text-align: justify;">
E o vento do mar oceano enche os meus olhos</div>
<div style="text-align: justify;">
de lágrimas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<b>Obras do autor</b><br />
<b><br /></b>
POESIA: <i>As imaginações</i>, 1944; <i>Ode e elegia</i>, 1945; <i>Acontecimento do soneto</i>, 1948; <i>Ode ao crepúsculo</i>, 1948; <i>Cântico</i>, 1949; <i>Linguagem</i>, 1951; <i>Ode equatorial</i>, 1951; <i>Um brasileiro em Paris</i> e <i>O rei da Europa</i>, 1955; <i>Magias (contendo Os amantes sonoros)</i>, 1960; <i>Uma lira dos vinte anos</i>, 1962; <i>Estação central</i>, 1964; <i>Finisterra</i>, 1972; <i>O sinal semafórico</i>, 1974; <i>O soldado raso</i>, 1980; <i>A noite misteriosa</i>, 1982; <i>Calabar</i>, 1985; <i>Mar oceano</i>, 1987; <i>Crepúsculo civil</i>, 1990; <i>Curral de peixe</i>, 1995; <i>O rumor da noite</i>, 2000.</div>
<br />
ROMANCE: <i>As alianças</i>, 1947; <i>O caminho sem aventura</i>, 1948; <i>O sobrinho do general</i>, 1964; <i>Ninho de cobras</i>, 1973; <i>A morte do Brasil</i>, 1984.<br />
<br />
ENSAIO: <i>Lição de Mário de Andrade</i>, 1951;<i> O preto no branco</i>, 1955; <i>O girassol às avessas</i>, 1960; <i>Paraísos de papel</i>, 1961; <i>Ladrão de flor</i>, 1963; <i>O universo poético d</i><i>e Raul Pompéia</i>, 1963; <i>Poesia observada</i>, 1967; <i>Modernismo e modernidade</i>, 1972; <i>Teoria e celebração</i>, 1976; <i>Alagoas</i>, 1976; <i>A ética da aventura</i>, 1982; <i>A república da desilusão</i>, 1995.<br />
<br />
OUTRAS: <i>A cidade e os dias (crônicas)</i>, 1957; <i>Use a passagem subterrânea (contos)</i>, 1961; <i>Confissões de um poeta (autobiografia)</i>, 1979; <i>O aluno relapso (autobiografia)</i>, 1991.<br />
<br />
<br />
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "molengo"; font-size: 15.84px;">Fonte: </span><a href="http://nos-todos-lemos.blogspot.com.br/2010/10/100-anos-de-poesia-um-panorama-da.html" style="background-color: white; color: #6699cc; font-family: molengo; font-size: 15.84px;" target="_blank">100 Anos de Poesia - Um panorama da poesia brasileira no século XX </a><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "molengo"; font-size: 15.84px;">- Volume II - organização Claufe Rodrigues e Alexandra Maia - O verso Edições - 2001 - Rio de Janeiro.</span></div>
nostodoslemoshttp://www.blogger.com/profile/00666488587444765403noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9135229873286100548.post-15621337191267389942018-11-01T21:26:00.000-02:002019-02-05T00:39:48.549-02:00Dadinho - Geraldo Marçal dos Reis<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizYm6DC5quDKmWSNiGN0VTgTokR9jjEXaHiSyyZu_QAs8Ju5xMzBPVcoMCCeMNLPrRU5u7ZYRj9mN8ECpPFDPYYLRknzfVvJr2U6Oo9i8bfK_sVgiv5PZoAOKYErnbXRJet37nsYAAirFa/s1600/Dadinho+-+Geraldo+Mar%25C3%25A7al+dos+Reis.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="381" data-original-width="300" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizYm6DC5quDKmWSNiGN0VTgTokR9jjEXaHiSyyZu_QAs8Ju5xMzBPVcoMCCeMNLPrRU5u7ZYRj9mN8ECpPFDPYYLRknzfVvJr2U6Oo9i8bfK_sVgiv5PZoAOKYErnbXRJet37nsYAAirFa/s320/Dadinho+-+Geraldo+Mar%25C3%25A7al+dos+Reis.jpg" width="251" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><a href="http://www.museucasadopontal.com.br/pt-br/dadinho" target="_blank">Dadinho - Geraldo Marçal dos Reis, 1931, Diamantina-MG</a></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<a name='more'></a><br /><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
Trabalhou desde menino com o pai, <b>Pedro Felicidade dos Reis</b>, carpinteiro profissional, até os 15 anos de idade. Com ele aprendeu a fazer móveis, barcos,a levantar casa. A família veio para Nova Iguaçu, Estado do Rio de Janeiro, quando ele tinha entre oito e dez anos de idade. Contratado por uma cervejaria, e depois pela Ford, construiu galpões, igreja, casas. Frequentou pouco a escola. Aos 12 anos descobre o dom para a escultura ao talhar à volta da casca espessa de uma laranja "<i>uma família de índios com dois filhos, a mulher e ele, um bezerro do lado, um cachorro e um porco, com uma cerquinha entalhada</i>", informou a Amélia Zaluar, que escreveu sobre ele o estudo <i>Dadinho, o escultor de cidades</i> (SAP, n. 71). Mas foi só em 1972 que começou a fazer o seu urbanismo em miniatura nas raízes de pequiá-marfim, que resgata de árvores queimadas no morro perto de sua casa. "Não apanho árvore que dá produção, que sobe. Quando não dá mais para ela reviver, eu apanho." Seu primeiro trabalho representou o centro de Nova Iguaçu: praça, rua principal, cinema, estação do trem, pronto-socorro, delegacia, saída para a vida Dutra. Realizou em seguida outras dez esculturas urbanísticas com essa temática. Nas raízes tentaculares, orgânicas dos trabalhos que se seguiram a este, Dadinho foi esculpindo outras visões do crescimento desordenado das cidades, descritivamente minuciosas no afeto com que, entretanto, vai detalhando casas, padarias, posto de saúde, hospital, açougue, escadarias, ruas, avenidas do mundo em que lhe foi dado viver. Suas obras encontram-se no acervo do Museu da Casa do Pontal (RJ), no museu de arte popular do Centro Cultural de São Francisco (PB).</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
He worked since be was a lad to 15 years old with his father, Pedro Felicidade dos Reis, a aprofessional carpenter. He learned from him how to make furniture, boats and raise a house. His family moved to Noa Iguaçu, Rio de Janeiro State, when he was around 8-10 years old. He was later hired by a brewery and then by Ford, and worked in the building of warehouses, a church and houses. He hardly went to school at all. When be was 12 years old he discovered his gift for sculpture ehen he carved the outside of a thick orange rind "a family of Indians with two children, the couple, a calf at the side, a dog and a pig, with a carved fence", Amelia Zaluar relates in her study about him, Dadinho o escultor de cidades (SAP, 71). But it was only in 1972 when he began to create his urban scenes in miniature on the roots of a white quebracho tree, the rescued from burned trees on the hill close are producing, growing. I collect them when they can´t revive any more." His first work portrayed the center of Nova Iguaçu: square, main street, cinema, train station, emergency ward, police station, way-out to the Dutra highway. He then made ten other urban sculptures on this theme. Dadinho used the organic tentacle-like roots of the work later to carve other views of the disorderly spread of the houses, bakeries, health care center, hospital, butcher, steps, streets, avenues of the universe in which he lived. His work can be found in the colletion of the Edison Carneiro Folklore Museum, Casa do Pontal Museum, both in Rio de Janeiro, and the popular art museum of São Francisco Cultural Center, Paraíba State.<br />
<br />
<br />
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "molengo"; font-size: 15.84px;">Fonte: </span><a href="http://nos-todos-lemos.blogspot.com/2010/07/lelia-coelho-frota-pequeno-dicionario.html" style="background-color: white; color: #6699cc; font-family: molengo; font-size: 15.84px;" target="_blank">Pequeno Dicionário da Arte do Povo Brasileiro - Século XX - Lélia Coelho Frota</a><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "molengo"; font-size: 15.84px;">, págs. 165-166.</span></div>
nostodoslemoshttp://www.blogger.com/profile/00666488587444765403noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9135229873286100548.post-45944093586115101662018-09-22T16:21:00.004-02:002019-02-05T00:11:19.245-02:00Afonso Felix de Sousa<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5HczebkDDBjoDX08dBn2cyk0zBs-Mac_TO0fZlPZdhDEIOc9cqeQ0A82SD7KHi3Y9wlNFVQrqNVCbjQ3FtireFcRm3qs6pdAsb3ZFUDD3-kizy9AO-o10kvk0X8myfY0MfACBr7Vt2XxI/s1600/Afonso+F%25C3%25A9lix+de+Sousa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="214" data-original-width="149" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5HczebkDDBjoDX08dBn2cyk0zBs-Mac_TO0fZlPZdhDEIOc9cqeQ0A82SD7KHi3Y9wlNFVQrqNVCbjQ3FtireFcRm3qs6pdAsb3ZFUDD3-kizy9AO-o10kvk0X8myfY0MfACBr7Vt2XxI/s1600/Afonso+F%25C3%25A9lix+de+Sousa.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><a href="http://www.antoniomiranda.com.br/Brasilsempre/afonso_felix_de_sousa.html" target="_blank">Afonso Félix de Souza</a></b></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<b>Palavras e palavras, esta a herança</b></div>
<div style="text-align: center;">
<b>que tive e vou deixando.</b></div>
<div style="text-align: center;">
<b><br /></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>1925</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Nasce no dia 5 de julho, em Jaraguá - GO.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Desde a idade escolar, os versos despertaram em Afonso Felix de Sousa uma espécie de fascínio, especialmente pelos românticos e parnasiano. Logo, começou a escrever sonetos, acrósticos e quadras metrificadas. Na adolescência, descobriu os simbolistas e, logo a seguir, os modernistas. Mudou-se com a família ara Goiânia, em 1943, e passou a publicar seus versos nos jornais locais, como O Popular, Folha de Goiás e Oeste. No final da década, começou a trabalhar no Banco do Brasil e participou da fundação da Associação Brasileira de Escritores de Goiás. Foi transferido para o Rio de Janeiro, onde vive até hoje. Em 1959, Afonso Felix de Sousa se casou com a diplomata e também poetisa Astrid Cabral, com quem tem cinco filho.<br />
<br />
<a name='more'></a><br /><br />
Publicou, em 1948, <i>O túnel</i>, seu primeiro livro de poesia, que teve boa acolhida da crítica. Dos poetas que surgiram ao término da Segunda Guerra e da ditadura do Estado Novo, conhecidos como a Geração de 45, <b>Afonso Felix de Souza </b>é um dos nomes mais representativos. Darcy Damasceno aponta em sua obra dois grupos temáticos principais: "O primeiro grupo se forma, inicialmente, em torno da idéia de nostalgia da infância, acentuando-se depois na de frustração amorosa (<i>O túnel</i>, <i>Do sonho e da esfinge</i> e <i>Íntima parábola</i>); o segundo centra-se na idéia de errância (<i>O amoroso e a terra</i>, <i>Memorial do errante</i> e <i>Álbum do Rio</i>)."<br />
No plano formal, podemos observar a gradual transformação de sua obra, evoluindo da rígida convenção da métrica até o verso livre: "A minha poesia começou com a fase em que eu só a concebia dentro dos preceitos da versificação convencional (métrica, rima). Com a leitura dos nossos modernistas, fui alargando as suas fronteiras, desenvolvendo-a."<br />
Afonso Felix de Sousa é também tradutor, tendo trazido para a língua portuguesa grandes nomes da poesia universal, como John Donne, François Villon e Federico García Lorca.<br />
<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<i>"A poesia de Afonso Felix ajudou a formar e desenvolver o pensamento estético da Geração de 45."</i></div>
<div style="text-align: center;">
Gilberto Mendonça Teles</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<b><i>"A poesia é... e mais de centenas de definições que não a definem em todos os aspectos. Limitando-me ao verso, diria, como Drummond, que o verso é minha consolação, minha cachaça."</i></b></div>
<div style="text-align: center;">
<b><i><br /></i></b></div>
<div style="text-align: center;">
<b><i>"Na criação literária existe um processo mecânico de apresentação dos textos, ao lado de um aspecto misterioso (inspiração ou coisa que o valha) que se incorpora às vezes independentemente da nossa vontade, surpreendendo a nós mesmos."</i></b></div>
<div style="text-align: right;">
<b><i>Afonso Felix de Sousa</i></b></div>
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<b>Destino</b><br />
<b><br /></b>
Porque nasceste obscuras raízes se espalharam<br />
traçando esses caminhos. Agora vais em frente.<br />
Ainda que desejes parar debaixo de uma árvore,<br />
comer de um fruto que não seja teu, deitar à sombra<br />
que não cai do céu para todos, ou desviar-te<br />
por outros caminhos que sonhaste e só por isso<br />
julgas teus, irrevogáveis e mecânicos são os passos<br />
que te vão levando, inerme, sobre a corda bamba<br />
até a outra margem - de onde voltar não podes.<br />
Voltar atrás não podes, é tarde, é sempre tarde,<br />
que a cada momento a corda arrebenta atrás de ti<br />
e arma-se de novo à tua frente para que de novo<br />
a pises, vás em frente, chegues lá. Mas a que eira<br />
ou beira? A que destino? Mãos invisíveis traçam<br />
o destino; e os fios com o que o traçam, tramam,<br />
são igualmente invisíveis. E vais. Por onde vais,<br />
sejam ou não os caminhos que sonhas teus e pisas,<br />
em toda água sobre que te debruces, vês, encontras<br />
a imagem de que foges e á a imagem que buscas.<br />
<br />
<br />
<b>Obras do autor</b><br />
POESIA: <i>O túnel</i>, 1948; <i>Do sonho e da esfinge</i>, 1950; <i>O amoroso e a terra</i>, 1953; <i>Memorial do errante</i>, 1956; <i>Íntima parábola</i>, 1960; <i>Álbum do Rio</i>, 1965; <i>Chão básico & itinerário leste</i>, 1978; <i>As engrenagens do belo</i>, 1981; <i>Quinquagésima hora & horas anteriores</i>, 1987; <i>Á beira de teu corpo</i>, 1990. <i>Soneto aos pés de Deus e outros poemas</i>, 1996.<br />
<br />
POEMAS DRAMÁTICOS: <i>Caminho de Belém</i>, 1962; <i>Vida e morte de alferes</i>, 1965; <i>Rio das almas</i>, 1984.<br />
<br />
ANTOLOGIAS: <i>Antologia poética</i>, 1966; <i>Pretérito imperfeito</i>, 1976; <i>Antologia poética</i>, 1979; <i>Nova antologia poética</i>, 1991.<br />
<br />
PROSA: <i>Do ouro ao urânio (crônicas)</i>, 1969.<br />
<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Fonte</b>: <a href="http://nos-todos-lemos.blogspot.com/2010/10/100-anos-de-poesia-um-panorama-da.html" target="_blank">100 Anos de Poesia - Um Panorama da poesia brasileira no Século XX - Volume I - Págs. 202-203.</a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
nostodoslemoshttp://www.blogger.com/profile/00666488587444765403noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9135229873286100548.post-21036560659090259322018-09-20T19:38:00.003-02:002019-02-05T12:52:47.749-02:00Cardosinho - José Bernardo Cardoso Júnior<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-VcO20mDYku7BL30Ce5UQLOIawCJdxEe3sUxYWLSHdBGizSDjdW_gx10TW0Panxq1ax2uVkzmebaudNMoxt2AnLZVhBjLoATd8rqoDcl40dYA_MrwyrlEXNTZfaWfIMINEb5o417DEh9x/s1600/Jos%25C3%25A9+Geraldo+Cardoso+Junior.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="313" data-original-width="467" height="214" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-VcO20mDYku7BL30Ce5UQLOIawCJdxEe3sUxYWLSHdBGizSDjdW_gx10TW0Panxq1ax2uVkzmebaudNMoxt2AnLZVhBjLoATd8rqoDcl40dYA_MrwyrlEXNTZfaWfIMINEb5o417DEh9x/s320/Jos%25C3%25A9+Geraldo+Cardoso+Junior.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><a href="https://www.catalogodasartes.com.br/cotacao/obrasdearte/artista/Jose%20Bernardo%20Cardoso%20Junior%20-%20Cardosinho/ordem/inclusao_mais_recente/pagina/1/" target="_blank">José Bernardo Cardoso Júnior</a> -<br />
Serra dos Órgãos</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<br />
<a name='more'></a><br /><br />
<div style="text-align: justify;">
De pai brasileiro, veio para o Brasil com três anos de idade para morar no Rio de Janeiro. Perdeu a família em um naufrágio em 1873. Foi para o seminário São José e depois estudar em Roma, na Pontifícia Universidade Gregoriana. Desistiu de ser padre e escolheu ser professor de latim e francês em Minas Gerais, e, em seguida, inspetor de colégio no Rio de Janeiro. Autodidata, começou a pintar depois de aposentado. Enviou dois trabalhos para o Salão de 1931 - o Salão Revolucionário - da Escola de Belas Artes, que seguia a orientação renovadora de Lúcio Costa. Teria sido nessa ocasião notado pelos modernistas, interessados na recuperação de formas outras de arte. Nesse ano Portinari tinha voltado da Europa, participava do júri do salão e passaria a incentivá-lo. Cardosinho apresentou no Salão uma natureza-morta com perspectiva, composição e uso da cor inteiramente diversos, quer da norma acadêmica, quer da estética das vanguardas do seu tempo. O onorismo delicado da sua pintura rendilhada, nessa natureza-morta, faz refletir num espelho o Pão de Açúcar, visto de ângulos simultâneos. Se o seu trabalho não fosse alheio a rótulos, poderíamos falar de um surrealismo em surdina para qualificá-lo, mas o ideal é deixá-lo livre e desetiquetado, aproximando-o daquele "grau zero da pintura" que buscaram outros artistas seus contemporâneos, como o <i>douanier</i> Rousseau, Séraphine de Senlis, Bombois, Vivin. O outro trabalho que inscreveu no Salão denominou-se <i>Trecho da Ilha de Santa Cruz</i> e, certamente, foi também "copiado" de cartões postais e ilustrações como era do gosto desse artista que preferia aproximar-se da realidade pelo seu rebatimento. Pintou cerca de 600 quadros entre os 70 e os 86 anos de idade. Tem obras na Tate Gallery, em Londres, no MOMA, em Nova York e no museu de Arte Moderna, RJ.<br />
<br />
<br />
<br />
His father was Brazilian and he was three years old when be arrived in Brazil to live in Rio de Janeiro. He lost his family in a ship-wreck in 1873. He went to São José seminary and later studied in Rome at the Gregorian Pontifical University. He gave up the idea of being a priest and decided instead to be a Latin and French teacher in the State of Minas Gerais, and then a school inspector in the city of Rio de Janeiro. he was self-taught and began painting after his retirement. He sent two works to the 1931 Salon - the Revolutionary Salon - of the School of Fine Arts, which had adopted the renovationg focus of Lúcio Costa. It was on that occasion that he was noticed by the Modernists, interested in recovering other forms of art. At that year Portinari had returned from Europe, was a jury member of the salon and now encour-eaged him. Cardosinho exhibited a still life in the Salon with completely different perspective, composition and use of color from the academic standards and aesthetics of the vanguards of his time. The delicate dreamlike quality of his lace-like painting in this stilllife simultaneous angles. if his work were not alien to labels, we could mutter Surrealism to classify it, but the ideal is to leave it free and unlabeled, approximating it to desired "zero degree of painting" of other contemporaries of his, such as Douanier Rousseau, Séraphine de Senlis, bombois, and Vivin. The other work registered in the Salon was called A stretch of Santa Cruz Island (Um Trecho da Ilha de Santa Cruz) and certain-illustrations, which this artist liked to do be become closer to the reality through its reverberation. From 70 to 86 years old he painted around six hundred pictures. He has works on display in the Tate Gallery, London, in the Museum of Modern Art, New York, and the museum of Modern Art of Rio de Janeiro.<br />
<br />
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "molengo"; font-size: 15.84px;">Fonte: </span><a href="http://nos-todos-lemos.blogspot.com/2010/07/lelia-coelho-frota-pequeno-dicionario.html" style="background-color: white; color: #6699cc; font-family: Molengo; font-size: 15.84px; text-align: start; text-decoration-line: none;" target="_blank">Pequeno Dicionário da Arte do Povo Brasileiro - Século XX - Lélia Coelho Frota</a><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "molengo"; font-size: 15.84px;">, págs. 95-96.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "molengo"; font-size: 15.84px;"><br /></span></div>
nostodoslemoshttp://www.blogger.com/profile/00666488587444765403noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9135229873286100548.post-59372655044178228362018-09-19T09:19:00.000-02:002019-02-05T00:12:00.535-02:00Bené da Flauta de Bambú - Benedito Pereira da Silva <br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4SlCHXa0KeWThS-hVolWVJnUKvcbYcFRXNzsy_94oPMAo81K6M8Uf6MTxj1-VYTAKycXe2Ef1jw7Y-TDvRNctIAJX34gzLcpCfn4CCfjznnDkD7FhEpZH5cDIM9qy3MAu5e1uppO5_fhb/s1600/Benedito+Pereira+da+Silva.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="768" data-original-width="1024" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4SlCHXa0KeWThS-hVolWVJnUKvcbYcFRXNzsy_94oPMAo81K6M8Uf6MTxj1-VYTAKycXe2Ef1jw7Y-TDvRNctIAJX34gzLcpCfn4CCfjznnDkD7FhEpZH5cDIM9qy3MAu5e1uppO5_fhb/s320/Benedito+Pereira+da+Silva.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><a href="https://ouropretocultural.com.br/vivendo-ouro-preto/contos-casos-e-fatos-de-ouro-preto/bene-da-flauta/" target="_blank">Bené da Flauta de Bambu</a> -<br />Foto: Dimas Guedes</b></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<span style="text-align: justify;">Iniciou a produção de flautas de bambu e outros instrumentos de sopro de sua invenção aos 17 anos.</span><br />
<div style="text-align: justify;">
Vivia com a irmã, analfabeta e pobre, em uma casa de pedra, no morro da Quimada. Tocava saxofone e vendia flautas na praça Tiradentes em Ouro Preto, sua cidade natal. Guilherme Mansur, em <i>Bené Blake</i> (1999), primoroso livrinho que editou com fotos do artista por Dimas Guedes e versos de William Blake, descreveu-o como "um dionisíaco <i>homme sauvage</i>" que andava pelas ruas da cidade nos anos 60/70 e morreu no final daquela última década. Bené usava roupas espelhadas e coloridas, e se dizia possuído por Deus. Realizou muitas esculturas em pedra e madeira com vigor e poder de síntese. Consta do Dicionário de Artes Plásticas no Brasil, de Roberto Pontual (1969).<br />
<br />
c.1922, Ouro Preto/MG - c.1978<br />
<br />
<a name='more'></a><br /><br />
<br />
He began making bamboo flutes and other wind instuments of his own invention when he was 16 years old. He lived with his poor illiterate sister ins a stone house on Queimada Hill. He played the saxophone and sold flutes in Tiradentes Square in Ouro Preto, his birth town. Guilherme Mansur, in Bené Blake (1999) a booklet he edited with photos of the artist by Dimas Guedes and verse of William Blake, describes Bené as "a Dionysian homme savage", who wandered the streets of the town in the 1960s and 1970s, and died in the late 1970s. Bené used to wear shiny, bright-colored clothes and claimed to be possessed by God. He made many stone and wooden sculptures with energy and power of synthesis. he is part of Dicionário de Artes Plásticas no Brasil (1969) by Roberto Pontual.<br />
<br />
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "molengo"; font-size: 15.84px;">Fonte: </span><a href="http://nos-todos-lemos.blogspot.com/2010/07/lelia-coelho-frota-pequeno-dicionario.html" style="background-color: white; color: #6699cc; font-family: Molengo; font-size: 15.84px; text-align: start; text-decoration-line: none;" target="_blank">Pequeno Dicionário da Arte do Povo Brasileiro - Século XX - Lélia Coelho Frota</a><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "molengo"; font-size: 15.84px;">, págs. 90-91.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
nostodoslemoshttp://www.blogger.com/profile/00666488587444765403noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-9135229873286100548.post-86849253014442064312018-09-15T11:52:00.005-02:002019-02-05T00:12:18.757-02:00Francisco de Oliveira Carvalho<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4X7_F5gbyAaYGAKzBPw2cE5i9iFmoZPsDODCcKNZFi92ROF3tqdbh5pjFcWHZ-C88W4T35NJBmoGeyg8HqKxrJN8SLWt9VkFprV8eTn-KddOud3s5kz0WYlBe3__0UXlBNIltwcDgXfmd/s1600/Francisco+Carvalho.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="220" data-original-width="185" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4X7_F5gbyAaYGAKzBPw2cE5i9iFmoZPsDODCcKNZFi92ROF3tqdbh5pjFcWHZ-C88W4T35NJBmoGeyg8HqKxrJN8SLWt9VkFprV8eTn-KddOud3s5kz0WYlBe3__0UXlBNIltwcDgXfmd/s1600/Francisco+Carvalho.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><a href="http://www.algumapoesia.com.br/poesia3/poesianet287.htm" target="_blank">Francisco de Oliveira Carvalho</a></b></td></tr>
</tbody></table>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<i>O rio de meus avós já não passa pela aldeia dos meninos.</i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><br /></i>
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
De sua terra natal, <b>Francisco Carvalho</b> recorda as tardes poeirentas do verão, os doidos de rua, as procissões das sextas-feiras santas, os sinos da matriz dobrando pelos mortos de malária, transportados em redes para o cemitério. Em vários de seus poemas existem vestígios desta época, para sempre impresso na sua alma.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<a name='more'></a><br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Viveu uma adolescência povoada de vozes poéticas: Castro Alves, Álvares de Azevedo, Cruz e Souza, Casimiro de Abreu, Olavo Bilac. Com 19 anos, emigrou para Fortaleza, onde morava numa pensão e trabalhava no comércio. Atualmente, <b>Francisco Carvalho</b> é funcionário da Universidade Federal do Ceará e membro da Academia Cearense de Letras.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Seus primeiros poemas foram publicados em jornais locais, como o Unitário, O Nordeste e O Povo. O livro de estréia, Cristal de memórias, de 1955, deu início a uma longa trajetória, na qual <b>Francisco Carvalho</b> descobriu que "a humildade é a porta de outo por onde se chega à ante-sala da Poesia".</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em 1982, com o livro <i>Quadrante solar</i>, ganhou o prêmio de poesia da Bienal Nestlé. Recebeu também o da Biblioteca Nacional de 1997, com <i>Girassóis de barro</i>. Sua poética tem nítido parentesco com a Geração de 45, na técnica esmerada, no verso livre buscando a densidade formal. Segundo Assis Brasil, "<b>Francisco Carvalho</b> produz a sua poesia, no fundo, sem se preocupar muito com os enquadramentos estéticos, ou as situações históricas relacionadas com o verso. Sonetos, decassílabos, rimas ortodoxas ou irregulares, o sabor das trovas populares, os hexassílabos, sem dúvida trata-se de uma poesia plural, que parece ser uma tendência do poeta maduro e consciente de seu trabalho".</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Francisco Carvalho</b> reconhece três fases em sua obra: aprendizagem, de 1955 a 1966, com a transição das formas arcaicas para o verso moderno; a busca da individualidade literária, até 1979; e a maturidade, que se inicia na década de 80, revelando o poeta mais completo, em textos consistentes e com pleno equilíbrio de conteúdo e forma, onde a poesia é uma sistematização de códigos e a transformação da "linguagem verbal em objeto estético". A professora da USP Nelly Novaes Coelho ressalta que, em seus versos, há "um certo ritmo oracular, que aprofunda a grandeza da linguagem, lembrando ora a inspiração bíblica dos salmos, ora o húmus do epigrama (em que o poeta é mestre)".</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<i>"Inspiração é palavra proibida no dicionário poético da atualidade. Melhor seria, talvez, dizer que existe um momento propício para a poesia. O sujeito não deve colocar-se diante do papel à espera de que o poema lhe caia do céu, pronto e acabado. Isso é uma falácia. Tem-se vontade de escrever um poema da mesma forma que se tem vontade de fazer amor. (...) O poeta constrói o poema, a emoção desenha o ritmo."</i></div>
<div style="text-align: right;">
<b>Francisco Carvalho</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
ARQUIVO MORTO</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sou o passado e o presente</div>
<div style="text-align: justify;">
sou também o futuro.</div>
<div style="text-align: justify;">
Os dias que se vão desfolhando</div>
<div style="text-align: justify;">
em plumagem dourada.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sou a sombra da árvore onde</div>
<div style="text-align: justify;">
as feras repousam.</div>
<div style="text-align: justify;">
O rastro que os ventos apagaram</div>
<div style="text-align: justify;">
mas continua palpitando</div>
<div style="text-align: justify;">
nas artérias da luz.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sou o passado submerso na pele.</div>
<div style="text-align: justify;">
A porta do futuro que</div>
<div style="text-align: justify;">
se abre aos fantasmas expulsos</div>
<div style="text-align: justify;">
de suas tumbas demolidas.</div>
<div style="text-align: justify;">
Sou o futuro e sua nau</div>
<div style="text-align: justify;">
de fogo boiando nas águas do dilúvio.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Estarei convosco quando o futuro</div>
<div style="text-align: justify;">
chegar com a sua túnica</div>
<div style="text-align: justify;">
de profeta indignado. E quando</div>
<div style="text-align: justify;">
suas palavras forem mais</div>
<div style="text-align: justify;">
terríveis do que um punhal cravado</div>
<div style="text-align: justify;">
no peito do inimigo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<i>"Antes de mais nada, cumpre sublinhar o que há de rigor, ostinato rigor, na poesia de Francisco Carvalho, na qual impera, soberana, a grave e harmoniosa comunhão entre forma e fundo, entre o que e o como da expressão poética."</i></div>
<div style="text-align: right;">
Ivan Junqueira</div>
<div style="text-align: right;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><br /></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Obras do autor</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><br /></b></div>
<div style="text-align: justify;">
POESIA: <i>Cristal da memória</i>, 1955; <i>Canção atrás da esfinge</i>, 1956; <i>Do girassol e da nuvem</i>, 1960; <i>Memorial de Orfeu</i>, 1969; <i>Os mortos azuis</i>, 1971; <i>Pastoral dos dias maduros</i>, 1977; <i>Rosa dos eventos</i>, 1983; <i>As visões do corpo</i>, 1984; <i>Barca dos sentidos</i>, 1989; <i>O Tecedor e sua trama</i>, 1992; <i>Girassóis de barro</i>, 1997; <i>Romance da nuvem pássaro</i>, 1998; <i>A concha e o rumor</i>, 2000.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<b style="background-color: white; color: #333333; font-family: Molengo; font-size: 15.84px; text-align: start;">Fonte: <a href="http://nos-todos-lemos.blogspot.com/2010/10/100-anos-de-poesia-um-panorama-da.html" style="color: #6699cc; text-decoration-line: none;" target="_blank">100 Anos de Poesia - Um panorama da poesia brasileira do século XX - Volume I; Organização Claufe Rodrigues e Alexandra Maia</a></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
nostodoslemoshttp://www.blogger.com/profile/00666488587444765403noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9135229873286100548.post-18533245986665167632018-09-14T19:51:00.000-02:002019-02-05T00:12:36.115-02:00Agnaldo Manuel dos Santos<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEia12dxcral963hueYqzKQAZH9QRyrRvBWL6HkxP06bvw2nXFvDZR2u7A0OqncL8HiRrWCYtkwnAbagI24SahsJ3SEjtaYe_IVLwHD4BsDZHkqd4R9nmRecpj3gQCL9F_9qOeq5q-hYGsXB/s1600/Agnaldo+Manuel+dos+Santos.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1173" data-original-width="1181" height="316" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEia12dxcral963hueYqzKQAZH9QRyrRvBWL6HkxP06bvw2nXFvDZR2u7A0OqncL8HiRrWCYtkwnAbagI24SahsJ3SEjtaYe_IVLwHD4BsDZHkqd4R9nmRecpj3gQCL9F_9qOeq5q-hYGsXB/s320/Agnaldo+Manuel+dos+Santos.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b>Agnaldo Manuel dos Santos -<br /><a href="http://nos-todos-lemos.blogspot.com/2010/07/lelia-coelho-frota-pequeno-dicionario.html" target="_blank">Pequeno Dicionário da Arte do Povo Brasileiro - Século XX -Lélia Coelho Frota</a></b></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
Descendente de índios e negros, trabalhou desde os dez anos de idade. Depois de diversas ocupações, incllusive a de mineiro em uma caieira, empregou-se, em 1947, como vigia no estúdio do escultor, gravador e desenhista Mário Cravo Júnior, em Salvador. incentivado por esse artista, Agnaldo começou a esculpir em 1953. Viajou com Franco Terranova pelo rio São Francisco, resultando daí a recuperação de inúmeras antigas <b>carrancas </b>que haviam navegado na proa de embarcações. Conheceu, então, o principal autor de carrancas no século XX, o mestre Francisco Biquiba Dy Lafuente Guarany, de quem declarou ter aprendido novas maneiras de olhar para o processo criativo. Suas esculturas em madeira participaram de importantes mostras coletivas e individuais, como a Bienal de São Paulo em 1957. Quatro anos após sua morte recebeu o prêmio internacional de escultura no I Festival Mundial de Arte e Cultura Negra, em Dakar, Senegal, em 1966, com <i>Rei</i>. Sua obra foi estudada por Clarival do Prado Valladares, que viu nela "a expressão eterna da sua ancestralidade cultural". Voltado para a representação de sobrenaturais afro e também de imaginário transculturado com o do catolicismo, o trabalho de Agnaldo, ao emergir com absoluta autenticidade da sua experiência histórica individual e do seu conhecimento das grandes artes africanas, se encontra entre as mais originais realizações da escultura brasileira do século XX. Seu trabalho consta do acervo do Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro e integra importantes coleções privadas de arte.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<a name='more'></a><br /></div>
<div style="text-align: justify;">
He was a descendente of Indians and Africans and started to work when he was ten years old. After a variety of emloyment, including a miner in a lime pit, in 1947 he worked as a watchman in the Salvador city studio for the sculptor, engraver and draughtsman Mário Cravo Junior. Agnaldo was encouraged by this artist to begin sculpting in 1953. He travled with Franco Terranova along the São Francisco river, and this trip resulted in his recovering numerous old carrancas (figureheads of riverboats). There be met the best 20th century crver of carrancas, master Francisco Biquita Dy Lafuente Guarany, who, he said, taught him new ways of viewing the creative process. His wood pieces were displayed in major collective and individual exbitions, such as the 1957 São Paulo Biennial. Four years after his death, he was awarded the international prize for the sculpture Rei at the 1st World Festival of Black Art and Culture, in Dakar, Senegal, in 1966. His word was studied by Clarival do Prado Valladares, who saw in it "the eternal wxpression of his cultural ancestry". Agnaldo´s work, focusing the representarions of the African supernatural and cross-cultural imaginarion, mainly from Catholicism, emerged with absolute authenticity from bis individual historic experience and knowlwdge of the most original expressions of the 20th century Brazilian sculpture. his word is to be seen in the Museu Nacional de Belas Artes, RJ and major private collections.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
Fonte: <a href="http://nos-todos-lemos.blogspot.com/2010/07/lelia-coelho-frota-pequeno-dicionario.html" target="_blank">Pequeno Dicionário da Arte do Povo Brasileiro - Século XX - Lélia Coelho Frota</a>, págs. 38-39.nostodoslemoshttp://www.blogger.com/profile/00666488587444765403noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9135229873286100548.post-59481197543295904552018-09-11T03:29:00.001-02:002019-02-05T00:13:02.590-02:00Museu Casa de Portinari - Brodowski - SP<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
O <b><a href="https://www.museucasadeportinari.org.br/" target="_blank">Museu Casa de Portinari</a></b>, localizado em Brodowski, SP, é espetacular!</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEqT6oqYbbancsIJueNBOW4i0oSl3Xn0fWnhFx3TSeVhaMaWhUvTH21UiecyezzaPqnD1PXjFdd_adKV0bdzjdcrIXDmJrrNPi4-hhbnEm7hmAk9CwD_hKm2d1J3wsvmZsXqk1GLZdxLZ-/s1600/IMG_20170716_120353801%257E2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="991" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEqT6oqYbbancsIJueNBOW4i0oSl3Xn0fWnhFx3TSeVhaMaWhUvTH21UiecyezzaPqnD1PXjFdd_adKV0bdzjdcrIXDmJrrNPi4-hhbnEm7hmAk9CwD_hKm2d1J3wsvmZsXqk1GLZdxLZ-/s320/IMG_20170716_120353801%257E2.jpg" width="198" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><a href="https://www.museucasadeportinari.org.br/" target="_blank">Museu Casa de Portinari</a></b></td></tr>
</tbody></table>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNS8mP9muD54coCB87HUzRCf3SseQorttlb6-lo7xZRU7Sgd7_JBWVwzAizOJGQETspLf2MXdB0xNcZqJxU5RPAIKJEIaackFsd1gJbV5EBAFm-nhJq6fzGlNp96e8528dKGZO2H_jzq59/s1600/IMG_20170716_130959172.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="900" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNS8mP9muD54coCB87HUzRCf3SseQorttlb6-lo7xZRU7Sgd7_JBWVwzAizOJGQETspLf2MXdB0xNcZqJxU5RPAIKJEIaackFsd1gJbV5EBAFm-nhJq6fzGlNp96e8528dKGZO2H_jzq59/s320/IMG_20170716_130959172.jpg" width="180" /></a></div>
<br />
<a name='more'></a><br /><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAMQLWreZBcWzZy8GtBiGmrsSW_Gtns9q5VLfYIHqrXDVLScJYOwU5b_zdoeJKagcbIIiDi8AF5YYSfXxKS5waM_JEwj2eqjZZvmvmsmbwOS-YjCFNZ03oqDHCvxjaGM9DPAoAHt6eiUia/s1600/IMG_20170716_131110221.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="900" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAMQLWreZBcWzZy8GtBiGmrsSW_Gtns9q5VLfYIHqrXDVLScJYOwU5b_zdoeJKagcbIIiDi8AF5YYSfXxKS5waM_JEwj2eqjZZvmvmsmbwOS-YjCFNZ03oqDHCvxjaGM9DPAoAHt6eiUia/s320/IMG_20170716_131110221.jpg" width="180" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisg-QVczLxKZY9qENVe8poaNkbGFCr3lxY5oD5sEfhB87BVSEnwJJi_6fp-8LqFQzeV58WQi0lFaL2qkGS4JWi28YpEIIcZR-L9NrAFL2_p_urrUaJGgsftfQevxQfwOF4jj6SA-w9PnfN/s1600/IMG_20170716_131329486%257E3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1120" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisg-QVczLxKZY9qENVe8poaNkbGFCr3lxY5oD5sEfhB87BVSEnwJJi_6fp-8LqFQzeV58WQi0lFaL2qkGS4JWi28YpEIIcZR-L9NrAFL2_p_urrUaJGgsftfQevxQfwOF4jj6SA-w9PnfN/s320/IMG_20170716_131329486%257E3.jpg" width="224" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3DDoGeXUSd2Ia2jC3GTXr4WUt2vYyHA4qaYwj6Ria-0LDoIxnJDftQo6xNvFkHa1qHNa8nB-YE90tv4VtAmGvUwf9Qj8zwqAdtHRo5tgCtLHJNXPjrI03T6ub_-HIUTNxZ5h_3nO62xII/s1600/IMG_20170716_131506214.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3DDoGeXUSd2Ia2jC3GTXr4WUt2vYyHA4qaYwj6Ria-0LDoIxnJDftQo6xNvFkHa1qHNa8nB-YE90tv4VtAmGvUwf9Qj8zwqAdtHRo5tgCtLHJNXPjrI03T6ub_-HIUTNxZ5h_3nO62xII/s320/IMG_20170716_131506214.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtiBG2EoBgFBCrLtuCUW69HM54olzYwyVQyDYsId4D0AonYkWSLeC3354zeyWw6PhDeIO3Db-kEH1xRgaJ9p4ydoY6RHEx6K_jL3pOdun5W9eFXe60_4WboPSpJitx1rgCR0qVU9UFbcUV/s1600/IMG_20170716_131529173.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtiBG2EoBgFBCrLtuCUW69HM54olzYwyVQyDYsId4D0AonYkWSLeC3354zeyWw6PhDeIO3Db-kEH1xRgaJ9p4ydoY6RHEx6K_jL3pOdun5W9eFXe60_4WboPSpJitx1rgCR0qVU9UFbcUV/s320/IMG_20170716_131529173.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoawm86QMypSdbSEiFni22X9y5JX4C-5vUSOl6QQ3nI-UwQNkCxng7k26Ywmd5jhI7AQBH14pLJB-LVq0P1qKWdNNx_mWJUPHDHEzpFQ6Jzbz1TUALicNjQpIShiEhmR1vUIq2Arl-PupR/s1600/IMG_20170716_122134879%257E2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="900" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoawm86QMypSdbSEiFni22X9y5JX4C-5vUSOl6QQ3nI-UwQNkCxng7k26Ywmd5jhI7AQBH14pLJB-LVq0P1qKWdNNx_mWJUPHDHEzpFQ6Jzbz1TUALicNjQpIShiEhmR1vUIq2Arl-PupR/s320/IMG_20170716_122134879%257E2.jpg" width="180" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHos6r7Qf03yExKETmaVQaYick1ihM9GCLF-beVR3j9QhKjKtTlQbbhqj2Zn5ZhZYRFMTCgrLru51CdO0f9Vk6LmLplwz7NkG-uZottc4PPT8NKq59SkYPuxUGNmffzAx86SRtrOt4srHT/s1600/IMG_20170716_122159119%257E2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="900" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHos6r7Qf03yExKETmaVQaYick1ihM9GCLF-beVR3j9QhKjKtTlQbbhqj2Zn5ZhZYRFMTCgrLru51CdO0f9Vk6LmLplwz7NkG-uZottc4PPT8NKq59SkYPuxUGNmffzAx86SRtrOt4srHT/s320/IMG_20170716_122159119%257E2.jpg" width="180" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2j9Zp5AvTMCXkme9RhGc22LPxr3hH_EMO8343n7O-zgFTFcrVYam7ZSFLyBLmdcHkI4rXfqt_-jgvjGNRvShqzR2P4448Ds5MmPSR7bGgjsrbzNPe9erqA09ZerHio_4TdOORPUME02G3/s1600/IMG_20170716_122328497%257E2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1161" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2j9Zp5AvTMCXkme9RhGc22LPxr3hH_EMO8343n7O-zgFTFcrVYam7ZSFLyBLmdcHkI4rXfqt_-jgvjGNRvShqzR2P4448Ds5MmPSR7bGgjsrbzNPe9erqA09ZerHio_4TdOORPUME02G3/s320/IMG_20170716_122328497%257E2.jpg" width="232" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxSH_SHUVjnK6coAsr6OAKIg30sjcXphOVh6RgsV7H168hdDa9HRevq6EcvGwJ0bA6JxLijMaSOGbcm4dSYYQCUk-Okl6OSN6_kBIK7kpLuvrSlHw9pvS8audmoiNccgfkE__ZbIk6KdDS/s1600/IMG_20170716_121547991_HDR.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxSH_SHUVjnK6coAsr6OAKIg30sjcXphOVh6RgsV7H168hdDa9HRevq6EcvGwJ0bA6JxLijMaSOGbcm4dSYYQCUk-Okl6OSN6_kBIK7kpLuvrSlHw9pvS8audmoiNccgfkE__ZbIk6KdDS/s320/IMG_20170716_121547991_HDR.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoJ7mCAmGrfnM2PNJt8p-nuoDaBckewrTOYtjzVIawdzmBf9KsfGj1_W8SSn4JBNhvVM85wDGUB4i1UBakg1o0tJ3xSG3nCQ1uIyLHlUKt6xhDgmDjceBoJQGT99hUBJbgF7diax61EJgF/s1600/20228922_10209325111557795_5154334516127938665_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="540" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoJ7mCAmGrfnM2PNJt8p-nuoDaBckewrTOYtjzVIawdzmBf9KsfGj1_W8SSn4JBNhvVM85wDGUB4i1UBakg1o0tJ3xSG3nCQ1uIyLHlUKt6xhDgmDjceBoJQGT99hUBJbgF7diax61EJgF/s320/20228922_10209325111557795_5154334516127938665_n.jpg" width="180" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnVGdzhMguH_pz_redBsS5YEeCksAMl5f9lVDJ8ktF-TtZiU6JZYDu8jgSVghVeOXyqckOjTSdGrOLAuClcv7Ks14N6ViT-NM5JBoiDugPl-srfsMX79CH4P1Y0bZjE_qn2Tv9CZJ6-cXQ/s1600/20228495_10209325115597896_8779494191373508942_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="768" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnVGdzhMguH_pz_redBsS5YEeCksAMl5f9lVDJ8ktF-TtZiU6JZYDu8jgSVghVeOXyqckOjTSdGrOLAuClcv7Ks14N6ViT-NM5JBoiDugPl-srfsMX79CH4P1Y0bZjE_qn2Tv9CZJ6-cXQ/s320/20228495_10209325115597896_8779494191373508942_n.jpg" width="256" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />nostodoslemoshttp://www.blogger.com/profile/00666488587444765403noreply@blogger.com0