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sábado, 24 de agosto de 2019

Mudinho - Manoel Ribeiro da Costa




Mulher Rezando -Mudinho - Manoel Ribeiro da Costa

Mudinho - Manoel Ribeiro da Costa
1906, Búzios/RJ

Lavrador e pescador, Mudinho - Manoel Ribeiro da Costa, o Mudinho da Praia Rasa - sobreviveu com o irmão Alfredo à morte de 11 irmãos. Por amizade e dificuldade de audição e de fala, Mudinho morou com o irmão, a cunhada e os sobrinhos por longo tempo, vivendo de lavoura de subsistência e pesca. A vida de ambos melhorou quando a habilidade de trabalhar a madeira se tornou patente ao começarem a construir embarcações com toras de madeira. A destreza dos irmãos na carpintaria tornou-se conhecida e atraiu um dia a visita do artista José d´Ávila, que veio procurá-los em busca de esculturas. Mudinho resolveu fazê-las e esculpiu o primeiro trabalho em uma tora de jaqueira. A sua voa aceitação fez com que a escultura passasse a ser a primeira fonte de renda da família, que, no entanto, não abandonou de vez as atividades de pesca e plantio. Animais, fruteiras, gamelas e principalmente, figuras hieráticas de orantes, talhadas no vinhático, no jequitibá ou na copaíba, com síntese formal próxima à dos ex-votos nordestinos, constituem o repertório dos irmãos Ribeiro da Costa. As figuras, sentadas ou em pé, de homens e mulheres, mostram um tratamento sensível na representação de braços, pernas e pés. As cabeças, volumosas, harmonizam-se, no entanto, com a concepção geral da figura, mostrando algumas vezes vazados entre o cabelo e o rosto. O trabalho de Mudinho e Alfredo, valorizado pelos meios intelectuais carioca e fluminense, integra inúmeras coleções particulares, bem como o acervo do Museu do Ingá, da Fundação de Museus do Estado do Rio de Janeiro.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

Gentileza, Profeta - José Datrino


Texto poético-gráfico em pilastra do Viaduto do Gasômetro, RJ
A graphic poem by Gentileza on a pillar of the Gasometer Viaduct, RJ

Gentileza, Profeta  Prophet Gentleness
[José Datrino]
1917, Cafelândia/SP
1996, Mirandópolis/SP

Nome que atribuiu José Datrino, nascido em Mirandópolis, São Paulo,  e que ficou conhecido como o profeta dos viadutos da cidade do Rio de Janeiro.

sábado, 2 de fevereiro de 2019

Arte Pública


  • Tamboretes de festa de largo. Stools used in open-air festivals - Salvador, Bahia - 1998
  • TAMBORETES de Festas de Largo da Bahia. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2019. Disponível em: . Acesso em: 02 de Fev. 2019. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

No fluir do processo que vai concentrando, no século XX, 70% da população brasileira nas cidades grandes, várias manifestações de arte pública ocorrem com frequência crescente em âmbito urbano. Transculturam-se conhecimentos e experiências de coletividades rurais e novas informações e vivências urbanas, com uma riqueza e variedades imensa e também grande celeridade no seu aparecimento e desaparecimento.

terça-feira, 1 de janeiro de 2019

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Eli Heil - Eli Malvina Heil

Eli Malvina Heil


Eli Heil, revelada na década de 60 pelo crítico João Evangelista de Andrade Filho, ultrapassou, em 1966, os limites da Ilha de Santa Catarina ao expor individualmente no Museu da Arte Contemporânea da USP, apresentada por Walter Zanini

quarta-feira, 19 de setembro de 2018

Bené da Flauta de Bambú - Benedito Pereira da Silva


Bené da Flauta de Bambu -
Foto: Dimas Guedes

Iniciou a produção de flautas de bambu e outros instrumentos de sopro de sua invenção aos 17 anos.
Vivia com a irmã, analfabeta e pobre, em uma casa de pedra, no morro da Quimada. Tocava saxofone e vendia flautas na praça Tiradentes em Ouro Preto, sua cidade natal. Guilherme Mansur, em Bené Blake (1999), primoroso livrinho que editou com fotos do artista por Dimas Guedes e versos de William Blake, descreveu-o como "um dionisíaco homme sauvage" que andava pelas ruas da cidade nos anos 60/70 e morreu no final daquela última década. Bené usava roupas espelhadas e coloridas, e se dizia possuído por Deus. Realizou muitas esculturas em pedra e madeira com vigor e poder de síntese. Consta do Dicionário de Artes Plásticas no Brasil, de Roberto Pontual (1969).

c.1922, Ouro Preto/MG - c.1978

sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Agnaldo Manuel dos Santos

Agnaldo Manuel dos Santos -
Pequeno Dicionário da Arte do Povo Brasileiro - Século XX -Lélia Coelho Frota


Descendente de índios e negros, trabalhou desde os dez anos de idade. Depois de diversas ocupações, incllusive a de mineiro em uma caieira, empregou-se, em 1947, como vigia no estúdio do escultor, gravador e desenhista Mário Cravo Júnior, em Salvador. incentivado por esse artista, Agnaldo começou a esculpir em 1953. Viajou com Franco Terranova pelo rio São Francisco, resultando daí a recuperação de inúmeras antigas carrancas que haviam navegado na proa de embarcações. Conheceu, então, o principal autor de carrancas no século XX, o mestre Francisco Biquiba Dy Lafuente Guarany, de quem declarou ter aprendido novas maneiras de olhar para o processo criativo. Suas esculturas em madeira participaram de importantes mostras coletivas e individuais, como a Bienal de São Paulo em 1957. Quatro anos após sua morte recebeu o prêmio internacional de escultura no I Festival Mundial de Arte e Cultura Negra, em Dakar, Senegal, em 1966, com Rei. Sua obra foi estudada por Clarival do Prado Valladares, que viu nela "a expressão eterna da sua ancestralidade cultural". Voltado para a representação de sobrenaturais afro e também de imaginário transculturado com o do catolicismo, o trabalho de Agnaldo, ao emergir com absoluta autenticidade da sua experiência histórica individual e do seu conhecimento das grandes artes africanas, se encontra entre as mais originais realizações da escultura brasileira do século XX. Seu trabalho consta do acervo do Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro e integra importantes coleções privadas de arte.

domingo, 6 de novembro de 2011

Van Gogh - Obra completa de pintura


 I Volume - Etten, Abril de 1881 - Paris, Fevereiro de 1888.


Leio o título desta postagem clandestina basicamente para medir o nível de visitação familiar a este espaço porque fiz uma rápida visita aos estimados livros que vão além de minhas poucas prateleiras e ops, Vicent van Gogh!


Auto-Retrato
Paris, Primavera de 1887
Óleo sobre cartolina, 42 x 33 ,7cm
Chicago, The Art Institute of Chicago

"Os Retratos"

"O trabalho é o que mais me distrai e se conseguisse lançar mão a ele com todas as minhas forças, talvez me curasse de vez. o facto de não terr modelos, e várias outras razões é que impedem que isso aconteça." Quando van Gogh escreveu estas palavras (retirada da carta 602), acabara de recuperar de um acesso loucura, o primeiro que tivera em Saint-Rémy. Uma paranóia repentina apoderara-se dele quando estava em frente ao cavalete, a começar a pintar a ominosa "Entrada para uma Pedreira", de que os críticos, desde então, se têm servido como prova documental da instabilidade psíquica do artista. Durante cinco semanas de Julho e Agosto, van Gogh esteve mergulhado numa escuridão mental. Tetntara engolir tinta da que usava para pintar. Esse incidente tem sido frequentemente visto como uma tentativa de suicidio. No entanto, parece-nos antes um processo regressivo de apropriação, uma ânsia infantil de absorver o material que dominava tanto o seu trabalho como a sua vida. Como é obvio, os administradores do hospício tiraram-lhe todos os materiais com que pintav. Assim que recuperou as faculdades mentais, van Gogh decidiu começar tudo de novo.
Receoso, evitava toda e qualquer excitação, tendo o cuidado de não sair do hospício. Limitado aos motivos selecionados no interior do edifício e sentindo a necessidade de se justificar não só diante dos administradores, mas também diante de si próprio, va Gogh optou pelo óbvio: começou a pintar uma série de retratos. Ao todos, pintou seis, os únicos do período de Saint-Rémy. Distinguem-se não só por serem casos isolados, mas também por constituírem manifestações bem conseguidas da arte de pintar retratos. Van Gogh buscava os olhos do retrato, o espelho da alma onde encontraria refletida uma imagem de si próprio. O olhar fixo dos retratos passou a ter mais importância do que anteriormente. Van Gogh foi o modelo de três dos retratos, evitando assim o problema que lamentara na Carta 602 (a falta de modelos) e fazendo da necessidade uma virtude.

O auto-retrato da página 534 (acima), a cabeça muito magra de van Gogh manifesta ainda sinais evidentes dos últimos conflitos. Não é só o contraste de cores que faz com que o seu rosto pareça mais pálido do que o habitual; o verde amarelado descorado, ao que parece, retrata fielmente o seu aspecto naquela altura. "Comecei-o no dia em que me levantei pela primeira vez", escreveu ele na Carta 604, "quando estava magro e pálido", um pobre diabo." Ao contrário do que normalmente acontece nos seus auto-retratos, van Gogh faz-se aqui acompanhar dos atributos do artista não só para nos revela qual a sua profissão, mas també pela capacidade que a paleta e a bata tê de disfarçar a realidade e encorajar o pintor. O seu olhar fixo e circunspecto revela alguma relutância em se cruzar com o nosso, sugerindo que o mundo da tela é um local mais clamo do que o do exterior. Ao registrar este olhar, van Gogh recorreu a um dos truques mais antigos em pintura: os seus olhos não afocam as coisas de uma forma paralela, conferindo esta divergência palpável uma certa ambiguidade ao objecto observado. Ficamos com a sensação de que aqueles olhos observam antes, introsectivamente, mundos imaginários, onde a visão literal não é necessária, e não tanto coisas reais. Simultaneamente cautelosos e visionários, são olhos que reflectem a alma de um homem que recebera o rótulo de louco.


"Vicent van Gogh era filho de um pastor protestante holandês, Theodorus van Gogh, e de sua mulher, Anna Cornelia. O seu primeiro filho morera à nascença; exatamente um ano depois dessa data, a 30 de Março de 1853, um outro rapaz via a luz do dia. A este filho saudável foram dados os nomes do primeiro nado-morto, Vicent Wilem, em homenagem aos dois avós. Por isso o primeiro dia de vida de Vicent van Gogh já trazia um agoiro. Este facto curioso não deve ter perturbado muito os pais, mas desde então um verdadeiro exército de psicanalistas tem tentado responder ao fascínio permanente de uma criança que nasceu no aniversário da sua morte, por assim dizer. E também poderá acontecer que o gasto de Vicent pelo paradoxal tenha surgido desta notável coincidência."

Lindíssimo, obra completíssima que faz uma descrição da vida e obra de Van Gogh em relato seja através de  uma carta, um fato familiar que mencione, enfim, de forma socio-cultural unindo  neste livro amplo material de pesquisa nas 733 páginas, pois voltando a Van Gogh, melhor pouca prosa e muita contemplação. Será?

"Quando penso no passado - quando penso no futuro, em todas as dificuldades quase insuperáveis, na vasta e árdua labuta pela qual não sinto qualquer gosto e que eu, gostaria de evitar, quando penso nos olhos de tanta gente a olhar espantado para mim - pessoas que saberão qual a razão por que não tive êxito, pessoas que não farão as censuras costumeiras porque, experimentadas e habituadas em todas as coisas boas e decentes em tudo o que é ouro requintado, dirão através das suas expressões: nós ajudámos-te, fomos uma luz no teu caminho - fizemos o que podíamos por ti; queria-lo sinceramente? Qual é a nossa recompensa? Onde está o fruto do nosso trabalho?"

(Vicent Van Gogh)


Jarra com Papoilas, Lóios, Peónias e Crisântemos
Paris, Verão de 1886
Óleo sobre tela, 99 x 79 cm
Otterlo, Rijksmuseum Kroller-Muller

A Formação de um artista (1853-1883)
Os Anos em Nuenen (1883-1885)
A Vida na Cidade (1885-1888)
Pintura e Utopia (Arles, Fevereiro de 1888 a Maio de 1889)
Quase um Grito de Medo (Saint-Rémy, Maio de 1889 a Maio de 1890)
O Fim (Auvers-sur-Oise, Maio a Julho de 1890
Vicent van Gogh (1853-1890) Uma Cronologia


Em tempo: andei cochilando na postagem. A capa do livro que consultei em rede (imagem inicial - pra inglês ver) não é o que tenho aqui (idioma nacional). Bem, vou corrigir e volto logo logo.


Vicent van Gogh - Obra Completa de Pintura - Ingo F. Walther - Rainer Metzger - I Volume - Etten, Abril de 1881 - Paris, Fevereiro de 1888, 733 págs. Editora Taschen

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