Júlio Verne |
1829 - Nasce o irmão Paul.
1834 - Júlio começa a frequentar a escola.
1841-46 - Vai para o Petit Séminaire e depois para o Liceu Royal de Nantes.
1847 - Estuda Direito em Paris.
1848 - É apresentado aos escritores Alexandre Dumas, pai e filho.
1851 - Publica Viagem num Balão.
1852-55 - Torna-se secretário do Teatro Lírico de Paris. Publica várias obras.
1857 - Em 10 de janeiro casa-se com Honorine-Ane de Vianne.
1859-1860 - Viaja à Escócia. Escreve Viagem à Inglaterra e à Escócia.
1861 - Em 3 de agosto nasce Michel, seu único filho.
1862 - Viaja à Noruega e à Dinamarca.
1863 - É publicado Cinco Semanas num Balão. Escreve Paris no Século Vinte.
1864 - Publica Aventuras do Capitão Hatteras e Viagem ao Centro da Terra.
1866 - Publica Da Terra à Lua e Os Filhos do Capitão Grant.
1868 - Viaja a Londres a bordo de seu iate Saint Michel.
1870 - Publica 20.000 Léguas Submarinas.
1871 - Morre Pierre, seu pai.
1873-74 - Publica A Volta ao Mundo em Oitenta Dias (*) e A Ilha Misteriosa.
1878 - Entre junho e agosto faz uma viagem a Portugal.
1879-80 - Verne viaja para a Noruega, Irlanda e Escócia.
1885 - Publica Mathias Sandorf.
1887 - Em 15 de fevereiro morre Sophie, sua mãe.
1905 - Em 17 de março Júlio Verne adoece gravemente, em consequência de diabetes. Em 24 de março morre. É sepultado em Amiens.
(*) A Volta ao Mundo em Oitenta Dias
Tido como um dos pais da ficção científica, Júlio Verne antecipou em dezenas de anos a invenção de muitos dos equipamentos que utilizamos hoje. Sua novela mais célebre, A Volta do Mundo em Oitenta Dias, narra as peripécias do excêntrico inglês Phileas Fogg, que aposta com seus companheiros ser capaz de realizar uma viagem ao redor da Terra em exatos oitenta dias. Uma façanha e tanto para o século XIX.
Em 31 de janeiro de 1863, um livro de
formato pequeno começa a aparecer nas prateleiras das livrarias na França.
Conta a história de três viajantes, liderados por um tal dr. Fergusson, que se
aventuram no coração da África viajando em um balão. Os valentes personagens da
história enfrentam tribos selvagens, animais ferozes e outros perigos.
Os leitores estão perplexos, intrigados.
Será fato ou ficção... Parece um autêntico diário de bordo, que inclui
descrições detalhadas dos fenômenos naturais presenciados e anotações sobre
longitude e latitude à medida que os exploradores avançam em sua viagem, mas as
aventuras parecem fantásticas!
No jornal parisiense Le Fígaro, um comentário
na coluna literária diz: "A viagem do dr. Fergusson é realidade ou não...
Tudo o que se pode dizer é que é envolvente como o mais bem-escrito dos
romances e instrutivo como um livro didático de ciências. Nem mesmo os grandes
descobrimentos da história do mundo foram tão bem narrados".
O título desse incrível livro era Cinco Semanas num Balão, e o
autor era um desconhecido chamado Júlio
Verne.
Jules Gabriel Verne Allottte (seu nome de batismo) nasceu em 8 de fevereiro de 1828, em
Nantes, no estuário de Líger, frança. Era o primeiro dos cinco filhos de Pierre
Verne, um próspero advogado, e Sophie (Allote de la Fuye por nascimento), filha
de uma família de militares. Seus irmãos eram Paul, Anne, Mathilde e Marie.
Criado numa cidade portuária, o garoto
tímido vivia na marina e nas docas, observando o movimento do cais, o vaivém
dos navios e das escunas, enquanto sua imaginação o transportava para portos
longínquos, empoleirado no mastro de alguma embarcação. Sempre que podia, Júlio
alugava um barco e passava o dia navegando nas imediações do cais. Algumas
vezes Paul, o irmão um ano mais novo, o acompanhava. Mas foi numa ocasião em
que estava sozinho que Júlio se viu à deriva, a cera de cinquenta quilômetros
da orla, quando uma das pranchas se soltou e o barco acabou afundando.
Encurralado numa ilhora, ele foi forçado a esperar que a maré baixasse para
atravessar o trecho até terra firme e voltar para casa. Outro caso conta que
aos onze anos, Júlio, apaixonado pelas histórias de países distantes, resolveu
fugir de casa. Seu pai o teria conseguido pegar no porto de Poimboeuf, na
primeira escala do navio. Pela fuga o menino receberia uma inesquecível surra.
Em uma das primeiras biografias de Júlio
Verne esse episódio seria
romanceado, como uma tentativa do jovem Verne de viajar trabalhando de camareiro num
navio mercante com destino às Índias, no qual teria chegado a embarcar
clandestinamente. Teria sido resgatado pelo pai no último instante, antes de o
navio zarpar. Não há evidências de que essas histórias sejam verdadeiras.
Júlio estudou em colégios católicos, e ao terminar o ensino secundário, em 1847, seu pai o enviou a Paris para estudar Direito. Nessa cidade Júlio passou a se interessar por teatro e escreveu uma peça, a comédia de um ato Les Pailles Rompues, que seria publicada em 1850. Seu pai ficou indignado quando Júlio anunciou que não queria prosseguir com os estudos e parou de lhe mandar dinheiro. Júlio então foi forçado a vender suas histórias para se sustentar. Introduzido por seu tio Châteaubourg nos círculos literários de Paris, Júlio Verne começou a publicar peças sob a influência de escritores famosos, como Victor Hugo e Alexandre Dumas (filho), a quem conhecia pessoalmente.
Em 1849 Charles Baudelaire traduziu os livros de Edgar Allan Poe para o francês. Júlio Verne tornou-se um dos mais devotados admiradores do autor americano; e em 1851 escreveu seu primeiro conto de ficção científica - Viagem num Balão, sob a influência de Poe.
Passou a trabalhar como secretário do Teatro Lírico de Paris em 1852, onde ficou por dois anos. Nesse período conheceu Honorine-Ane Hebe Freyson de Vianne de Morel, uma jovem viúva que tinha duas filhas, com a qual se casaria em 1857. Ele vivia com a mulher e as enteadas numa espaçosa residência e ocasionalmente saía para velejar. Para sustentar a família, trabalhou durante algum tempo como corretor da Bolsa de Valores, já que sua carreira de escritor progredia lentamente. Em 1861 nasceu Michel, o único filho do casal.
Em 1862 Júlio Verne conheceu Pierre Jules Hetzel,, escritor e editor de publicações infanto-juvenis, que começou a publicar a série Viagens Extraordinárias. Essa colaboração duraria até o fim da carreira de Verne. Depois de passar horas e horas nas bibliotecas de Paris estudando geologia, engenharia e astronomia, Verne publicou, em 1863, o seu primeiro romance, Cinco Semanas num Balão. O livro fazia parte da série Viagens Extraordinárias. O espetacular sucesso da obra, alcançado primeiramente na França e em seguida em vários países da Europa, rendeu-lhe um contrato de vinte anos com o editor Hetzel. Esse contrato seria alterado cinco vezes, sempre para incluir condições cada vez mais vantajosas para o escritor. Com os ganhos de suas futuras obras, Verne pode deixar seu emprego na Bolsa e dedicar-se inteiramente à literatura.
Apesar de se entregar com afinco à atividade de escrever, Verne conseguiu concluir o curso de advocacia. Foi nessa época que ele começou a sofrer de problemas digestivos, que periodicamente recorreriam até o fim de sua vida.
As histórias de Júlio Verne logo ganharam enorme popularidade no mundo inteiro. Como não era cientista nem tinha uma vasta experiência de viagens, Verne pesquisava muito para escrever seus livros. Ao contrário de outras obras de literatura de ficção, ele procurava ser realista e prático na narrativa e na descrição dos detalhes.
Outros livros vieram: Viagem ao Centro da Terra, em 1864; Da Terra à Lua, em 1866; 20.000 Léguas Submarinas, em 1870. O clássico A Volta ao Mundo em Oitenta Dias, história baseada em uma viagem real do americano George Francis Train, foi escrito em 1873. Na primeira parte de sua carreira Júlio Verne expressava otimismo com o progresso e o papel central da Europa no desenvolvimento social e tecnológico do mundo. Já nos romances seguintes, o pessimismo do autor em relação ao futuro da civilização humana refletia o clima de fatalidade de fim de século.
Escritor de imensa popularidade, Júlio Verne é considerado o pai da ficção científica, ao lado de H. G. Wells. Embora Júlio Verne não tenha sido o primeiro escritor a descrever viagens à Lua ou aventuras no fundo do mar a bordo de um submarino, suas histórias foram as primeiras desse gênero que alcançaram projeção e popularidade internacional. Escritas tanto para adolescentes quanto para adultos, geralmente em forma de diários de bordo, elas levam o leitor a embarcar em aventuras, captam o espírito aventureiro do século XIX e o fascínio incondicional pelo progresso científico e pelas invenções tecnológicas.
Júlio Verne foi considerado um visionário, uma vez que muitas de suas idéias se profetizaram posteriormente nos avanços da ciência ao longo do tempo.
Durante mais de quarenta anos Júlio Verne publicou pelo menos um livro por ano, sobre uma ampla variedade de temas. Embora escrevesse sobre lugares exóticos, ele viajou relativamente pouco - seu único vôo de balão durou apenas 24 minutos.
Em 1872 mudou-se com a família para um palacete adquirido em Amiens, cidade em que nascera sua mulher.
Em um dia de março de 1886 Júlio Verne estava chegando a casa, depois de passar a tarde no clube, quando ouviu o som de disparos. Em seguida sentiu uma dor aguda na perna esquerda. O tiro que o deixaria manco para o resto da vida fora disparado por seu próprio sobrinho Gaston - que tinha problemas mentais -, filho do irmão Paul. Uma vingança por Verne ter se recusado a lhe dar dinherio para fazer uma viagem.
Desgostoso coma a perda parcial da mobilidade, com a morte da mãe, ocorrida em 1887, e por outros motivos, sua outrora tranquila felicidade ficou abalada. Em carta dirigida ao irmão em 1894, ele se queixaria: "Tornou-se insuportável para mim qualquer alegria, o meu caráter está profundamente alterado, e recebi golpes de que nunca conseguirei me recuperar". Paul morreria em 1897, e a Júlio Verne , cada vez mais desolado, apenas restava confessar: "Quando não trabalho, deixo de sentir-me viver".
O último romance de JúlioVerne foi A Invasão do Mar, de 1905. Sua obra completa é composta por 65 romances, cerca de vinte contos e ensaios, trinta peças, alguns trabalhos geográficos e também librettos de ópera.
A antecipação científica baseada em feitos verídicos e as aventuras de personagens audazes e inteligentes foram a principal fonte dos romances de Verne, os mares e lugares inexplorados o cenário adequado para o desenrolar de suas histórias, que são uma rara combinação de inventividade e habilidade literária.
No fim da vida, com problemas de saúde, Verne já não podia ir à biblioteca, os livros eram levados até ele. Mas mantinha a rotina de escrever pela manhã e ler à tarde.
Na noite de 24 de março de 1905, em Amiens, Júlio Verne pediu um exemplar do livro 20.000 Léguas Submarinas. Perguntou pela mulher e pelos filhos, fechou os olhos e morreu, em consequência de complicações por diabetes. Foi sepultado no cemitério Madeleine, em Amiens.
Após a morte de Verne, seu filho Michel concluiu e publicou algumas das obras inacabadas do pai.
Passou a trabalhar como secretário do Teatro Lírico de Paris em 1852, onde ficou por dois anos. Nesse período conheceu Honorine-Ane Hebe Freyson de Vianne de Morel, uma jovem viúva que tinha duas filhas, com a qual se casaria em 1857. Ele vivia com a mulher e as enteadas numa espaçosa residência e ocasionalmente saía para velejar. Para sustentar a família, trabalhou durante algum tempo como corretor da Bolsa de Valores, já que sua carreira de escritor progredia lentamente. Em 1861 nasceu Michel, o único filho do casal.
Em 1862 Júlio Verne conheceu Pierre Jules Hetzel,, escritor e editor de publicações infanto-juvenis, que começou a publicar a série Viagens Extraordinárias. Essa colaboração duraria até o fim da carreira de Verne. Depois de passar horas e horas nas bibliotecas de Paris estudando geologia, engenharia e astronomia, Verne publicou, em 1863, o seu primeiro romance, Cinco Semanas num Balão. O livro fazia parte da série Viagens Extraordinárias. O espetacular sucesso da obra, alcançado primeiramente na França e em seguida em vários países da Europa, rendeu-lhe um contrato de vinte anos com o editor Hetzel. Esse contrato seria alterado cinco vezes, sempre para incluir condições cada vez mais vantajosas para o escritor. Com os ganhos de suas futuras obras, Verne pode deixar seu emprego na Bolsa e dedicar-se inteiramente à literatura.
Apesar de se entregar com afinco à atividade de escrever, Verne conseguiu concluir o curso de advocacia. Foi nessa época que ele começou a sofrer de problemas digestivos, que periodicamente recorreriam até o fim de sua vida.
As histórias de Júlio Verne logo ganharam enorme popularidade no mundo inteiro. Como não era cientista nem tinha uma vasta experiência de viagens, Verne pesquisava muito para escrever seus livros. Ao contrário de outras obras de literatura de ficção, ele procurava ser realista e prático na narrativa e na descrição dos detalhes.
Outros livros vieram: Viagem ao Centro da Terra, em 1864; Da Terra à Lua, em 1866; 20.000 Léguas Submarinas, em 1870. O clássico A Volta ao Mundo em Oitenta Dias, história baseada em uma viagem real do americano George Francis Train, foi escrito em 1873. Na primeira parte de sua carreira Júlio Verne expressava otimismo com o progresso e o papel central da Europa no desenvolvimento social e tecnológico do mundo. Já nos romances seguintes, o pessimismo do autor em relação ao futuro da civilização humana refletia o clima de fatalidade de fim de século.
Escritor de imensa popularidade, Júlio Verne é considerado o pai da ficção científica, ao lado de H. G. Wells. Embora Júlio Verne não tenha sido o primeiro escritor a descrever viagens à Lua ou aventuras no fundo do mar a bordo de um submarino, suas histórias foram as primeiras desse gênero que alcançaram projeção e popularidade internacional. Escritas tanto para adolescentes quanto para adultos, geralmente em forma de diários de bordo, elas levam o leitor a embarcar em aventuras, captam o espírito aventureiro do século XIX e o fascínio incondicional pelo progresso científico e pelas invenções tecnológicas.
Júlio Verne foi considerado um visionário, uma vez que muitas de suas idéias se profetizaram posteriormente nos avanços da ciência ao longo do tempo.
Durante mais de quarenta anos Júlio Verne publicou pelo menos um livro por ano, sobre uma ampla variedade de temas. Embora escrevesse sobre lugares exóticos, ele viajou relativamente pouco - seu único vôo de balão durou apenas 24 minutos.
Em 1872 mudou-se com a família para um palacete adquirido em Amiens, cidade em que nascera sua mulher.
Em um dia de março de 1886 Júlio Verne estava chegando a casa, depois de passar a tarde no clube, quando ouviu o som de disparos. Em seguida sentiu uma dor aguda na perna esquerda. O tiro que o deixaria manco para o resto da vida fora disparado por seu próprio sobrinho Gaston - que tinha problemas mentais -, filho do irmão Paul. Uma vingança por Verne ter se recusado a lhe dar dinherio para fazer uma viagem.
Desgostoso coma a perda parcial da mobilidade, com a morte da mãe, ocorrida em 1887, e por outros motivos, sua outrora tranquila felicidade ficou abalada. Em carta dirigida ao irmão em 1894, ele se queixaria: "Tornou-se insuportável para mim qualquer alegria, o meu caráter está profundamente alterado, e recebi golpes de que nunca conseguirei me recuperar". Paul morreria em 1897, e a Júlio Verne , cada vez mais desolado, apenas restava confessar: "Quando não trabalho, deixo de sentir-me viver".
O último romance de JúlioVerne foi A Invasão do Mar, de 1905. Sua obra completa é composta por 65 romances, cerca de vinte contos e ensaios, trinta peças, alguns trabalhos geográficos e também librettos de ópera.
A antecipação científica baseada em feitos verídicos e as aventuras de personagens audazes e inteligentes foram a principal fonte dos romances de Verne, os mares e lugares inexplorados o cenário adequado para o desenrolar de suas histórias, que são uma rara combinação de inventividade e habilidade literária.
No fim da vida, com problemas de saúde, Verne já não podia ir à biblioteca, os livros eram levados até ele. Mas mantinha a rotina de escrever pela manhã e ler à tarde.
Na noite de 24 de março de 1905, em Amiens, Júlio Verne pediu um exemplar do livro 20.000 Léguas Submarinas. Perguntou pela mulher e pelos filhos, fechou os olhos e morreu, em consequência de complicações por diabetes. Foi sepultado no cemitério Madeleine, em Amiens.
Após a morte de Verne, seu filho Michel concluiu e publicou algumas das obras inacabadas do pai.
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