Para Mário Quintana, o leitor não deve ser desperto, pois eles são, "por natureza, dorminhocos. Gostam de ler dormindo".
Num país como o nosso, ninguém é levado a sério com ideias originais: "O lugar-comum é a base da sociedade, a sua política, a sua filosofia, a segurança das instituições". Ainda na crônica inicial do livro há referência ao leitor "semidesperto" e um ambíguo elogio: "A preguiça é a mãe do progresso. Se o homem não tivesse preguiça de caminhar, não teria inventado a roda. Não poderia viajar pelo mundo inteiro".
Da preguiça como método de trabalho, de Mário Quintana é uma obra com estilos variados, inclassificável. Surpreendente, despretensioso. Chega mansamente e ao final deixa o leitor deslumbrado. Mário Quintana reúne uma miscelânea com contos, aforismos, crônicas, fábulas, trovas, comentários e entrevistas. Cócegas para o cérebro. A ternura, presente na vida e obra do poeta, extensão certa aos amigos como Cecília Meireles, Érico Veríssimo e Manuel Bandeira. É só conferir no obra. Quintana, poeta em tempo integral. Onde a preguiça?
"O verdadeiro poeta, tudo quanto ele toca, se transforma em poesia."
Mário Quintana é um desses raros poetas. Como não quer nada, vai traçando sua poética visão de vida. Com leveza, senso de humor e simplicidade, escreve um livro que é bom ter por perto. Afinidade imediata. Como quem conquistou um amigo, ou quem sabe, foi cativado.
"Um engano em bronze é um engano eterno."
(Mário Quintana)
Coleção Mário Quintana, Organização, plano de edição, cronologia e bibliografia: Tania Franco Carvalhal, Fixação de texto: Lucia Rebello e Suzana Kanter
Quintana, Mário, 1906-1994. Da preguiça como método de trabalho / Mário Quintana; [prefácio Carlos Jorge Appel] - 2. ed. - São Paulo : Globo, 2007. - (Coleção Mário Quintana)
A Rua dos Cataventos / Canções / Sapato Florido / O aprendiz de Feiticeiro / Espelho Mágico / Apontamentos de História Sobrenatural / Esconderijos do tempo / Baú de Espantos / A Cor do Invisível / Caderno H / Porta Giratória / Da Preguiça como Método de Trabalho / A Vaca e o Hipogrifo / O Batalhão das Letras / Preparativos de Viagem / Velório sem Defunto / Nova Antologia Poética / 80 Anos de Poesia
Interessante, mas acabei lembrando que a necessidade é a mãe da criação...
ResponderExcluirFique com Deus, senhorita Lígia.
Um abraço.
obrigada or ter olhado meu blog, e que bom que gostou, abraço,
ResponderExcluiraqui o teu tbem é mto intressante; atè amanha!
Muito bom esse livro. A eterna meninice quintarolando, fazendo sarabanda.
ResponderExcluirQuanta necessidade um poeta carece?