quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Da Preguiça como Métodos de Trabalho - Mário Quintana

Para Mário Quintana, o leitor não deve ser desperto, pois eles são, "por natureza, dorminhocos. Gostam de ler dormindo".

Num país como o nosso, ninguém é levado a sério com ideias originais: "O lugar-comum é a base da sociedade, a sua política, a sua filosofia, a segurança das instituições". Ainda na crônica inicial do livro há referência ao leitor "semidesperto" e um ambíguo elogio: "A preguiça é a mãe do progresso. Se o homem não tivesse preguiça de caminhar, não teria inventado a roda. Não poderia viajar pelo mundo inteiro".

Da preguiça como método de trabalho, de Mário Quintana é uma obra com estilos variados, inclassificável. Surpreendente, despretensioso. Chega mansamente e ao final deixa o leitor deslumbrado. Mário Quintana reúne uma miscelânea com contos, aforismos, crônicas, fábulas, trovas, comentários e entrevistas. Cócegas para o cérebro. A ternura, presente na vida e obra do poeta, extensão certa aos amigos como Cecília Meireles, Érico Veríssimo e Manuel Bandeira. É só conferir no obra. Quintana, poeta em tempo integral. Onde a preguiça?

"O verdadeiro poeta, tudo quanto ele toca, se transforma em poesia."

Mário Quintana é um desses raros poetas. Como não quer nada, vai traçando sua poética visão de vida. Com leveza, senso de humor e simplicidade, escreve um livro que é bom ter por perto. Afinidade imediata. Como quem conquistou um amigo, ou quem sabe, foi cativado.

"Um engano em bronze é um engano eterno."
(Mário Quintana)

Coleção Mário Quintana, Organização, plano de edição, cronologia e bibliografia: Tania Franco Carvalhal, Fixação de texto: Lucia Rebello e Suzana Kanter

Quintana, Mário, 1906-1994. Da preguiça como método de trabalho / Mário Quintana; [prefácio Carlos Jorge Appel] - 2. ed. - São Paulo : Globo, 2007. - (Coleção Mário Quintana)
A Rua dos Cataventos / Canções / Sapato Florido / O aprendiz de Feiticeiro / Espelho Mágico / Apontamentos de História Sobrenatural / Esconderijos do tempo / Baú de Espantos / A Cor do Invisível / Caderno H / Porta Giratória / Da Preguiça como Método de Trabalho / A Vaca e o Hipogrifo / O Batalhão das Letras / Preparativos de Viagem / Velório sem Defunto / Nova Antologia Poética / 80 Anos de Poesia

3 comentários:

  1. Interessante, mas acabei lembrando que a necessidade é a mãe da criação...

    Fique com Deus, senhorita Lígia.
    Um abraço.

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  2. obrigada or ter olhado meu blog, e que bom que gostou, abraço,
    aqui o teu tbem é mto intressante; atè amanha!

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  3. Muito bom esse livro. A eterna meninice quintarolando, fazendo sarabanda.
    Quanta necessidade um poeta carece?

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