sábado, 8 de outubro de 2011

Conto de um hospital


Vagueando pelos corredores vazios onde até mesmo o enfermeiro cochilava um sono leve na cama improvisada embaixo do balcão da enfermaria os passos seguem até se depararem com a imagem em tela da intrigante venda nos olhos da mulher a amamentar o rebento. Talvez um quadro qualquer mas não para quem já havia naquele mesmo corredor presenciado o choro de uma mãe que perdera seu bebe quem sabe se foi a causa informada, o tão singelo ato de amamentar não concluído pela cria que se recusava a fisgar seu precioso leite. Mistérios que humanos não podem julgar ou adentrar em querer conhecer.

Melhor caminhar pelos corredores que ter gritos alucinantes em pesadelos anteriores, onde a sombra da morte ronda tantos quartos e por momentos ou falta de qualificação profissional enfermeiros anjos dão lugar a enfermeiros vampiros na noite a sugar o sangue de crianças inocentes que não podiam nem dormir o sono dos justos.

Momentos nobres são perceptíveis em um hospital - um coral em uma tarde ensolarada, quem sabe uma faxineira com um sorriso e uma fala mansa dê lugar ao aviso de silêncio que queira imperar no ambiente como a dizer: a saúde silencia em nosso país. Silencia a falta de recursos, a falta de diagnósticos, a falta de esperança.

Nestes momentos, a solidão é companheira e tão somente a presença de Deus pode tirar a desesperança reinante, pois os médicos, os enfermeiros, os profissionais da sáude são apenas membros auxiliares mas estão todos em coro a pedir socorro, tem olhos como da imagem, cegos de quem não querem ver, ou se veem não querem enxergar.



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