terça-feira, 27 de março de 2012

Metáforas da Alma - Paulo Roberto de Aquino Ney

Metáforas da Alma -
Paulo Roberto de Aquino Ney
Metáforas da Alma, de Paulo Roberto de Aquino Ney, um livro que tenho um imenso carinho por falar de poesia com extrema sensibilidade, com elevadíssima linguagem. Retorno à poesia de Paulo Ney, como quem tem sede em uma longa caminhada desértica, uma ducha refrescante à alma ressequida de boas letras.
Difícil é selecionar apenas um poema. Inicio pelo primeiro:

ASAS
Nascem... renascem...
(todos os dias)
tantos poemas
entretecidos
dentro de mim,
que sempre e sempre,
sempre os navego,
do ponto cego
ao próprio ponto
que vê os idos
tempos sem fim.
E tu, Poeta,
sempre navegas
o teu poema?
E, se navegas,
acaso pregas
nas linhas cegas
os teus sinais?
Se não o fazes,
serão capazes
as tuas frases
originais?
E, quando escreves,
acaso dizes
as cicatrizes
do teu porão?
Se, tudo isso,
tu não consegues,
melhor que ancores
os teus escritos
(mesmo bonitos)
no porto-morto
da tua palma:
versos sem alma
não voam não!

Segundo prefácio de Arlete Parrílha Sendra, Metáforas da Alma cumpre a missão da poesia: abrir para o outro que está além-linguagem expressível. Não como recusa do dizer mas como metáforas possíveis do ato de dizer o que a alma armazena E a terrível saga da incompletude do dizer.

Paulo Roberto de Aquino Ney nasceu em Campos dos Goytacazes (RJ) no dia 18 de junho de 1943. Pertence ao Instituto Campista de Literatura, à Academia Campista de Letras e à Academia Fluminense de Letras. Possui quatro livros de poesia publicados: Estrelas de meu céu, Reminiscências, Degraus de Pedra e Sargaços.

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