sexta-feira, 29 de julho de 2011

O que é poesia?

O que é Poesia? / Edson Cruz, organizador. Rio de Janeiro: Confraria dos Vento:  Calibán, 2009. 144p.

Livro prático que se lê em dois tempos, de conteúdo aprofundado através da fala de seus muitos autores literalmente chamados de "poetas à queima-roupa" por se arriscarem a responder perguntas espinhosas, e ingênuas, legítimas e difíceis. E o responderam, as três perguntas ora concentradas no livro:

O que é poesia para você?
O que um iniciante no fazer poético deve perseguir e de que maneira?
Cite-nos 3 poetas e 3 textos referenciais para seu trabalho poético. Por que estas escolhas?

As respostas as mais variadas surpresas, profundas, outras aleatórias, técnicas, sensíveis, próprias das percepções, vivências de cada autor mas com um quê poético que só um verdadeiro poeta sabe adentrar no jogo onde cada palavra colocada pode faz a diferença na emoção de quem lê.

Ficaremos com a intrigante pergunta inicial (O que é poesia para você?):

Márcio-André: É quando o mundo se curva diante de uma palavra: o espaço se comprime, o tempo se expande, passado e futuro sonham-se mutuamente enquanto presente e tudo passa a ter um sentido tão pleno e arrebatador que pouco pode-se resguardar além de algumas palavras.

Micheliny Verunschk: A poesia para mim é a forma mais eficaz de alcançar algo inatingível, a essência do real ou, antes, o real em essência. É também o único modo pelo qual posso enxergar o mundo. Ela está um degrau acima da filosofia e um degrau abaixo do amor.

Nicolas Behr: Poesia é tudo o que você está sentindo agora.

Eunice Arruda: A poesia, para mim, é uma das formas de viver. Que está incorporada em meus dias. Significa captar, no cotidiano (ou em outra dimensão que não ouso nomear), as emoções. Os pensamentos. Para depois devolvê-los ao mundo transformados em outra linguagem: a da poesia. Mas, muitas vezes, abandonei este caminho - a estrada real - para conhecer o atalho. Visitar a cor de outras ramagens.

Glauco Mattoso: a poesia é uma metralhadora na mão dum palhaço. Seu poder de fogo pode ser apenas intencional, e seu efeito apenas hilário, mas o franco-atirador, ao expor-se em sua ridícula revolta, no mínimo consegue provocar alguma reação, ainda que meramente divertindo o público, e alguma reflexão sobre o papel patético dos idealistas e visionários, que, no fundo, somos todos nós.


Autores na antologia:

Affonso Romano de Sant´Anna, Amador Ribeiro Neto, Ana Elisa Ribeiro, André Vallias, Aníbal Beça, Antonio Cícero, Augusto de Campos, Bárbara Lia, Carlito Azevedo,  Carlos Felipe Moisés, Claudio Daniel, Claudio Willer, Eunice Arruda, Fabiano Calixto, Felipe Fortuna, Flávia Rocha,  Floriano Martins, Frederico Barbosa, Glauco Mattoso, Horácio Costa, Jair Cortés, João Miguel Henriques,  João Rasteiro, Jorge Rivelli, Jorge Tufic, José Kozer, Luis Serguilha, Luiz Roberto Guedes, Marcel Ariel, Márcio-André, Marcos Siscar, Micheliny Verunschk, Nicolas Behr, Nicolau Saião, Ricardo Aleixo, Ricrdo Corona, Ricrdo Silvestrin, Rodolfo Hãsler, Rodrigo Petronio, Sebastião Nunes,  Tavinho Paes, Victor Paes, Virna Teixeira, Washington Benavides.

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