sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Agnaldo Manuel dos Santos

Agnaldo Manuel dos Santos -
Pequeno Dicionário da Arte do Povo Brasileiro - Século XX -Lélia Coelho Frota


Descendente de índios e negros, trabalhou desde os dez anos de idade. Depois de diversas ocupações, incllusive a de mineiro em uma caieira, empregou-se, em 1947, como vigia no estúdio do escultor, gravador e desenhista Mário Cravo Júnior, em Salvador. incentivado por esse artista, Agnaldo começou a esculpir em 1953. Viajou com Franco Terranova pelo rio São Francisco, resultando daí a recuperação de inúmeras antigas carrancas que haviam navegado na proa de embarcações. Conheceu, então, o principal autor de carrancas no século XX, o mestre Francisco Biquiba Dy Lafuente Guarany, de quem declarou ter aprendido novas maneiras de olhar para o processo criativo. Suas esculturas em madeira participaram de importantes mostras coletivas e individuais, como a Bienal de São Paulo em 1957. Quatro anos após sua morte recebeu o prêmio internacional de escultura no I Festival Mundial de Arte e Cultura Negra, em Dakar, Senegal, em 1966, com Rei. Sua obra foi estudada por Clarival do Prado Valladares, que viu nela "a expressão eterna da sua ancestralidade cultural". Voltado para a representação de sobrenaturais afro e também de imaginário transculturado com o do catolicismo, o trabalho de Agnaldo, ao emergir com absoluta autenticidade da sua experiência histórica individual e do seu conhecimento das grandes artes africanas, se encontra entre as mais originais realizações da escultura brasileira do século XX. Seu trabalho consta do acervo do Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro e integra importantes coleções privadas de arte.


He was a descendente of Indians and Africans and started to work when he was ten years old. After a variety of emloyment, including a miner in a lime pit, in 1947 he worked as a watchman in the Salvador city studio for the sculptor, engraver and draughtsman Mário Cravo Junior. Agnaldo was encouraged by this artist to begin sculpting in 1953. He travled with Franco Terranova along the São Francisco river, and this trip resulted in his recovering numerous old carrancas (figureheads of riverboats). There be met the best 20th century crver of carrancas, master Francisco Biquita Dy Lafuente Guarany, who, he said, taught him new ways of viewing the creative process. His wood pieces were displayed in major collective and individual exbitions, such as the 1957 São Paulo Biennial. Four years after his death, he was awarded the international prize for the sculpture Rei at the 1st World Festival of Black Art and Culture, in Dakar, Senegal, in 1966. His word was studied by Clarival do Prado Valladares, who saw in it "the eternal wxpression of his cultural ancestry". Agnaldo´s work, focusing the representarions of the African supernatural and cross-cultural imaginarion, mainly from Catholicism, emerged with absolute authenticity from bis individual historic experience and knowlwdge of the most original expressions of the 20th century Brazilian sculpture. his word is to be seen in the Museu Nacional de Belas Artes, RJ and major private collections.


Fonte: Pequeno Dicionário da Arte do Povo Brasileiro - Século XX - Lélia Coelho Frota, págs. 38-39.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails