sábado, 21 de setembro de 2013

Victor Hugo

Victor Hugo
1802 - Nasce Victor-Marie Hugo, em Besançon, França.
1817 - É premiado pela Academia Francesa de Letras.
1820 - Publica a obra Ode sobre a Morte do Duque de Berny.
1822 - Em junho, publica Odes a Poesias Diversas.
1823 - Publica o seu primeiro romance, Han de Islândia.
1827 - Publica Cromwell, sucesso de público e de crítica.
1829 - É publicada a obra O Último Dia de um Condenado. Escreve a peça de teatro Marion Delorme.
1830 - Estréia no teatro a peça Hernani.
1831 - Escreve a magnífica obra-prima O Corcunda de Notre-Dame. Publica Folhas de Outono.
1835 - A publicação de Cantos do Crepúsculo é um retrato dos sentimentos do autor.
1837 - Conclui As Vozes Interiores.
1841 - Elege-se Membro da Academia Francesa.
1845 - É nomeado par de França.
1851 - Exila-se na Bélgica.
1852 - Instala-se na ilha de Jersey e escreve História de um Crime e Napoleão, o Pequeno.
1853 - Escreve a sátira política Os Castigos.
1855 - Muda-se para Guernesey.
1856 - Publica As Contemplações.
1859 - Conclui os poemas A Legenda dos Séculos.
1862 - Publica Os Miseráveis.
1866 - Os Trabalhadores do Mar (*) conquista os franceses.
1868 - Morre a esposa Adèle Foucher, em 27 de agosto.
1871 - Victor regressa a Paris.
1876 - É eleito senador.
1883 - Morre Juliette Drouet, sua amante e companheira por 50 anos.
1885 - Em 22 de maio falece, aos 83 anos, Victor Hugo. É sepultado em 1. de junho no Panteão, o monumento fúnebre dos heróis nacionais.


(*) Os Trabalhadore do Mar
Fortes contrates e choques de paixões e de situações. Ideais de generosidade fatalmente destinada ao sacrifício. Eis o ambiente em que aparecem as primeira afirmações da civilização mecanizada e o decorrente sentido da luta vitoriosa do homem contra as forças da natureza. Victor Hugo, com Os Trabalhadores do Mar, quis glorificar o trabalho, a vontade, tudo o que torna o homem grande ao trilhar seus caminhos históricos, sociais e sentimentais.


A França despede-se do século XVIII com o mais importante movimento político-social até então ocorrido na Europa: a Revolução Francesa, em 1789, que trouxera em seu bojo os princípios do Estado moderno.

Um olhar sobre o panorama francês do século XIX revela sua riqueza e complexidade: diferentes correntes de pensamento e movimentos literários irrompem por todo o país em meio a diversos movimentos políticos, econômicos e sociais.

A primeira metade do século é influenciada pela luta política e pelas teses sociais. Numerosos escritores aderem às causas democráticas, e surgem obras de contéudo social e humanitário.

Já a segunda metade do século é caracterizada pelo progresso da ciência e por sua influência na vida das pessoas. O positivismo do filósofo Auguste Comte traz à tona um novo conceito de ver a vida.
Entre 1750 e 1870, dois grandes movimentos literários se sucedem, cada um com uma visão de mundo específica: o Romantismo e o Realismo.

É durante essa primeira fase literária que nasce em Besançon, às margens do rio Doubs, Victor-Marie Hugo, em 26 de fevereiro de 1802, terceiro filho de Léopold-Sigisbert Hugo e de Sophie Trébuchet.
Desde muito jovem Victor Hugo já se mostra senhor de suas vontades. Aluno brilhante na escola elementar e no liceu, tem seu talento para a literatura revelado precocemente. Sua recusa em ingressar na Escola Politécnica para se dedicar à carreira literária causa frustração ao pai, que considera inútil a atividade de escritor.

Mas o tempo mostra que Victor Hugo está certo em seguir suas aptidões. Em 1817, aos 15 anos, recebe um prêmio em um concurso de poesia da Academia Francesa.

Finalmente, em 1820, conquista a admiração de familiares ao ter seu talento reconhecido pelo rei Luís XVIII, que passa a lhe pagar uma pensão ao ver qualidade em sua obra Ode sobre a Morte do Duque de Berny.

Os anos seguintes são de total dedicação à literatura e à noiva, Adèle Foucher.

Em 12 de outubro de 1822 o casal sobe ao altar, para desgosto do irmão de Victor Hugo, Eugène, apaixonado por Adèle, que enlouquece e é internado em um hospício, de onde jamais sairia.

Em pouco menos de um ano a vida do casal é tomada pela tristeza. A morte do primeiro filho e o fracasso literário como romancista interrompem o período de estabilidade vivido até então. Han de Islândia não agrada à crítica. Victor Hugo, porém, acostumado às intempéries da carreira, entrega-se de corpo e alma a outra criação. Em 1824 o nascimento da filha Léopoldine o faz sorrir novamente. Em 1826 publica Ode e Baladas e Bug Jargal, romance que começara a escrever na juventude. Com seu malabarismo rítmico e o domínio da arte de escrever sobre temas medievais, é aclamado pelos jovens escritores da época, tornando-se porta-voz da nova escola literária: o Romantismo. Escrito em 1827, o drama Cromwell é sucesso de público e de crítica, e tem em seu prefácio o ponto alto da obra, pois é considerado o manifesto do movimento romântico na literatura francesa.

Aos 26 anos, rodeado de discípulos, Victor Hugo é um homem feliz: além da encantadora Léopoldine, tem já dois meninos. Charles e François-Victor. A conta bancária aumenta, e a família começa a levar uma vida de luxo e elegância. Victor Hugo só lamenta que o pai não possa presenciar sua boa fase, pois o velho Léopold falecera poucos meses antes da chegada do sucesso em sua vida.

O Último Dia de um Condenado, obra vibrante de humanitarismo, na qual condena a pena de morte, é publicada em 1829. Os trabalhos em prosa, no entanto, não o satisfazem, nem a seu público. Retoma então o teatro e escreve Marion Delorme. No ano seguinte a estréia da peça Hernani no teatro divide opiniões: os jovens aplaudem fervorosamente, e os mais velhos vaiam, atiram ovos e tomate no palco. Essa verdadeira batalha contribui para a consagração final de Victor Hugo como líder romântico.

É o ano de 1830. Após o nascimento de uma menina, que recebe o nome da mãe, Adèle recusa-se a ter mais filhos e concede ao marido toda a liberdade para movimentar-se em Paris, desde que a deixe em paz. Essa grande decepção faz com que Victor Hugo se entregue à libertinagem, ligando-se indistintamente a atrizes, aristocratas e humildes costureiras. Mas ele jamais se separaria de Adèle.

Em 1831 escreve seu grande romance histórico: O Corcunda de Notre-Dame. Apesar do sucesso alcançado, Victor Hugo volta a dedicar-se ao teatro e à poesia, gênero em que se torna um dos maiores representantes franceses.

Nesse mesmo ano publica ainda Folhas de Outono, coletânea de versos íntimos em que expressa suas inquietações filosóficas.

O ano de 1835 é particularmente difícil para Victor Hugo, e é quando escreve Cantos do Crepúsculo. Nessa magnífica obra está retratada toda a dor por que passa: sua fé religiosa está abalada, e sua crença no amor, morta. Mas há um fio de esperança nas entrelinhas: ainda espera pela felicidade.
Em março de 1837 recebe a notícia da morte do irmão Eugène. É nessa época que conclui As Vozes Interiores.

Em 1841 ingressa na Academia Francesa, após quatro derrotas humilhantes. Assim, as portas da aristocracia se abem para ele, sugerindo-lhe ascensão  política. Em 1845 é nomeado para integrar a Câmara dos Pares. Em 1848, após a revolução que depõe Luís Filipe e proclama a república, Victor Hugo é eleito deputado em Paris. No entanto, sua radical oposição a Napoleão Bonaparte leva-o a buscar asilo político na Bélgica, após o golpe de Estado de 1851. Em Bruxelas escreve História de um Crime. No memso ano, publica Napoleão, o Pequeno.

Como a vida na capital é dispendiosa, Victor Hugo transfere-se para a ilha de Jersey em agosto de 1852. Ali, adquire uma belíssima casa e chama para junto de si os filhos, a esposa, Adèle, e Juliette Drouet, a atriz que, em 1833, se tornara a mais fiel de suas amantes.

Passa os dia praticando equitação ao longo das prais, ouvindo sua filha Adele ao piano, passeando com os cães e concluindo Os Castigos (1853), sua mais violenta sátira política.

Os hábitos aristocráticos de Victor Hugo não agradam aos outros desterrados franceses que vivem modestamente na ilha. Por outro lado, sua adesão a práticas de espiritismo não é vista com bons olhos pelos vizinhos e conhecidos. As autoridades, que tampouco aprovam as atitudes de Victor Hugo, valem-se dessa antipatia geral para forçá-lo a retirar-se.

Num chuvoso dia de outubro de 1855 o escritor desembarca na ilha de Guernesey. Junto ao mar, tendo ao longe a visão do litoral francês, viveria ali até 1870.

Do refúgio envia aos editores As Contemplações (1856). Nessa obra chora a trágica morte por afogamento da filha Léopoldine, em 1843, lastima atos de Napoleão e declara seu amor à humanidade, especialmente aos humildes e sofredores.

De longe, Napoleão o observa, e, julgando que ele superara os ressentimentos, oferece-lhe anistia em 1859. Victor Hugo rejeita o perdão e prefere permanecer isolado, concluindo os poemas de A Legenda dos Séculos (1859).

Vive tranquilamente em Guernesey, Juliette mora ao lado, Adèle não se importa. Conhece então mais um triunfo com Os Miseráveis (1862), romance épico em cuja elaboração gastara dezesseis anos.
Os Trabalhadores do Mar (1866), uma triste história de amor aclamada por muitos como sua obra-prima em prosa, é escrita em 1866. A desventura de Gilliar - protagonista do romance - e a exaltação que o autor faz do trabalho, da dedicação e da perseverança comovem o povo francês.

Parece chegado o momento de deixar o exílio. E efetivamente Victor Hugo parte. Porém não via à França, e sim à Bélgica, conhecer se primeiro neto, filho de Charles. Treze meses (1868) depois a criança falece, vítima de meningite. Logo outro menino nasce, em agosto de 1868, dias antes da morte de Adèle, esposa do poeta.

Chegado o outono, Victor Hugo torna à solidão de Guernesey. Mas em 1870, ao saber da queda de Napoleão e da restauração da república da França, regressa a Paris e envolve-se novamente em causas políticas. Reconquistada a paz da nação, poucos amigos lhe restam, embora ainda conte com a simpatia geral do povo e a veneração de jovens literatos. Depois de perder os filhos Charles e François num espaço de dois anos e de a filha Adèle ter enlouquecido e ser internada em um hospício, resta-lhe a companhia do casal de netos e da fiel companheira Juliette.

A morte de Juliette Drouet, em 1883, leva-lhe a última companhia verdadeira. Sobram-lhe apenas os netos - crianças demais para compreendê-lo - e os admiradores - embevecidos demais para colocarem-se a seu lado. Nesse isolamento, morre em 22 de maio de 1885 aos 83 anos. Durante nove dias o povo parisiense vela-lhe o corpo. Em 1. de junho, ao nascer do dia, dois milhões de pessoas acompanham o cortejo, na maior concentração pública que a França jamais prestou a qualquer de seus poetas. Seu enterro no Panteão, o monumento fúnebre dos heróis nacionais, fez justiça ao talento de um dos maiores escritores do país.

Fonte: coleção obras-primas - grandes autores - vida e obra.

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