sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Dia da Cultura - Uma Homenagem a Poesia - Mário Quintana

"Creio que um verdadeiro poeta, ainda que soubesse ser o único sobrevivente humano na face da terra, ainda assim escreveria poemas. Indagar para quê ou para quem? Isso aprofundaria o mistério da criação poética."
(Mário Quintana)

Ler, reler Mário Quintana (1906-1994) na semana da Cultura é uma bela homenagem a poesia brasileira. Falar em poesia é falar em Mário Quintana que buscou a aproximação com a mesma através da simplicidade nela embutida por suas criações que ele em vida, procurou atingir aos atentos leitores:

"Jamais compreendereis a terrível simplicidade das minhas palavras porque elas não são palavras: são rios, pássaros, naves,..." ou ainda "O verdadeiro poeta faz poesia com as coisas mais simples e corriqueiras deste e dos outros mundos."

O Auto-Retrato

No retrato que me faço
- traço a traço -
Às vezes me pinto nuvem
Às vezes me pinto árvore...

Às vezes me pinto coisas
De que nem há mais lembrança...
Ou coisas que não existem
Mas que um dia existirão...

E, desta lida, em que busco
- pouco a pouco -
Minha eterna semelhança,

No final, que restará?
Um desenho de criança...
Corrigido por um louco!

(Mário Quintana)

"Alguns de teus versos não precisam estar impressos em tinta e papel: eu os carrego de cor, e às vezes eles brotam de mim como se fossem meus. De certo modo, eles são meus, e hás de convir que a glória de um poeta é conceder essas parcerias anônimas pelo mundo..."
(Paulo Mendes Campos)

A Oferenda

Eu queria trazer-te uns versos muito lindos...
Trago-te estas mãos vazias
Que vão tomando a forma do teu seio.

Adquiri, para melhor conhecer este grande poeta, a coleção Mário Quintana contendo os livros Espelho Mágico, Baú de Espantos, A cor do Invisível, Canções e A Rua dos Cataventos. Verdadeiro presente!


Obras do autor:

POESIA: A Rua dos cataventos, 1940; Canções, 1946; Sapato Florido, 1948; O aprendiz de feiticeiro, 1950; Espelho mágico, 1951; Inéditos e esparsos, 1953; Apontamentos de história sobrenatural, 1976; A vaca e o hipogrifo, 1977; Na volta da esquina, 1979; Esconderijos do tempo, 1980; Diário poético, 1985; Baú de espantos, 1985; A cor do invisível, 1989; Velório sem defunto, 1990.

ANTOLOGIAS E OBRAS COMPLETAS: Poesias, 1952; Prosa e Verso, 1978; Nova Antologia Poética, 1981; Os Melhores Poemas, 1983; 80 Anos de Poesia, 1986.

LITERATURA INFANTIL: Batalhão das Letras, 1948; Pé de Pilão, 1975. 

CRÔNICAS E OUTRAS: Cadernos H, 1973; Lili inversa o mundo, 1983; Nariz de Vidro, 1984; Sapato Amarelo, 1984; Da preguiça como método de trabalho, 1987; Preparativos de viagem, 1987; Sapato furado, 1994

Fonte: 100 Anos de Poesia - Um panorama da poesia brasileira no século XX - Volume I

4 comentários:

  1. Uma merecidíssima homenagem, diga-se, a um poeta que honra todo o universo da Língua Portuguesa...

    beijo :)

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  2. AC,
    Falar em poesia é falar em Mário Quintana, imortal através de suas doces palavras.

    Beijo e felicidades!

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  3. EXCELENTE POST SOBRE MÁRIO QUINTANA. PARABÉNS POR NOS PROPORCIONAR UM MAIOR CONTATO COM ESTE IMORTAL.

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  4. Interessante, mas penso que um poeta simples escreve, musica e pinta por simples se parte dele, de dar vazão a idéias...

    Fique com Deus, senhorita Lígia Guedes.
    Um abraço.

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